Mundo

Manifestação homenageia vítimas da ditadura no Chile

A sangrenta ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38.000 torturados


	Fotos de desaparecidos: a sangrenta ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38.000 torturados
 (Martin Bernetti/AFP)

Fotos de desaparecidos: a sangrenta ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38.000 torturados (Martin Bernetti/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2015 às 16h57.

Uma enorme manifestação em homenagem às vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) percorreu neste domingo as ruas de Santiago pedindo o fechamento de uma prisão especial que abriga ex-militares condenados, e terminou com violentos confrontos com a polícia.

Em um acontecimento inédito - que pela primeira vez passou pelo Palácio de La Moneda, sede do governo que em 1973 foi bombardeada com o objetivo de derrubar o governo do socialista Salvador Allende - a marcha terminou em um cemitério que abriga um memorial dos presos desaparecidos e dos mortos pelo regime ditatorial.

"A ferida segue aberta porque a verdade não está contada e não foi feita justiça" após 42 anos do golpe, disse à AFP Tania Núñez, de 53 anos, que participou da manifestação carregando uma foto de um dos mais de 3.200 assassinados pela ditadura.

Com a voz de Allende saindo de alto-falantes, milhares de pessoas cruzaram La Moneda para começar uma caminhada de vários quilômetros nos quais a emoção e até algumas lágrimas se misturaram ao som dos tambores e da dança escolhida pelos jovens.

Ao longo do caminho o descontentamento contra a prisão Punta Peuco - localizada a 50 km de Santiago e que abriga uma centena de ex-membros das Forças Armadas condenados por torturas, sequestros e mortes - foi sentido através dos cantos, cartazes e comentários entre os participantes.

O governo da socialista Michelle Bachelet - que atravessa seu nível mais baixo de aprovação com 22% - reiterou no sábado que está avaliando um possível fechamento desta prisão, embora tenha negado que existam privilégios neste centro de reclusão.

Na sexta-feira, Bachelet destacou que 42 anos após o golpe que "devastou" o país ainda resta uma dívida pendente e que faltam "verdades a conhecer e justiça por aplicar".

Diante do imenso memorial com milhares de nomes daqueles que perderam a vida pela repressão militar, os familiares das vítimas depositaram cravos. A poucos metros dali foram registrados violentos confrontos que terminaram com a polícia lançando água e gases nos manifestantes.

A sangrenta ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38.000 torturados.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileDitaduraSantiago (Chile)

Mais de Mundo

Após dois anos de pausa, Blue Origin, de Jeff Bezos, leva passageiros ao espaço

Bombardeios continuam em Rafah, mesmo com chegada de emissário dos EUA a Israel

Irã inicia buscas por helicóptero do presidente Raisi após 'acidente'

Beyond Expo, em Macau, reúne 30 mil pessoas em feira tech que conecta a China ao mundo

Mais na Exame