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Mais de 60 mil morreram em conflito na Síria, diz ONU

Durante 5 meses, pesquisadores da ONU compilaram uma lista de 59.648 pessoas mortas na Síria entre 15 de março de 2011 e 30 de novembro de 2012

Um membro do Exército de libertação Sírio gesticula durante patrulha em Aleppo nesta quarta-feira (REUTERS/Muzaffar Salman)

Um membro do Exército de libertação Sírio gesticula durante patrulha em Aleppo nesta quarta-feira (REUTERS/Muzaffar Salman)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 16h45.

AMÃ/GENEBRA - Mais de 60 mil pessoas morreram no levante e na guerra civil da Síria, informou a ONU nesta quarta-feira, elevando dramaticamente o número de mortos em uma luta que não mostra sinais de acabar.

Na último episódio de violência, dezenas foram mortas em um subúrbio rebelde de Damasco quando um bombardeio do governo transformou um posto de gasolina em um inferno.

Motoristas que tinham corrido ao posto numa rara chance de encher os tanques de seus carros foram incinerados, disseram ativistas.

"Contei pelo menos 30 corpos. Estavam queimados ou dilacerados", disse Abu Saeed, ativista que chegou ao local do ataque, em Muleiha, uma hora após o bombardeio, às 13h (9h de Brasília).

A Comissária dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, disse em Genebra que pesquisadores cruzaram sete fontes ao longo de cinco meses de análises para compilar uma lista de 59.648 pessoas mortas na Síria entre 15 de março de 2011 e 30 de novembro de 2012.

"O número de vítimas é muito maior do que esperávamos, e é realmente chocante", disse a comissária. "Dado que não houve trégua no conflito desde o fim de novembro, nós podemos supor que mais de 60 mil pessoas foram mortas até o início de 2013".

Não houve discriminação por etnia ou informação sobre se os mortos eram rebeldes, soldados ou civis.

Anteriormente, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo de monitoramento ligado à oposição, anunciou o número de mortos confirmados em torno de 45.000, mas disse que o total real seria provavelmente maior.


Muleiha, província que foi alvo do ataque aéreo nesta quarta-feira, é uma região residencial e industrial na área de Ghouta, a leste de Damasco, e também abriga a base de defesa aérea síria.

Imagens de vídeo feitas por ativistas mostram o corpo de um homem de capacete ainda curvado sobre uma moto em meio a chamas que engolfavam a cena. Outro homem foi exibido carregando um corpo desmembrado.

O vídeo não pode ser confirmado. O governo proíbe o acesso à região de Damasco para a maior parte da mídia internacional.

Os ativistas disseram que foguetes foram disparados da base, depois do ataque aéreo, em direção ao posto de gasolina e de uma área residencial próxima.

Em Damasco, as forças do presidente Bashar al-Assad dispararam artilharia e morteiros contra bairros de Douma, Harasta, Irbin e Zamlaka, no leste, onde os rebeldes estão ativos, disseram ativistas que residem ali.

As forças de Assad controlam o centro da capital, enquanto os rebeldes e simpatizantes detêm um anel de subúrbios no sul e leste que são frequentemente atingidos por ataques aéreos.

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