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Mais de 50 mil pessoas fugiram de Porto Príncipe em três semanas devido à onda de violência

No primeiro trimestre de 2024, 1.554 pessoas morreram e 826 ficaram feridas devido à violência das gangues

Moradores deixam suas casas enquanto a violência das gangues aumenta em Porto Príncipe, Haiti. (Clarens SIFFROY/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de abril de 2024 às 20h36.

Mais de 50 mil pessoas saíram da área metropolitana de Porto Príncipe em um período de três semanas buscando segurança diante da violência das gangues que atinge a capital do Haiti . As informações foram anunciadas nesta terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Entre 8 e 27 de março, 53.125 pessoas deixaram a cidade, se somando aos 116 mil que haviam fugido nos meses anteriores, indicou a OIM em um comunicado à imprensa. Grande parte dos que fugiram de Porto Príncipe em março foram para o sul, segundo a organização, e a maioria relatou que estava indo "devido à violência e à insegurança".

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— É importante destacar que (as outras) províncias não possuem infraestrutura adequada e as comunidades que recebem esses migrantes em massa da capital não têm recursos suficientes para lidar com esses fluxos — acrescenta o comunicado.

Desde o final de fevereiro, as gangues do Haiti se uniram para atacar violentamente delegacias, prisões, o aeroporto e o porto da cidade em uma disputa contra o controverso primeiro-ministro, Ariel Henry.

A situação desencadeou uma grave crise humanitária, com escassez de alimentos e um colapso quase total das infraestruturas de saúde no país mais pobre das Américas. Apenas no primeiro trimestre de 2024, até 22 de março, 1.554 pessoas morreram e 826 ficaram feridas devido à violência das gangues, conforme relatado pela ONU na semana passada.

Henry, que chegou ao poder sem passar por eleições populares, após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, anunciou em 11 de março que renunciaria para ceder o poder a um conselho de transição.

No entanto, a designação do conselho, que terá nove pessoas, tem sido adiada por discordâncias internas e supostas dúvidas legais do governo anterior.

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