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Maioria dos correligionários de May rejeita acordo do Brexit, diz pesquisa

A poucos meses antes da saída do Reino Unido do bloco, May ainda não obteve o apoio ao seu acordo. Pesquisa deve afetar perspectivas positivas

Theresa May: premiê britânica segue enfrentando as negociações do Brexit, seu maior desafio de governo (Simon Dawson/Reuters)
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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 09h02.

Londres - A maioria dos membros do Partido Conservador, da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, rejeita o acordo fechado pela premiê para a separação do país da União Europeia, segundo uma pesquisa publicada nesta sexta-feira.

A menos de três meses da saída do Reino Unido do bloco, May ainda não obteve o apoio do Parlamento ao seu acordo, e a pesquisa pode abalar a esperança de que a pressão feita por membros locais durante o Natal consiga persuadir parlamentares conservadores a chancelá-lo.

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May adiou uma votação sobre o pacto planejada para dezembro depois de admitir que o acordo estava fadado à derrota, e está pedindo garantias adicionais a líderes da UE antes de uma votação que agora deve ocorrer na semana iniciada em 14 de janeiro.

A pesquisa com 1.215 membros do Partido Conservador revelou que 59 por cento se opõem ao acordo da premiê e 38 por cento o aprovam. Mais da metade dos entrevistados disse não acreditar que o pacto respeita o resultado do referendo do Brexit de 2016.

Quando indagados sobre como votariam se outro referendo fosse realizado para se escolher entre a proposta de May e uma saída do bloco sem um acordo, só 29 por cento disseram que ficariam com o acordo de May, e 64 por cento prefeririam nenhum acordo.

A sondagem foi realizada pelo YouGov entre 17 e 22 de dezembro para o Projeto dos Membros do Partido, um estudo de três anos sobre a filiação dos seis maiores partidos britânicos financiado pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social (ESRC), um organismo público sem vínculos com nenhum departamento.

"Os conservadores de raiz estão ainda menos impressionados do que os conservadores do Parlamento", disse Tim Bale, professor de Política da Universidade Queen Mary de Londres que ajuda na administração do Projeto dos Membros do Partido.

"Se alguns destes parlamentares puderem ser persuadidos a apoiar o acordo da primeira-ministra, não será porque foram pressionados pelos membros locais de seu partido a fazê-lo durante o feriado de Natal".

May está pedindo garantias da UE a respeito da chamada solução emergencial irlandesa, uma apólice de seguro concebida para evitar a volta de uma fronteira dura entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da UE, que continua sendo a maior barreira para se obter o apoio do Parlamento.

A solução lhe custou o apoio de dezenas de seus próprios parlamentares e do pequeno Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), um sustentáculo de seu governo de minoria. Críticos temem que a solução emergencial deixe o Reino Unido preso a uma união alfandegária com o bloco indefinidamente.

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