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Maioria dos americanos quer preservar monumentos confederados

Respostas da pesquisa foram fortemente divididas entre linhas raciais e partidárias, com brancos e republicanos amplamente a favor da preservação

Estátua do general confederado Lee, em Charlottesville (Jonathan Ernst/Reuters)
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Reuters

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 22h00.

Nova York - A maioria dos norte-americanos acredita que monumentos confederados devem ser preservados em espaços públicos, de acordo com uma pesquisa de opinião Reuters/Ipsos, em uma visão que é oposta aos esforços de muitas cidades para removê-las.

A pesquisa realizada de 18 a 21 de agosto mostrou que 54 por cento dos adultos disseram que monumentos confederados "devem continuar em todos os espaços públicos", enquanto 27 por cento disseram que eles "devem ser removidos de todos os espaços públicos". Outros 19 por cento disseram não saber.

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Respostas da pesquisa foram fortemente divididas entre linhas raciais e partidárias, com brancos e republicanos amplamente a favor da preservação. Democratas e minorias foram mais propensos a apoiar a remoção.

Cidades pelos Estados Unidos estão debatendo sobre o que fazer com centenas de estátuas, placas e outros monumentos erguidos à Confederação escravista. Alguns monumentos já haviam sido removidos neste ano em cidades como Nova Orleans e Baltimore.

A pesquisa também indica que o público está quase igualmente dividido sobre a manifestação "Unite the Right (Unir a Direita)", que terminou em morte e que foi convocada para protestar contra a remoção de uma estátua do general confederado Robert E. Lee em Charlottesville, na Virgínia.

A manifestação foi organizada por nacionalistas brancos e atraiu membros do Ku Klux Klan, neonazistas e supremacistas brancos, assim como contra-manifestantes com inclinação à esquerda.

O ato rapidamente irrompeu em violência e uma mulher de 32 anos foi morta após um homem jogar seu carro contra uma multidão de contra-manifestantes. O homem que a polícia disse estar dirigindo o carro foi descrito por um ex-professor como "apaixonado" por ideologias nazistas. Havia pessoas em ambos lados que estavam portando paus e escudos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, posteriormente culpou "ambos os lados" pelo conflito. "Você tinha um grupo de um lado que era mau", disse. "E você tinha um grupo do outro lado que também era muito violento".

Os comentários de Trump foram alvo de diversas críticas no espectro político, incluindo de chefes do Partido Republicano e líderes empresariais. Trump posteriormente dissolveu dois grupos de assessoria empresarial presidencial, após um crescente número de executivos sair em protesto aos seus comentários, e todos os 17 membros do comitê de artes e humanidades de Trump também renunciaram.

Contudo, de acordo com a pesquisa, 31 por cento dos norte-americanos descreveram a manifestação como uma "mistura equilibrada" de tumultos e intimidações de supremacistas brancos e contra-manifestantes da esquerda, um ponto que se aproxima dos comentários de Trump.

Outros 28 por cento disseram ver os supremacistas brancos como agressores e 10 por cento culparam em maior parte os contra-manifestantes da esquerda. Os 32 por cento restantes disseram "outros" ou "não sei".

A pesquisa de opinião Reuters/Ipsos foi realizada online em inglês pelos Estados Unidos, juntando respostas de 2.149 pessoas, incluindo 874 democratas e 763 republicanos. A pesquisa possui um intervalo de credibilidade, uma medida de precisão, de 2 pontos percentuais para o grupo inteiro e 4 pontos percentuais para democratas e republicanos.

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