Esporte

Cerimônia de Abertura da Paralimpíada critica falta de inclusão de PcDs; veja imagens

Jogos Paralímpicos de Paris-2024 começam nesta quinta-feira e Brasil pode chegar a 14 finais já no primeiro dia

Atletas desfilam pela Champs-Elysees, em final de tarde sem chuva  (Dimitar DILKOFF/AFP)

Atletas desfilam pela Champs-Elysees, em final de tarde sem chuva (Dimitar DILKOFF/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 18h19.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 18h38.

Tudo sobreOlimpíadas 2024
Saiba mais

Uma celebração a "todos os corpos" com boa dose de (auto)crítica às insuficientes iniciativas da sociedade para a inclusão da pessoa com deficiência marca a Cerimônia de Abertura da Paralimpíada de Paris-2024.

A festa que está sendo celebrada nesta quarta-feira tinha como objetivo a reflexão e Alexander Ekman, responsável pelas coreografias desta festa, com cerca de 500 artistas, nos convida a pensar em uma sociedade mais inclusiva. A Paralimpíada de Paris, a primeira a ser realizada na cidade, se estenderá até 8 de setembro.

Thomas Jolly, o diretor desta Cerimônia intitulada "Paradoxo", quis deixar uma marca, transmitir uma mensagem sensível. E tem conseguido: o paradoxo entre uma sociedade que afirma ser inclusiva, mas continua "cheia de preconceito em relação às pessoas com deficiência", população esta que chega a 15% da população mundial.

E o paradoxo já deu as caras antes mesmo da festa começar: a Champs-Elysées, a avenida mais famosa de Paris, teve de ganhar camada de asfalto liso para que os cadeirantes pudessem desfilar sem ficar trepidando. E o governo da região de Île-de-France prometeu "metrô para todos", cujo projeto de acessibilidade de todo o sistema está estimado entre € 15 bilhões e € 20 bilhões, a ser entregue ao longo de duas décadas. Cerca de 3% das estações de metrô de Paris são acessíveis.

Assim como a Cerimônia de Abertura da Olimpíada, às margens do Rio Sena, a Cerimônia da Paralimpíada está sendo realizada fora do principal estádio de atletismo do evento. Desta vez, o palco foi a Champs-Elysées, onde acontece o desfile das 168 delegações, além da Praça da Concórdia. Sem chuva, a grande vilã da festa olímpica, esta cerimônia tem clima festivo e bom humor.

O fio condutor de “Paradoxo” é a relação entre dois grupos: a “gangue criativa” e a “sociedade rígida”. Esses grupos interagem durante toda a cerimônia, em situações diversas.

Após um curta-metragem apresentando por Théo Curin, nadador francês que participou dos Jogos Paralímpicos Rio-2016, dando carona a atletas franceses em um táxi coberto com os mascotes, dançarinos da “gangue criativa” e da “sociedade rígida” tomaram o palco da Praça da Concórdia ao som do famoso pianista Chilly Gonzales.

Somente em um segundo momento, esses grupos começaram a interagir. Foi ao som da artista francesa Christine e The Queens, que apresentou nova versão da icônica canção de Édith Piaf, Non, je neregrette rien. Membros da sociedade rígida tiraram os óculos. Uma bonita mensagem.

O desfile dos atletas acontece após show da Patrulha Acrobática Francesa que coloriu o céu de Paris com as cores da bandeira da França. E a delegação brasileira, com agasalhos azuis e chapéus amarelos e azuis, foi muito aplaudida. Fez festa, "ola" e não parou quieta na área reservada. Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo, o Gabrielzinho (natação), campeões paralímpicos em Tóquio-2020 foram os porta-bandeiras.

Após os protocolos oficiais, discursos e juramentos, a chama paralímpica chegará ao local. O mesmo caldeirão usado na Olimpíada brilhará para a Paralimpíada e ficará exposto nos Jardins das Tulherias, preso a um balão até o dia 8 de setembro.

Brasil

O Brasil pode conquistar as primeiras medalhas paralímpicas já nesta quinta-feira. Caso os atletas do país avancem em todas as possibilidades, serão 14 finalistas da delegação na data inaugural de competições na França.

A modalidade com maior número de atletas com chances de brigar pelo pódio nesta quinta-feira é a natação. Doze nadadores do Brasil entrarão na água na estreia da modalidade. Onze deles disputarão as classificatórias na manhã francesa e, se avançarem, farão as finais no final da tarde e início da noite na Arena La Défense.

Um deles é Gabrielzinho (S2, limitações físico-motoras), um dos porta-bandeiras do Brasil. Ele nadará os 100m costas.

Outra nadadora que estreará em Paris nesta quinta-feira é a pernambucana Carol Santiago (S12, baixa visão), a mulher do Brasil com mais medalhas paralímpicas em Paris-2024. Dona de cinco medalhas nos Jogos de Tóquio 2020, a atleta disputará os 100m borboleta.

Além dos 12 nadadores, o ciclista goiano Carlos Alberto Soares vai disputar a prova de perseguição 3.000m (C1, bicicletas convencionais) e também poderá entrar na luta por um lugar no pódio. A lutadora gaúcha de taekwondo Maria Eduarda Stumpf, da categoria até 52 kg, também pode chegar à zona de medalha.

O Brasil será representado em outras modalidades nesta quinta-feira, mas sem disputas de finais na data: badminton, vôlei sentado, tiro com arco, bocha, tênis de mesa e goalball.

Acompanhe tudo sobre:Jogos ParalímpicosOlimpíadas 2024

Mais de Esporte

Jogos de hoje, domingo, 13 de outubro de 2024, onde assistir ao vivo e horários

Skate street: Rayssa Leal e Giovanni Vianna vão à final na Austrália

Jogos de hoje, sábado, 12 de outubro de 2024, onde assistir ao vivo e horários

Mesmo com a volta da rede social X, clubes vão manter Threads ativo e mais intenso