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Maduro está "disposto a se tornar ditador" pela paz econômica

O presidente venezuelano indicou que o combate à inflação no país deve ser um "objetivo nacional", que deve unir produtores e distribuidores

Maduro: "Chova, troveje ou relampeie, nós vamos obter a paz econômica" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Maduro: "Chova, troveje ou relampeie, nós vamos obter a paz econômica" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 21h38.

Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 22h11.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que está disposto a se tornar um ditador para combater a inflação, garantir a manutenção dos preços à população e chegar à "paz econômica" no país.

"Chova, troveje ou relampeie, nós vamos obter a paz econômica, a prosperidade e a estabilidade dos preços. Quero fazer isso de um jeito bom, mas se tiver que ser do ruim, me tornando um ditador para garantir os preços ao povo, eu vou fazê-lo", afirmou o presidente em um discurso em rede nacional de rádio e televisão.

Maduro indicou que o combate à inflação no país deve ser um "objetivo nacional", que deve unir produtores e distribuidores.

No discurso, Maduro disse desejar que o processo para a chegar à prosperidade econômica seja "como uma corrente de água que vai se limpando".

Para o presidente, é preciso expulsar "as águas do caos e da especulação dos precisos" porque a Venezuela precisa de estabilidade, de um modelo "ganhar-ganhar".

Maduro indicou que com as recentes medidas econômicas adotadas e a criação de novos mecanismos de controle, como os "fiscais populares", que denunciarão aos promotores comerciantes que vendam produtos a preços superiores aos fixados pelo governo, conseguirá a paz econômica na Venezuela.

Ontem, Maduro fez o anúncio desse conjunto de medidas na Assembleia Nacional Constituinte, formada apenas por chavistas.

O presidente entregou oito projetos de lei para consolidar o "modelo socialista" da Venezuela e sair de uma profunda crise que, segundo ele, é de responsabilidade do neoliberalismo capitalista.

A principal iniciativa adotada contra crise é o estabelecimento de um novo sistema com o qual a Comissão de Economia Constituinte estabelecerá, junto com os setores produtivos, de distribuição e os consumidores, os preços do leite, do pão, do azeite, do sabão, do macarrão, do frango, entre outros.

Esse novo impulso ao controle de preços já implantados no país será reforçado, segundo uma das propostas de Maduro, por fiscais eleitos entre as organizações comunitárias e quadros da revolução, que denunciarão ao Ministério Público os comerciantes que venderem mercadorias acima dos valores estabelecidos pelo governo.

O objetivo é perseguir e prender esses comerciantes, a quem Maduro acusa de ter aumentado os preços em "mil por cento" para enriquecer.

Além disso, o presidente os culpou mais uma vez pelo desabastecimento e pela explosão da inflação no país.

A Venezuela enfrenta há três anos uma escassez de produtos alimentícios que fez com que diversos itens fossem vendidos no mercado informal.

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