Exame Logo

Maduro diz estar preparando prisões de segurança máxima para manifestantes na Venezuela

Desde que o CNE anunciou a vitória do atual governante, venezuelanos foram às ruas protestar contra o resultado

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante coletiva à imprensa internacional sobre as eleições presidenciais no Palácio de Miraflores, em Caracas, em 31 de julho de 2024 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 06h39.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , disse, na quinta-feira, 1º, que está preparando prisões de segurança máxima para receber os manifestantes detidos durante os protestos que eclodiram depois de 28 de julho, quando a sua reeleição foi questionada por venezuelanos e membros da comunidade internacional.

"Estou preparando duas prisões que devo ter prontas em 15 dias, já estão sendo reparadas", disse Maduro em um ato transmitido pelo canal estatal VTV.

Veja também

"Todos os manifestantes vão para Tocorón e Tocuyito, presídios de segurança máxima", acrescentou, em alusão a duas prisões que estiveram por anos sob controle de quadrilhas até serem ocupadas pelas forças de ordem no ano passado.

Tocorón, por exemplo, era centro operacional da temida quadrilha Trem de Aragua.

Mais de mil pessoas foram detidas desde que eclodiram os protestos contra a reeleição deMaduro, que a oposição considerou fraudulenta.

"Temos mais de 1.200 capturados e estamos procurando mais 1.000 e vamos pegar todinhos porque eles foram treinados nos Estados Unidos, no Texas; naColômbia, noPerue noChile ", disse o presidente, sob forte pressão internacional por mais transparência no escrutínio.

Maduro se refere aos manifestantes como "terroristas", "delinquentes" e membros de "quadrilhas de nova geração", que comparou às gangues no Haiti e às 'maras' centro-americanas.

"Querem transformar a Venezuela em um novo Haiti ", afirmou o mandatário. "Tem muito caminho a percorrer, então que façam estradas", acrescentou, em alusão à "reeducação" que será implementada nestes presídios.

Os protestos deixaram pelo menos 11 civis mortos, além de um militar. A oposição estima o número de mortos em 16.

Liderados por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia , os opositores denunciam uma "escalada cruel e repressiva do regime".

Em meio às manifestações, houve escaramuças nas quais as estátuas do falecido ex-presidenteHugo Chávezforam derrubadas, assim como alguns dos enormes painéis com o rosto de Maduro que cobrem as avenidas de todo o país.

Manifestantes vão às ruas após eleição de Maduro

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaNicolás MaduroEleiçõesDemocracia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame