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Maduro diz à ONU que protestos são tentativa de golpe de Estado e culpa Gonzáles por mortes de civis

Venezuelanos ocupam as ruas desde segunda-feira, após atual presidente ser reeleito, segundo CNE

Venezuelan President Nicolas Maduro (C) speaks next to First Lady Cilia Flores (2nd R) and Vice President Delcy Rodriguez (R) during a rally at the Miraflores presidential palace in Caracas on July 30, 2024. Venezuela braced for new demonstrations after four people died and dozens were injured on the eve when the authorities broke up protests against President Nicolas Maduro's claim of victory in the country's hotly disputed weekend election. (Photo by Federico Parra / AFP) (AFP)

Publicado em 31 de julho de 2024 às 08h57.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse às Nações Unidas que os protestos e a violência que acontecem nas ruas do país desde segunda-feira, 29, são parte de um golpe de Estado contra ele.

Na terça-feira, 30, Maduro respondeu ao alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, que no mesmo dia denunciou o “uso desproporcional da força” durante a repressão das manifestações pelas forças de segurança venezuelanas e por indivíduos que apoiam o governo chavista.

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" Türk faz parte das peças que o sistema imperialista coloca em posições-chave na ONU para realizar o trabalho. Por um lado, ele vira as costas e não vê o massacre em Gaza, mas, por outro lado, mira a Venezuela para apoiar um golpe fascista e terrorista”, declarou Maduro durante reunião com as mais altas autoridades do país.

Depois de cobrar que os autores de abusos sejam punidos, o alto comissário da ONU pediu às autoridades venezuelanas que respeitem os direitos dos cidadãos de se reunirem, protestarem pacificamente e expressarem opiniões livremente e sem medo.

Maduro perguntou ao representante da ONU se “queimar o estabelecimento de alguém” ou “matar pessoas na rua” eram protestos, e responsabilizou os líderes da principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), por esses casos.

Ele também garantiu que seu governo “tomará todas as medidas possíveis para proteger o povo, restabelecer a paz, capturar os conspiradores, garantir que haja justiça na Venezuela e seja restabelecida a normalidade”.

A PUD alegou na segunda-feira que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceuas eleições presidenciais por ampla margem, ao contrário do que foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro vencedor.

Manifestantes nas ruas da Venezuela

Maduro x Edmundo Gonzáles

Na mesma terça-feira, Nicolás Maduro se dirigiu publicamente a Edmundo Gonzáles, dizendo para seu opositor sair do “esconderijo” e ir ao Palácio de Miraflores - sede do governo, em Caracas - para encontrá-lo e “mostrar a cara”.

“Venha até mim, estou esperando por você aqui em Miraflores, senhor González Urrutia. Não se atrase para chegar, seu covarde, venha até mim, seu covarde”, disse Maduro, apesar de o candidato opositor não estar escondido, já que nesta mesma terça-feira liderou uma manifestação em uma rua de Caracas, onde reuniu milhares de pessoas que o apoiam.

Isso aconteceu enquanto Maduro fez as declarações diante de centenas de simpatizantes, aos quais pediu que se mobilizem “todos os dias” para “restaurar a paz, a tranquilidade e a normalidade”.

Falta de transparência

O governante culpa Urrutia e sua principal apoiadora, María Corina Machado, por atos “terroristas”, em referência aos protestos em Caracas e em várias regiões do país contra o resultado oficial da eleição de domingo. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro venceu com 51,2% dos votos, contra 44,2% de Urrutia.

A diferença de votos entre eles é de 704.114, mas 20% do total de votos não foram contabilizados no boletim do CNE que informa a vitória de Maduro, o que corresponde a mais de 2 milhões de votos.

A maior coalizão de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), pela qual concorreu Urrutia, descreveu as manifestações como “expressões espontâneas e legítimas”. Já Maduro as chamou de “criminosas”, “terroristas”, e parte de um "golpe de Estado".

De acordo com quatro ONGs, ao menos 11 civis e 1 militar foram mortos nos protestos de segunda-feira.

Com informações de Agência EFE

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