Lista negra dos EUA vai contra espírito de acordo, diz Irã
Irã criticou decisão dos EUA de incluir em lista empresas suspeitas de evitar sanções contra Teerã, e a qualificou de contrária ao espírito do acordo de Genebra
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 12h02.
Teerã -O Irã interrompeu suas negociações com as grandes potências para denunciar a decisão dos Estados Unidos de incluir em sua lista negra empresas suspeitas de violar as sanções contra Teerã, um gesto que considerou "contrário ao espírito do acordo de Genebra".
"O gesto americano é contrário ao espírito do acordo de Genebra", pelo qual as grandes potências se comprometeram a não decretar novas sanções contra Teerã durante seis meses, afirmou nesta sexta-feira o negociador iraniano Abbas Araghshi, citado pela agência Fars.
"Estamos estudando a situação e daremos uma resposta adequada", acrescentou, um dia após a interrupção em Viena das negociações técnicas sobre a aplicação do acordo.
A agência IRNA já havia anunciado que os especialistas iranianos haviam voltado a Teerã para consultas, sem informar as razões desta decisão.
Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira que, em aplicação de um regime de sanções já existente, acrescentou a sua lista negra dez empresas e indivíduos, em sua maioria iranianos, suspeitos de comercializar ilegalmente com o Irã.
Os possíveis bens que estas empresas e pessoas possuírem nos Estados Unidos ficarão congelados e as empresas americanas ou com negócios neste país estão proibidas de comercializar com elas.
O acordo de Genebra "não interfere e não vai interferir em nossos incansáveis esforços destinados a desmascarar e chegar àqueles que apoiam o programa nuclear do Irã ou que buscam se esquivar das sanções", advertiu David Cohen, subsecretário do Tesouro encarregado da luta antiterrorista.
As novas sanções americanas e a falta de envolvimento dos americanos no acordo foram a causa da interrupção das negociações, segundo fontes informadas, citadas pela agência de notícias Mehr.
Estas negociações eram realizadas desde segunda-feira em Viena entre o Irã e as potências do 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, além da Alemanha) para implementar o acordo alcançado no dia 24 de novembro em Genebra sobre o controverso programa nuclear de Teerã.
A União Europeia (UE) havia afirmado anteriormente que, "após quatro dias de longas e detalhadas negociações, que refletem a complexidade dos temas técnicos tratados, está claro que é preciso seguir trabalhando", declarou Michael Mann, porta-voz de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.
"Agora ocorrerão consultas com as capitais com a esperança de que as negociações técnicas continuem em breve", acrescentou.
A delegação iraniana negociava os aspectos práticos do acordo assinado em 24 de novembro. Nas negociações participavam autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), encarregada de supervisionar sua aplicação.
Segundo o acordo, que pretende dar garantias à comunidade internacional sobre a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã, as potências mundiais aceitaram não impor novas sanções ao Irã durante os seis meses de sua vigência em troca de que Teerã limitasse as atividades de seu programa nuclear.
A ONU e a UE também se comprometeram a não impor novas sanções relacionadas ao tema nuclear durante este período, enquanto a administração americana deve evitar impô-las.
No entanto, muitos parlamentares americanos, céticos ante este acordo temporário, avaliam aplicar novas sanções econômicas para obrigar Teerã a assinar um acordo final que incluiria o abandono do direito ao enriquecimento de urânio.
Apesar disso, Tim Johnson, o presidente democrata da comissão bancária do Senado, tradicionalmente encarregado de elaborar e votar qualquer sanção econômica contra Teerã, explicou na quinta-feira que não é favorável a votar um novo pacote de sanções.
"Não deveríamos fazer nada contraproducente que possa enfraquecer a unidade ocidental neste caso. Deveríamos agir de tal maneira que, se as negociações fracassarem, o fracasso seja culpa do Irã", justificou.
"Não deveríamos dar pretextos ao Irã, aos países do 5+1 ou a outros países para que nos atribuam a responsabilidade de um fracasso", acrescentou.
Nos últimos dias, as autoridades iranianas advertiram contra a adoção de novas sanções e indicaram que elas afetariam o acordo de Genebra.
*Atualização às 13h02 do dia 13/12/2013
Teerã -O Irã interrompeu suas negociações com as grandes potências para denunciar a decisão dos Estados Unidos de incluir em sua lista negra empresas suspeitas de violar as sanções contra Teerã, um gesto que considerou "contrário ao espírito do acordo de Genebra".
"O gesto americano é contrário ao espírito do acordo de Genebra", pelo qual as grandes potências se comprometeram a não decretar novas sanções contra Teerã durante seis meses, afirmou nesta sexta-feira o negociador iraniano Abbas Araghshi, citado pela agência Fars.
"Estamos estudando a situação e daremos uma resposta adequada", acrescentou, um dia após a interrupção em Viena das negociações técnicas sobre a aplicação do acordo.
A agência IRNA já havia anunciado que os especialistas iranianos haviam voltado a Teerã para consultas, sem informar as razões desta decisão.
Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira que, em aplicação de um regime de sanções já existente, acrescentou a sua lista negra dez empresas e indivíduos, em sua maioria iranianos, suspeitos de comercializar ilegalmente com o Irã.
Os possíveis bens que estas empresas e pessoas possuírem nos Estados Unidos ficarão congelados e as empresas americanas ou com negócios neste país estão proibidas de comercializar com elas.
O acordo de Genebra "não interfere e não vai interferir em nossos incansáveis esforços destinados a desmascarar e chegar àqueles que apoiam o programa nuclear do Irã ou que buscam se esquivar das sanções", advertiu David Cohen, subsecretário do Tesouro encarregado da luta antiterrorista.
As novas sanções americanas e a falta de envolvimento dos americanos no acordo foram a causa da interrupção das negociações, segundo fontes informadas, citadas pela agência de notícias Mehr.
Estas negociações eram realizadas desde segunda-feira em Viena entre o Irã e as potências do 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, além da Alemanha) para implementar o acordo alcançado no dia 24 de novembro em Genebra sobre o controverso programa nuclear de Teerã.
A União Europeia (UE) havia afirmado anteriormente que, "após quatro dias de longas e detalhadas negociações, que refletem a complexidade dos temas técnicos tratados, está claro que é preciso seguir trabalhando", declarou Michael Mann, porta-voz de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.
"Agora ocorrerão consultas com as capitais com a esperança de que as negociações técnicas continuem em breve", acrescentou.
A delegação iraniana negociava os aspectos práticos do acordo assinado em 24 de novembro. Nas negociações participavam autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), encarregada de supervisionar sua aplicação.
Segundo o acordo, que pretende dar garantias à comunidade internacional sobre a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã, as potências mundiais aceitaram não impor novas sanções ao Irã durante os seis meses de sua vigência em troca de que Teerã limitasse as atividades de seu programa nuclear.
A ONU e a UE também se comprometeram a não impor novas sanções relacionadas ao tema nuclear durante este período, enquanto a administração americana deve evitar impô-las.
No entanto, muitos parlamentares americanos, céticos ante este acordo temporário, avaliam aplicar novas sanções econômicas para obrigar Teerã a assinar um acordo final que incluiria o abandono do direito ao enriquecimento de urânio.
Apesar disso, Tim Johnson, o presidente democrata da comissão bancária do Senado, tradicionalmente encarregado de elaborar e votar qualquer sanção econômica contra Teerã, explicou na quinta-feira que não é favorável a votar um novo pacote de sanções.
"Não deveríamos fazer nada contraproducente que possa enfraquecer a unidade ocidental neste caso. Deveríamos agir de tal maneira que, se as negociações fracassarem, o fracasso seja culpa do Irã", justificou.
"Não deveríamos dar pretextos ao Irã, aos países do 5+1 ou a outros países para que nos atribuam a responsabilidade de um fracasso", acrescentou.
Nos últimos dias, as autoridades iranianas advertiram contra a adoção de novas sanções e indicaram que elas afetariam o acordo de Genebra.
*Atualização às 13h02 do dia 13/12/2013