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Líderes europeus abordam situação crítica por Brexit na UE

"Estamos em uma situação crítica. Temos que mostrar com nossas ações que podemos melhorar", assegurou, ao chegar para a reunião, a chanceler alemã Angela Merkel

Reunião: países "terão uma conversa muito franca sobre em que estado se encontra a UE" (Leonhard Foeger/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2016 às 09h39.

Os dirigentes europeus se reúnem nesta sexta-feira em Bratislava para discutir como dar um novo impulso a uma União Europeia em "situação crítica" depois da decisão britânica de abandonar o bloco, em uma cúpula informal sem o Reino Unido e centrada na segurança e defesa.

"Estamos em uma situação crítica. Temos que mostrar com nossas ações que podemos melhorar", assegurou, ao chegar para a reunião, a chanceler alemã Angela Merkel , para quem esta cúpula deve ser a prova de que os integrantes da UE "podem trabalhar juntos para resolver os problemas" .

Os 27 países, reunidos sob fortes medidas de segurança em um castelo com vista para o Danúbio, "terão uma conversa muito franca sobre em que estado se encontra a UE", afirmou o anfitrião do encontro, o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

Quase três meses depois do referendo britânico, os líderes da UE pretendem impulsionar um projeto europeu apostando na segurança como resposta às preocupações dos 500 milhões de cidadãos.

"A União e seus Estados-membros devem demonstrar a forte determinação e capacidade para fazer frente aos principais problemas e preocupações de seus cidadãos", declarou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. O objetivo, segundo ele, "é retomar o controle político de nosso futuro comum".

A vontade dos britânicos de abandonar o bloco, expressada no referendo de 23 de junho, adicionou uma nova crise à UE, que sofre com problemas financeiros desde 2008 - fazendo com que milhares de trabalhadores se manifestassem nas ruas -, além da recente crise migratória, passando pelos atentados de extremistas contra o coração da Europa.

Os 27, já sem o Reino Unido, abordarão em Bratislava "o conceito de segurança", tanto "externa" com a proteção das fronteiras exteriores, como "interna" para lutar contra o terrorismo, explicou um diplomata europeu.

"Penso que agora temos um espaço político para fazer coisas que não eram realmente possíveis nos anos anteriores", confessou recentemente a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, dando a entender que a saída do Reino Unido poderia facilitar a tarefa.

Ainda que há alguns dias tenha descartado a criação de um "exército europeu" em um futuro próximo, Mogherini apostou em uma maior cooperação militar, como solicitado por Alemanha e França, com a criação de um quartel-general em Bruxelas, e anunciou a apresentação de um plano "ambicioso" antes do fim do ano.

Segundo Rosa Balfour, do German Marshall Fund, "os dirigentes europeus pensam que (apostando na segurança) responderão às preocupações dos cidadãos". Entretanto, o assunto da defesa europeia "avançou a passos lentos nos últimos 20 anos", e por isso é "irreal que esperem uma grande aceleração", acrescentou.

Mais ou menos Europa

O primeiro ato dessa semana decisiva foi protagonizado na quarta-feira pelo presidente do Executivo europeu, Jean-Claude Juncker, que aproveitou seu discurso anual sobre "o estado da União" diante da Eurocâmara para apresentar uma "agenda positiva".

O projeto europeu se encontra atualmente em um momento crucial para seu futuro, já que o contato entre o grupo de países afins estão analisando soluções para as crises, ainda que em alguns momentos tomem caminhos diferentes.

Os países do chamado Grupo de Visegrád (Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia) advogam por uma Europa menos integrada. "Um bom ambiente e uma foto de família (em Bratislava) não resolverão os problemas", alertou recentemente a primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo.

Esse países não podem "confiscar a discussão sobre o futuro da Europa", respondeu o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que pediu nesta sexta-feira, junto aos mandatários da França, Itália e outros países do sul da Europa, uma maior solidariedade em questões migratórias e maior flexibilidade no rigor orçamentário.

Segundo Janis A. Emmanouilidis, do grupo de análise European Policy Center (EPC), a UE quer "mostrar a seus cidadãos que ainda é capaz de trabalhar unida", mas advertiu que o rumo não parece mais ser a Europa, e sim "consolidar e salvar o que conseguir, ou inclusive uma tendência menos europeia".

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Os dirigentes europeus se reúnem nesta sexta-feira em Bratislava para discutir como dar um novo impulso a uma União Europeia em "situação crítica" depois da decisão britânica de abandonar o bloco, em uma cúpula informal sem o Reino Unido e centrada na segurança e defesa.

"Estamos em uma situação crítica. Temos que mostrar com nossas ações que podemos melhorar", assegurou, ao chegar para a reunião, a chanceler alemã Angela Merkel , para quem esta cúpula deve ser a prova de que os integrantes da UE "podem trabalhar juntos para resolver os problemas" .

Os 27 países, reunidos sob fortes medidas de segurança em um castelo com vista para o Danúbio, "terão uma conversa muito franca sobre em que estado se encontra a UE", afirmou o anfitrião do encontro, o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

Quase três meses depois do referendo britânico, os líderes da UE pretendem impulsionar um projeto europeu apostando na segurança como resposta às preocupações dos 500 milhões de cidadãos.

"A União e seus Estados-membros devem demonstrar a forte determinação e capacidade para fazer frente aos principais problemas e preocupações de seus cidadãos", declarou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. O objetivo, segundo ele, "é retomar o controle político de nosso futuro comum".

A vontade dos britânicos de abandonar o bloco, expressada no referendo de 23 de junho, adicionou uma nova crise à UE, que sofre com problemas financeiros desde 2008 - fazendo com que milhares de trabalhadores se manifestassem nas ruas -, além da recente crise migratória, passando pelos atentados de extremistas contra o coração da Europa.

Os 27, já sem o Reino Unido, abordarão em Bratislava "o conceito de segurança", tanto "externa" com a proteção das fronteiras exteriores, como "interna" para lutar contra o terrorismo, explicou um diplomata europeu.

"Penso que agora temos um espaço político para fazer coisas que não eram realmente possíveis nos anos anteriores", confessou recentemente a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, dando a entender que a saída do Reino Unido poderia facilitar a tarefa.

Ainda que há alguns dias tenha descartado a criação de um "exército europeu" em um futuro próximo, Mogherini apostou em uma maior cooperação militar, como solicitado por Alemanha e França, com a criação de um quartel-general em Bruxelas, e anunciou a apresentação de um plano "ambicioso" antes do fim do ano.

Segundo Rosa Balfour, do German Marshall Fund, "os dirigentes europeus pensam que (apostando na segurança) responderão às preocupações dos cidadãos". Entretanto, o assunto da defesa europeia "avançou a passos lentos nos últimos 20 anos", e por isso é "irreal que esperem uma grande aceleração", acrescentou.

Mais ou menos Europa

O primeiro ato dessa semana decisiva foi protagonizado na quarta-feira pelo presidente do Executivo europeu, Jean-Claude Juncker, que aproveitou seu discurso anual sobre "o estado da União" diante da Eurocâmara para apresentar uma "agenda positiva".

O projeto europeu se encontra atualmente em um momento crucial para seu futuro, já que o contato entre o grupo de países afins estão analisando soluções para as crises, ainda que em alguns momentos tomem caminhos diferentes.

Os países do chamado Grupo de Visegrád (Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia) advogam por uma Europa menos integrada. "Um bom ambiente e uma foto de família (em Bratislava) não resolverão os problemas", alertou recentemente a primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo.

Esse países não podem "confiscar a discussão sobre o futuro da Europa", respondeu o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que pediu nesta sexta-feira, junto aos mandatários da França, Itália e outros países do sul da Europa, uma maior solidariedade em questões migratórias e maior flexibilidade no rigor orçamentário.

Segundo Janis A. Emmanouilidis, do grupo de análise European Policy Center (EPC), a UE quer "mostrar a seus cidadãos que ainda é capaz de trabalhar unida", mas advertiu que o rumo não parece mais ser a Europa, e sim "consolidar e salvar o que conseguir, ou inclusive uma tendência menos europeia".

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