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Líder opositor russo é condenado a 15 dias de prisão por desacato

A Justiça russa acusou Alexei Navalny de instigar as pessoas a sairem às ruas, o que obstaculizou o trânsito e causou desordem pública

Alexei Navalny: o opositor já havia sido punido pela Justiça com uma multa de 20 mil rublos (300 euros) por organizar a manifestação não autorizada (Tatyana Makeyeva/Reuters)
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EFE

Publicado em 27 de março de 2017 às 10h49.

Moscou - O líder opositor russo Alexei Navalny foi condenado nesta segunda-feira a 15 dias de prisão por desacato à polícia durante o grande protesto antigovernamental de ontem, que terminou com centenas de ativistas detidos pelas autoridades.

"Diante da exigência dos policiais para que cessasse suas ações, (Navalny) tentou resistir, usando braços e pernas, e tentando causar um alvoroço", afirmou o juiz.

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Navalny, que negou sua culpabilidade durante a audiência, já havia sido punido pela Justiça com uma multa de 20 mil rublos (300 euros) por organizar a manifestação não autorizada no centro da capital russa, a maior nos últimos cinco anos.

"Eu sempre cumpro as exigências legais da polícia", disse o opositor, que foi detido no domingo, antes mesmo do início do ato.

A Justiça russa acusou o líder da oposição extraparlamentar de instigar as pessoas a sair às ruas, o que obstaculizou o trânsito e causou desordem pública.

"Não reconheço minha culpa. O povo está descontente com a corrupção e, por isso, decidiu participar da manifestação pacífica", alegou o opositor durante a audiência.

Além disso, Navalny denunciou no Twitter que 20 funcionários de seu Fundo de Luta contra a Corrupção foram detidos, e que a polícia apreendeu todos os computadores e diversos documentos.

O presidente, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, "tentam fechar o Fundo de Luta contra a Corrupção", disse o opositor sobre a instituição que ele dirige e que se dedica a denunciar a corrupção na administração pública.

Dezenas de milhares de pessoas atenderam à convocação de Navalny e participaram no domingo de uma jornada de protestos que se estendeu por todo o país e que, no caso de Moscou, resultou em mais de 500 detidos, segundo fontes policiais, e cerca de 1.400, segundo estimativas de organizações de direitos humanos.

O Kremlin defendeu hoje a ação da polícia russa na hora de dispersar os manifestantes opositores, o que foi condenado por Estados Unidos e União Europeia (UE).

Os EUA condenaram a detenção de "centenas de manifestantes pacíficos", enquanto a UE reivindicou a libertação dos opositores.

Navalny, advogado de formação, pode ser impedido de enfrentar Putin nas eleições presidenciais de 2018 se perder o recurso apresentado contra uma sentença judicial que o condenou por apropriação indevida após um polêmico processo.

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