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Líder opositor da Turquia é investigado por divulgar charge do presidente

A publicação do líder opositor foi em solidariedade a um grupo de estudantes que foram presos após exibirem essas imagens satíricas do durante formatura

Não é possível reprimir a crítica e o humor com detenções, disse o político opositor (Vasily Fedosenko/Reuters)
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EFE

Publicado em 18 de julho de 2018 às 10h12.

Ancara - O Ministério Público da Turquia abriu nesta quarta-feira uma investigação contra o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu, líder do principal partido opositor do país, por ter publicado no Twitter charges que ridicularizam o presidente, Recep Tayyip Erdogan, segundo informou a emissora "NTV".

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Kiliçdaroglu publicou na terça-feira um tweet no qual pedia para que os deputados do Partido Republicano do Povo (CHP) - ao qual pertence - compartilhassem a charge, que com a legenda "O mundo de Tayyips" mostra Erdogan em forma de diferentes animais, como um gato, um camelo, um elefante e uma serpente, entre outros.

O líder opositor realizou esta ação em solidariedade a um grupo de estudantes que foram detidos no último dia 7 após exibirem essas imagens satíricas durante a cerimônia de formatura.

As autoridades turcas prenderam quatro jovens que comemoravam a graduação na Universidade Técnica do Oriente Médio de Ancara, o centro universitário mais prestigiado do país.

"É preciso suportar a crítica e o humor, deveriam. Não é possível reprimir a crítica e o humor com detenções", escreveu o político opositor na rede social.

O procurador que iniciou a investigação pede de um a quatro anos de prisão para Kiliçdaroglu por ter infringido um artigo do código penal turco que proíbe qualquer tipo de insulto ao presidente.

A mesma charge já havia sido publicada pela revista satírica "Penguen", em 2006. Naquela ocasião, Erdogan, que era deputado, denunciou o veículo por considerar a atitude um insulto e levou o caso a um tribunal, que se recusou a seguir com o debate.

Em mensagem aos membros do CHP no Parlamento, Kilicdaroglu disse que as imagens não eram um insulto e considerou a detenção dos estudantes uma falta de inteligência e tolerância à crítica por parte das autoridades turcas.

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