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Líder iraniano avisa que não aceita "negociar sob ameaças"

A máxima figura política e religiosa do país respondeu às declarações de autoridades americanas de que havia "a opção militar", caso as negociações fracassassem

O guia supremo do Irã, Ali Khamenei: para ele, os EUA necessitam de um acordo com o Irã, tanto quanto o governo iraniano, já que Teerã pretende pôr fim às sanções enquanto Washington necessita "deixar um legado" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2015 às 14h28.

Teerã - O líder supremo do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, avisou nesta quarta-feira que seu país não está disposto a aceitar o resultado de uma negociação nuclear que é realizada sob "as ameaças" de uso da força da outra parte.

Segundo disseram hoje várias agências de notícias iranianas, o líder supremo, a máxima figura política e religiosa do país, se referiu assim à série de declarações feitas nos últimos dias por autoridades americanas nas quais indicavam que seu país mantinha aberta "a opção militar" caso fracassassem as negociações que o Irã e os países do Grupo 5+1 mantêm sobre o programa nuclear de Teerã.

"Não é aceitável que o grupo oposto continue ameaçando de forma simultânea as negociações. Negociar sob uma ameaça não tem muito sentido e a nação iraniana não tolera negociar sob a sombra da ameaça", disse Khamenei em um encontro com professores em Teerã.

Nesse sentido, o líder supremo indicou que, apesar do que dizem os americanos, eles não são capazes de "fazer uma maldita coisa" contra seu país, pois, "como já disse sob o governo do anterior presidente dos Estados Unidos (George W. Bush), os tempos das táticas do oeste selvagem já passaram. O Irã não deixará escapar ninguém que tente agredir seu país".

Khamenei indicou que os EUA necessitam de um acordo com o Irã, pelo menos tanto como o governo iraniano, já que Teerã pretende pôr fim às sanções enquanto Washington necessita "deixar um legado por trás" e "reivindicar ter sido capaz de se sentar com o Irã na mesa negociadora e impor algumas condições".

Com relação ao conteúdo das negociações entre Irã e Grupo 5+1 (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia mais Alemanha), nas quais são debatidos tanto quais limites serão impostos ao programa nuclear iraniano como o fim das sanções que "acabam" com a economia do país, Khamenei disse que o Irã "sabe muito bem que seus problemas econômicos" não serão resolvidos "com o fim das sanções", mas "com seu próprio planejamento, vontade e habilidade".

"Certamente, se as sanções forem eliminadas, os problemas econômicos serão mais fáceis de resolver. Mas sua resolução será possível se as sanções continuarem", acrescentou.

Entre outras "ameaças" percebidas pelo Irã nos últimos dias estão as declarações que o secretário de Estado dos EUA John Kerry fez à imprensa de Israel, dizendo que o compromisso de seu governo com a segurança israelense é demonstrado pela bomba de 13 mil quilos projetada por seu país "com habilidade para tratar com o programa nuclear iraniano".

Em 2 de abril, Irã e o Grupo 5+1 anunciaram ter chegado a um princípio de acordo para assegurar que o programa nuclear iraniano não seja desviado para fins bélicos em troca do fim das sanções.

O acordo deverá ter sua forma definitiva antes do fim de junho, para o qual ambas as partes já mantiveram várias reuniões para redigir o texto, a última que terminou ontem em Nova York. EFE

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Teerã - O líder supremo do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, avisou nesta quarta-feira que seu país não está disposto a aceitar o resultado de uma negociação nuclear que é realizada sob "as ameaças" de uso da força da outra parte.

Segundo disseram hoje várias agências de notícias iranianas, o líder supremo, a máxima figura política e religiosa do país, se referiu assim à série de declarações feitas nos últimos dias por autoridades americanas nas quais indicavam que seu país mantinha aberta "a opção militar" caso fracassassem as negociações que o Irã e os países do Grupo 5+1 mantêm sobre o programa nuclear de Teerã.

"Não é aceitável que o grupo oposto continue ameaçando de forma simultânea as negociações. Negociar sob uma ameaça não tem muito sentido e a nação iraniana não tolera negociar sob a sombra da ameaça", disse Khamenei em um encontro com professores em Teerã.

Nesse sentido, o líder supremo indicou que, apesar do que dizem os americanos, eles não são capazes de "fazer uma maldita coisa" contra seu país, pois, "como já disse sob o governo do anterior presidente dos Estados Unidos (George W. Bush), os tempos das táticas do oeste selvagem já passaram. O Irã não deixará escapar ninguém que tente agredir seu país".

Khamenei indicou que os EUA necessitam de um acordo com o Irã, pelo menos tanto como o governo iraniano, já que Teerã pretende pôr fim às sanções enquanto Washington necessita "deixar um legado por trás" e "reivindicar ter sido capaz de se sentar com o Irã na mesa negociadora e impor algumas condições".

Com relação ao conteúdo das negociações entre Irã e Grupo 5+1 (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia mais Alemanha), nas quais são debatidos tanto quais limites serão impostos ao programa nuclear iraniano como o fim das sanções que "acabam" com a economia do país, Khamenei disse que o Irã "sabe muito bem que seus problemas econômicos" não serão resolvidos "com o fim das sanções", mas "com seu próprio planejamento, vontade e habilidade".

"Certamente, se as sanções forem eliminadas, os problemas econômicos serão mais fáceis de resolver. Mas sua resolução será possível se as sanções continuarem", acrescentou.

Entre outras "ameaças" percebidas pelo Irã nos últimos dias estão as declarações que o secretário de Estado dos EUA John Kerry fez à imprensa de Israel, dizendo que o compromisso de seu governo com a segurança israelense é demonstrado pela bomba de 13 mil quilos projetada por seu país "com habilidade para tratar com o programa nuclear iraniano".

Em 2 de abril, Irã e o Grupo 5+1 anunciaram ter chegado a um princípio de acordo para assegurar que o programa nuclear iraniano não seja desviado para fins bélicos em troca do fim das sanções.

O acordo deverá ter sua forma definitiva antes do fim de junho, para o qual ambas as partes já mantiveram várias reuniões para redigir o texto, a última que terminou ontem em Nova York. EFE

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