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Líder copta visita papa Francisco no Vaticano

Papa copta, Tawandros 2º, visitou o papa num evento em que ambos se chamaram de "vossa santidade", rezaram juntos e pregaram conciliação

Basílica de São Pedro, no Vaticano: com visita de líder copta, três papas se concentram no menos país do mundo (Paul Hanna/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 11h43.

Cidade do Vaticano - Nada menos do que três papas estiveram na sexta-feira ao mesmo tempo dentro do menor país do mundo, o Vaticano.

O papa copta, Tawandros 2º., visitou o papa católico, Francisco, num evento em que ambos se chamaram de "vossa santidade", rezaram juntos e pregaram a conciliação entre suas comunidades, sem aludir aos ataques contra cristãos no Egito, a pátria dos coptas.

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A reunião ocorreu no Palácio Apostólico, a poucas centenas de metros do convento onde o papa emérito Bento 16 está vivendo.

Tawandros 2º., que faz sua primeira visita para fora do Egito desde sua eleição, em novembro, não tinha planos de visitar Bento 16. Ele é apenas o segundo chefe da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria - maior seita cristã do Egito - a visitar o Vaticano.

Os cristãos compõem cerca de 15 por cento da população do Egito, de 84 milhões de pessoas, e têm sido alvo de frequentes ataques por membros da maioria muçulmana.

Em seu discurso, Francisco falou de um "ecumenismo do sofrimento" entre os cristãos, e depois disso, ao rezarem numa capela do Vaticano, os dois papas escutaram uma prece por "todos os países e comunidades que são vítimas do conflito e da violência", e pela "paz e harmonia sem discriminação nem injustiça".

A tensão religiosa no Egito cresceu depois da ascensão de políticos islâmicos ao poder, em 2011, que se seguiu à derrubada do presidente Hosni Mubarak. Naquele ano, os cristãos haviam saído às ruas junto com os muçulmanos para derrubar Mubarak.

Em uma rara entrevista no mês passado, Tawandros 2º. disse à Reuters que os cristãos egípcios se sentem negligenciados pelo governo ligado à Irmandade Muçulmana, que pouco estaria fazendo para cumprir suas promessas de dar proteção às minorias.

"Há uma sensação de marginalização e rejeição, que chamamos de isolamento social", afirmou.

Tawandros 2º. convidou o argentino Francisco para visitar o Egito, mas o papa católico para isso precisaria de um convite paralelo feito pelo governo do país.

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