Mundo

Líbia afirma que lei islâmica é base da legislação

Ministério da Justiça havia anunciado recentemente uma revisão completa das leis e regulamentos nacionais em conformidade com as disposições da sharia

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 14h42.

Trípoli - O Congresso Geral Nacional (CGN, Parlamento) afirmou em um comunicado, nesta quarta-feira, que a lei islâmica é a "fonte da legislação" na Líbia, em resposta a grupos islâmicos que reivindicam a aplicação da sharia.

"O Congresso segue (...) o debate sobre as bases da legislação na Líbia e as dúvidas que foram expressas sobre este assunto, por isso confirma que a sharia (lei islâmica) é a fonte da legislação na Líbia", diz o comunicado.

"As leis conflitantes com a sharia são consideradas nulas e sem efeito", acrescenta o texto que parece destinado a atender às demandas de alguns grupos salafistas envolvidos na violência registrada nos últimos dias no leste do país.

O ministério da Justiça havia anunciado recentemente uma revisão completa das leis e regulamentos nacionais em conformidade com as disposições da sharia.

Ele anunciou a criação de um "comitê para revisar a legislação existente e propor alterações, de modo a não contradizer as disposições e regras fundamentais da lei islâmica".

Uma lei estabelecida pelo regime de Muammar Kadhafi limitando a poligamia já havia sido abolida após a revolução de 2011 que derrubou o regime.

O Ansar Al-Sharia, o principal grupo salafista jihadista líbio, apontado como responsável por dezenas de ataques e assassinatos no país, declarou recentemente que a segurança na Líbia dependia da aplicação da lei islâmica.

Este grupo, cuja sede está localizada em Benghazi, a capital do leste da Líbia, também indicou que não reconhece as instituições do Estado, nem os seus serviços de segurança, chamando-os de apóstatas e "taghout" (forças do mal a serviço da tirania).

Uma nova Constituição está sendo elaborada. Ela deverá abordar questões-chave, incluindo a influência da lei islâmica, o sistema político, a língua oficial do país e o status das mulheres e das minorias.

Em um país onde o Islã conservador está profundamente enraizado, muitos analistas acreditam que há um amplo consenso sobre o fato de que a nova Constituição deve ser fortemente baseada na sharia, mas também na necessidade de evitar o extremismo.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaIslamismoLíbia

Mais de Mundo

Venezuela chama embaixadora na Espanha para consultas

Senado argentino aprova lei orçamentária emergencial para universidades

Juiz anula proibição ao aborto em Dakota do Norte, nos EUA

Incêndios florestais na Argentina afetam ilhas no rio Paraná