Lentidão da polícia após estupro e mortes revolta Índia
O estupro em grupo e o enforcamento de duas adolescentes no norte da Índia gerou uma onda de indignação popular contra a polícia
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2014 às 17h54.
Nova Deli - O estupro em grupo e o enforcamento de duas adolescentes dalits (casta intocável, a mais baixa) no norte da Índia gerou uma onda de indignação popular contra a polícia, acusada de negligência em muitos casos de abuso sexual no país asiático.
Os corpos das duas primas, de 14 e 15 anos, apareceram pendurados na manhã de quarta-feira em uma árvore na cidade de Katra, no estado de Uttar Pradesh, depois que na noite de terça-feira as meninas desapareceram depois de ir urinar em campo aberto, por não terem banheiro em casa.
Ao perceber que as jovens não voltavam, o irmão de uma delas saiu em sua procura e, após vasculhar a região, descobriu que estavam presas em uma casa da cidade, mas quando os parentes das meninas pediram que as libertassem, os sequestradores se negaram, divulga o canal "NDTV".
A família das adolescentes, então, foi até a polícia local para reivindicar ajuda, mas os agentes se negaram registrar a denúncia e, enquanto discutiam, chegou a trágica notícia à delegacia que as duas jovens haviam sido encontradas enforcadas.
Chegando ao local do crime, a polícia quis retirar imediatamente o corpo das adolescentes, mas os aldeães do povo impediram, fecharam as estradas em protesto contra a inação policial, e esperaram a chegada da polícia científica e do médico legista.
"A autópsia confirmou que as duas foram estupradas antes de serem assassinadas", disse à agência indiana "PTI" o superintendente da polícia local, Atul Kumar Saxena, que assegurou também que dois agentes foram suspensos e acusados de "conspiração criminosa".
No cativeiro estavam o policial Awadhesh Yadav e dois de seus irmãos, Pappu e Urvesh.
Os três foram acusados de homicídio e estupro. Outros dois indivíduos que estavam na casa ainda não foram identificados, informou a polícia.
"As meninas, que provinham de uma comunidade muito pobre, ainda estavam vivas quando as penduraram", contou indignada à Agência Efe Sudha Sundararaman, vice-presidente da Associação de Mulheres Democráticas da Índia (AIDWA, em inglês), a principal organização feminina do país.
Sundararaman reivindicou um "julgamento rápido" contra todos os envolvidos no crime, incluindo policiais que não recuperaram as jovens, e anunciou que AIDWA convocou manifestações em toda a Índia para amanhã contra a inoperância policial.
A organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI) destacou hoje em comunicado que a crueza do caso e a inoperância policial aconteceu que as jovens eram da casta mais baixa.
"Apesar de que na Índia são protegidos pela Constituição e por leis especiais, os dalits - e especialmente suas mulheres - enfrentam vários níveis de discriminação e violação", afirmou uma ativista da AI na Índia, Divya Iyer.
A ativista esclareceu que os homens que raptaram e estupraram as adolescentes pertenciam a uma casta superior.
"Sabe-se que membros das castas dominantes usam a violência sexual contra as "dalits" como ferramenta para castigar, humilhar e reivindicar o poder (frente aos intocáveis)", sentenciou Iyer.
Nova Deli - O estupro em grupo e o enforcamento de duas adolescentes dalits (casta intocável, a mais baixa) no norte da Índia gerou uma onda de indignação popular contra a polícia, acusada de negligência em muitos casos de abuso sexual no país asiático.
Os corpos das duas primas, de 14 e 15 anos, apareceram pendurados na manhã de quarta-feira em uma árvore na cidade de Katra, no estado de Uttar Pradesh, depois que na noite de terça-feira as meninas desapareceram depois de ir urinar em campo aberto, por não terem banheiro em casa.
Ao perceber que as jovens não voltavam, o irmão de uma delas saiu em sua procura e, após vasculhar a região, descobriu que estavam presas em uma casa da cidade, mas quando os parentes das meninas pediram que as libertassem, os sequestradores se negaram, divulga o canal "NDTV".
A família das adolescentes, então, foi até a polícia local para reivindicar ajuda, mas os agentes se negaram registrar a denúncia e, enquanto discutiam, chegou a trágica notícia à delegacia que as duas jovens haviam sido encontradas enforcadas.
Chegando ao local do crime, a polícia quis retirar imediatamente o corpo das adolescentes, mas os aldeães do povo impediram, fecharam as estradas em protesto contra a inação policial, e esperaram a chegada da polícia científica e do médico legista.
"A autópsia confirmou que as duas foram estupradas antes de serem assassinadas", disse à agência indiana "PTI" o superintendente da polícia local, Atul Kumar Saxena, que assegurou também que dois agentes foram suspensos e acusados de "conspiração criminosa".
No cativeiro estavam o policial Awadhesh Yadav e dois de seus irmãos, Pappu e Urvesh.
Os três foram acusados de homicídio e estupro. Outros dois indivíduos que estavam na casa ainda não foram identificados, informou a polícia.
"As meninas, que provinham de uma comunidade muito pobre, ainda estavam vivas quando as penduraram", contou indignada à Agência Efe Sudha Sundararaman, vice-presidente da Associação de Mulheres Democráticas da Índia (AIDWA, em inglês), a principal organização feminina do país.
Sundararaman reivindicou um "julgamento rápido" contra todos os envolvidos no crime, incluindo policiais que não recuperaram as jovens, e anunciou que AIDWA convocou manifestações em toda a Índia para amanhã contra a inoperância policial.
A organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI) destacou hoje em comunicado que a crueza do caso e a inoperância policial aconteceu que as jovens eram da casta mais baixa.
"Apesar de que na Índia são protegidos pela Constituição e por leis especiais, os dalits - e especialmente suas mulheres - enfrentam vários níveis de discriminação e violação", afirmou uma ativista da AI na Índia, Divya Iyer.
A ativista esclareceu que os homens que raptaram e estupraram as adolescentes pertenciam a uma casta superior.
"Sabe-se que membros das castas dominantes usam a violência sexual contra as "dalits" como ferramenta para castigar, humilhar e reivindicar o poder (frente aos intocáveis)", sentenciou Iyer.