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Lei do Hamas promove segregação de gênero em escolas de Gaza

O Ministério da Educação vão impedir homens de ensinar em escolas de meninas e determinam classes separadas para meninos e meninas a partir de 9 anos de idade

O líder do Hamas, Khaled Meshaal: Hamas nega repetidamente as acusações de grupos de direitos humanos de que está tentando impor as leis islâmicas em Gaza. (REUTERS)
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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 17h00.

Gaza - As novas regras do grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, para o Ministério da Educação vão impedir homens de ensinar em escolas de meninas e determinam classes separadas para meninos e meninas a partir de 9 anos de idade.

A lei, publicada na segunda-feira, entrará em vigor no próximo ano letivo e será aplicada na região, incluindo escolas privadas, cristãs e das Nações Unidas.

Os críticos das novas medidas dizem que o movimento islâmico está tentando impor sua ideologia na sociedade, mas seus defensores dizem que eles apenas querem codificar valores conservadores palestinos em lei.

"Somos um povo muçulmano. Nós não precisamos tornar as pessoas muçulmanas, e nós estamos fazendo o que serve ao nosso povo e sua cultura", disse à Reuters Waleed Mezher, consultor jurídico do Ministério da Educação.

O Hamas governa Gaza desde uma breve guerra civil com seus rivais palestinos no partido secular Fatah, em 2007, um ano depois da vitória inesperada em eleições parlamentares palestinas.

A divisão política paralisou o Legislativo e, principalmente, impediu a promulgação de novas leis em Gaza e na Cisjordânia.

Mas parlamentares do Hamas em Gaza agiram sozinhos para aprovar a nova lei de educação, e os críticos do movimento o acusam há anos de tentar construir um Estado independente em Gaza.

Zeinab Al-Ghoneimi, uma ativista de Gaza pelos direitos das mulheres, disse que a nova lei faz parte de um projeto do Hamas para impor seus valores sobre os moradores de Gaza.

"Dizer que a antiga lei não respeitava as tradições da comunidade e que eles (Hamas) queriam reformar as pessoas agora é um insulto para a comunidade", disse a uma rádio palestina Ghoneimi.

"Em vez de se esconder atrás de tradições, por que não dizer claramente que eles são islâmicos e querem islamizar a comunidade", disse ela.

Escolas privadas e cristãs, onde as aulas são mistas até o ensino médio, seriam as mais afetadas pela decisão. Escolas administradas pelo governo de Gaza já estavam, em sua maioria, divididas por sexo.

Líderes do Hamas negam repetidamente as acusações de grupos de direitos humanos de que estão tentando impor as leis islâmicas em Gaza.

Ativistas de direitos humanos criticaram movimentos por parte do governo do Hamas nos últimos anos de impor o uso de vestimentas islâmicas a advogadas e alunas de escola, de proibir homens de trabalhar como cabeleireiros para as mulheres e de interrogar casais andando nas ruas de Gaza.

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Gaza - As novas regras do grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, para o Ministério da Educação vão impedir homens de ensinar em escolas de meninas e determinam classes separadas para meninos e meninas a partir de 9 anos de idade.

A lei, publicada na segunda-feira, entrará em vigor no próximo ano letivo e será aplicada na região, incluindo escolas privadas, cristãs e das Nações Unidas.

Os críticos das novas medidas dizem que o movimento islâmico está tentando impor sua ideologia na sociedade, mas seus defensores dizem que eles apenas querem codificar valores conservadores palestinos em lei.

"Somos um povo muçulmano. Nós não precisamos tornar as pessoas muçulmanas, e nós estamos fazendo o que serve ao nosso povo e sua cultura", disse à Reuters Waleed Mezher, consultor jurídico do Ministério da Educação.

O Hamas governa Gaza desde uma breve guerra civil com seus rivais palestinos no partido secular Fatah, em 2007, um ano depois da vitória inesperada em eleições parlamentares palestinas.

A divisão política paralisou o Legislativo e, principalmente, impediu a promulgação de novas leis em Gaza e na Cisjordânia.

Mas parlamentares do Hamas em Gaza agiram sozinhos para aprovar a nova lei de educação, e os críticos do movimento o acusam há anos de tentar construir um Estado independente em Gaza.

Zeinab Al-Ghoneimi, uma ativista de Gaza pelos direitos das mulheres, disse que a nova lei faz parte de um projeto do Hamas para impor seus valores sobre os moradores de Gaza.

"Dizer que a antiga lei não respeitava as tradições da comunidade e que eles (Hamas) queriam reformar as pessoas agora é um insulto para a comunidade", disse a uma rádio palestina Ghoneimi.

"Em vez de se esconder atrás de tradições, por que não dizer claramente que eles são islâmicos e querem islamizar a comunidade", disse ela.

Escolas privadas e cristãs, onde as aulas são mistas até o ensino médio, seriam as mais afetadas pela decisão. Escolas administradas pelo governo de Gaza já estavam, em sua maioria, divididas por sexo.

Líderes do Hamas negam repetidamente as acusações de grupos de direitos humanos de que estão tentando impor as leis islâmicas em Gaza.

Ativistas de direitos humanos criticaram movimentos por parte do governo do Hamas nos últimos anos de impor o uso de vestimentas islâmicas a advogadas e alunas de escola, de proibir homens de trabalhar como cabeleireiros para as mulheres e de interrogar casais andando nas ruas de Gaza.

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