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'La Dolce Vita' chega ao fim na Itália

População está pessimista com o futuro econômico do país e com a crise

Manifestantes italianos nas ruas de Nápoles: pessimismo sobre o futuro (Mario Laporta/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 16h06.

Roma - Os italianos ouvidos nas ruas de Roma, após o anúncio de saída de Silvio Berlusconi, não escondem o medo do futuro e expressam dúvidas sobre a capacidade de seu sucessor, seja ele quem for, de melhorar a situação. A verdade é que "La Dolce Vita" tornou-se um sonho distante... não existe mais na Itália .

"Todos os citados como possíveis sucessores vão cuidar apenas de seus interesses", comentou Daniela D'Antonio, 24 anos, ao distribuir prospectos no centro da cidade.

Até agora, o candidato mais bem situado é o economista respeitado Mario Monti, de 68 anos.

"Eles vão nos prometer novamente uma vida boa, mas isso, simplesmente, acabou", acrescentou a jovem, que sobrevive com salário mensal de 500 euros.

Quando chegou pela primeira vez ao poder, em 1994, Berlusconi vendeu aos italianos o sonho americano, mas esta visão foi quebrada pela crise econômica. Uma desgraça que fez sua popularidade cair para 22%.

"Estou muito contente com a demissão dele", confiou Valentina Giusti, 33 anos. "Eu o detesto, tanto do ponto de vista político quanto pessoal. Mas não tenho esperanças de que a situação possa ser solucionada, é muito complicada", acrescentou.

Para Valerio Mai, de 58 anos, desempregado, o afastamento dele "deveria ter acontecido há mais tempo (...) Berlusconi representa o verdadeiro perigo".

Uma saída que não alegra Monica Contoli, uma joalheira de 38 anos: "Ninguém pode fazer melhor do que ele, e qualquer um que for substituí-lo não poderá salvar a Itália".

O chefe de governo demissionário procurou com frequência minimizar os problemas econômicos da Itália, afirmando, por exemplo, durante a reunião de cúpula do G20, em Cannes, que os restaurantes de seu país estavam "cheios".

O ator Roberto Benigni aproveitou um convite do Parlamento europeu para pedir aos dirigentes políticos e financeiros "que façam investimentos na Itália".

"Hoje, fui obrigado a comer atum em conserva porque na Itália os restaurantes estão cheios", ironizou ele. "A Itália não é o país do Risorgimento (unificação italiana de 1861), ou do Renascimento, é o país da Ressurreição", disse.

Alguns italianos ainda duvidam da saída anunciada de Berlusconi: "Será que ele vai partir realmente? Ele prometeu não se candidar às próximas eleições, mas já fez inúmeras promessas que traiu em seguida", observou Daniela D'Antonio.

"Só vamos começar a festejar quando nos virmos verdadeiramente livres de Berlusconi, depois que fizer as malas e deixar a cidade", concluiu ela.

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Roma - Os italianos ouvidos nas ruas de Roma, após o anúncio de saída de Silvio Berlusconi, não escondem o medo do futuro e expressam dúvidas sobre a capacidade de seu sucessor, seja ele quem for, de melhorar a situação. A verdade é que "La Dolce Vita" tornou-se um sonho distante... não existe mais na Itália .

"Todos os citados como possíveis sucessores vão cuidar apenas de seus interesses", comentou Daniela D'Antonio, 24 anos, ao distribuir prospectos no centro da cidade.

Até agora, o candidato mais bem situado é o economista respeitado Mario Monti, de 68 anos.

"Eles vão nos prometer novamente uma vida boa, mas isso, simplesmente, acabou", acrescentou a jovem, que sobrevive com salário mensal de 500 euros.

Quando chegou pela primeira vez ao poder, em 1994, Berlusconi vendeu aos italianos o sonho americano, mas esta visão foi quebrada pela crise econômica. Uma desgraça que fez sua popularidade cair para 22%.

"Estou muito contente com a demissão dele", confiou Valentina Giusti, 33 anos. "Eu o detesto, tanto do ponto de vista político quanto pessoal. Mas não tenho esperanças de que a situação possa ser solucionada, é muito complicada", acrescentou.

Para Valerio Mai, de 58 anos, desempregado, o afastamento dele "deveria ter acontecido há mais tempo (...) Berlusconi representa o verdadeiro perigo".

Uma saída que não alegra Monica Contoli, uma joalheira de 38 anos: "Ninguém pode fazer melhor do que ele, e qualquer um que for substituí-lo não poderá salvar a Itália".

O chefe de governo demissionário procurou com frequência minimizar os problemas econômicos da Itália, afirmando, por exemplo, durante a reunião de cúpula do G20, em Cannes, que os restaurantes de seu país estavam "cheios".

O ator Roberto Benigni aproveitou um convite do Parlamento europeu para pedir aos dirigentes políticos e financeiros "que façam investimentos na Itália".

"Hoje, fui obrigado a comer atum em conserva porque na Itália os restaurantes estão cheios", ironizou ele. "A Itália não é o país do Risorgimento (unificação italiana de 1861), ou do Renascimento, é o país da Ressurreição", disse.

Alguns italianos ainda duvidam da saída anunciada de Berlusconi: "Será que ele vai partir realmente? Ele prometeu não se candidar às próximas eleições, mas já fez inúmeras promessas que traiu em seguida", observou Daniela D'Antonio.

"Só vamos começar a festejar quando nos virmos verdadeiramente livres de Berlusconi, depois que fizer as malas e deixar a cidade", concluiu ela.

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