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Kirchner diz "estar convencida" de que promotor não se matou

A presidente da Argentina disse estar convencida de que a morte de Alberto Nisman, que a acusava de encobrir participação do Irã em atentado, não foi suicídio

Presidente argentina, Cristina Kirchner: Cristina argumenta ainda que Nisman não teria motivos para tirar a própria vida (/Marcos Brindicci/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 14h46.

A presidente da Argentina Cristina Kirchner disse hoje (22), em carta divulgada em sua página pessoal na internet, “estar convencida” de que a morte do procurador Alberto Nisman não foi suicídio e classificou o caso como um “verdadeiro escândalo político e jurídico".

Para Cristina Kirchner, Nisman construiu seu relatório sobre o atentado a bomba à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, seguindo provas falsas, plantadas, segundo ela, pelo então diretor de contrainteligência da Secretaria de Inteligência, Antonio Stiusso.

Em seu relatório, Nisman acusava a presidente Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman de encobrir a participação do Irã no atentado.

“Se era Stiusso quem dava todas as informações que Nisman solicitava e tinha, é óbvio que foi o próprio Stiusso quem lhe disse que [Allan Héctor] Bogado e [Héctor] Yrimia eram agentes de inteligência. É possível que Nisman tenha esquecido que ele mesmo havia denunciado Stiusso, em novembro do ano passado, quando teve início o processo? E se tinha esquecido de um nome tão importante, porque não consultou o Escritório de Recursos Humanos?”, questionou Cristina.

A mandatária argentina ressaltou serem “falsos” todos os argumentos colocados pelo procurador na acusação e, por isso, o relatório de Nisman estaria em “colapso”.

“Se tudo isso então é falso; se os agentes não são agentes; se Interpol, na pessoa de seu ex-chefe Ronald Noble, demoliu a acusação; se o comércio com o Irã depois diminui em vez de aumentar, depois do suposto acordo comercial [...]; a verdade é que a acusação de Nisman não só entra em colapso, mas é um verdadeiro escândalo político e jurídico. E aí está um dos pontos chave: o promotor Nisman não sabia que os agentes de inteligência denunciados por ele não eram agentes de verdade. Muito menos que um deles tinha sido denunciado pelo próprio Stiusso”.

Na carta, Cristina Kirchner argumenta ainda que Nisman não teria motivos para tirar a própria vida. Diz ainda que ele teria sido usado vivo e que as pessoas que estão por trás do repasse de informações falsas ao procurador precisavam dele morto.

“A repercussão da denúncia, que já tinha perdido força por causa do atentado ocorrido França, mesmo sem provas ou sustentação, cheia de informações plantadas, acabou enterrada de vez com a morte do promotor, sob a forma aparente de um suicídio. Recurso que já foi utilizado em muitos casos famosos”, acrescentou.

No último domingo (18), o procurador argentino Alberto Nisman foi encontrado morto em sua casa, em Buenos Aires.

O corpo foi encontrado pela mãe dele no banheiro do apartamento, no bairro de Puerto Madero, junto com uma arma de fogo calibre 22. As primeiras investigações, não encontraram vestígios de pólvora nas mãos de Nisman, o que afastaria a tese de suicído. Ontem (21), em depoimento à polícia, o chaveiro que abriu a porta do apartamento do procurador disse que ela não estava trancada.

* Colaborou Lucas Magdiel

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A presidente da Argentina Cristina Kirchner disse hoje (22), em carta divulgada em sua página pessoal na internet, “estar convencida” de que a morte do procurador Alberto Nisman não foi suicídio e classificou o caso como um “verdadeiro escândalo político e jurídico".

Para Cristina Kirchner, Nisman construiu seu relatório sobre o atentado a bomba à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, seguindo provas falsas, plantadas, segundo ela, pelo então diretor de contrainteligência da Secretaria de Inteligência, Antonio Stiusso.

Em seu relatório, Nisman acusava a presidente Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman de encobrir a participação do Irã no atentado.

“Se era Stiusso quem dava todas as informações que Nisman solicitava e tinha, é óbvio que foi o próprio Stiusso quem lhe disse que [Allan Héctor] Bogado e [Héctor] Yrimia eram agentes de inteligência. É possível que Nisman tenha esquecido que ele mesmo havia denunciado Stiusso, em novembro do ano passado, quando teve início o processo? E se tinha esquecido de um nome tão importante, porque não consultou o Escritório de Recursos Humanos?”, questionou Cristina.

A mandatária argentina ressaltou serem “falsos” todos os argumentos colocados pelo procurador na acusação e, por isso, o relatório de Nisman estaria em “colapso”.

“Se tudo isso então é falso; se os agentes não são agentes; se Interpol, na pessoa de seu ex-chefe Ronald Noble, demoliu a acusação; se o comércio com o Irã depois diminui em vez de aumentar, depois do suposto acordo comercial [...]; a verdade é que a acusação de Nisman não só entra em colapso, mas é um verdadeiro escândalo político e jurídico. E aí está um dos pontos chave: o promotor Nisman não sabia que os agentes de inteligência denunciados por ele não eram agentes de verdade. Muito menos que um deles tinha sido denunciado pelo próprio Stiusso”.

Na carta, Cristina Kirchner argumenta ainda que Nisman não teria motivos para tirar a própria vida. Diz ainda que ele teria sido usado vivo e que as pessoas que estão por trás do repasse de informações falsas ao procurador precisavam dele morto.

“A repercussão da denúncia, que já tinha perdido força por causa do atentado ocorrido França, mesmo sem provas ou sustentação, cheia de informações plantadas, acabou enterrada de vez com a morte do promotor, sob a forma aparente de um suicídio. Recurso que já foi utilizado em muitos casos famosos”, acrescentou.

No último domingo (18), o procurador argentino Alberto Nisman foi encontrado morto em sua casa, em Buenos Aires.

O corpo foi encontrado pela mãe dele no banheiro do apartamento, no bairro de Puerto Madero, junto com uma arma de fogo calibre 22. As primeiras investigações, não encontraram vestígios de pólvora nas mãos de Nisman, o que afastaria a tese de suicído. Ontem (21), em depoimento à polícia, o chaveiro que abriu a porta do apartamento do procurador disse que ela não estava trancada.

* Colaborou Lucas Magdiel

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