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Kiev descarta cessar-fogo imediato no leste da Ucrânia

Ucrânia descartou suspender operação no leste do país, mas cogita um cessar-fogo bilateral no futuro, segundo representante do governo

Soldado ucraniano durante combate com forças separatistas pró-Rússia no leste (Maks Levin/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 13h01.

Kiev - A Ucrânia descartou suspender agora a operação antiterrorista no leste do país, mas cogita um cessar-fogo bilateral no futuro, sempre que os separatistas pró- Rússia renunciarem à luta armada, declarou nesta quarta-feira o chefe adjunto da administração presidencial, Valeri Chali.

"A operação antiterrorista é nossa prerrogativa soberana para defender nosso país. E se há ataques por parte dos terroristas, nosso Exército deve defender o povo", disse Chali em entrevista coletiva.

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O funcionário detalhou os planos para a elaboração de um "roteiro" para um de cessar-fogo bilateral, que seria supervisionado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o que foi antecipado ontem em Minsk pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, depois de se reunir com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin.

Chali especificou que o roteiro não será um documento concreto, mas um processo que deverá incluir medidas para pôr fim à guerra, que são as mesmas previstas no chamado "Plano de paz de Poroshenko".

"A base do plano de paz transitório deve ser o plano de paz do presidente Poroshenko, (cujas) propostas podem ser realizadas através do grupo de contato" para a Ucrânia, integrado por Kiev, Moscou e a OSCE, e do qual participam como convidados representantes dos separatistas pró-Rússia.

Os rebeldes rejeitam frontalmente o plano de paz de Poroshenko, já que este não contempla mais que sua rendição quase incondicional com a possibilidade de deixarem a região do conflito (presumivelmente para a Rússia) ou de aceitarem uma anistia, que seria concedida somente para aqueles que não se envolveram em crimes graves.

A postura de Kiev exclui os rebeldes como parte interlocutora, como voltou a deixar claro hoje Chali, que após assinalar que o "roteiro" está sendo elaborado em regime de negociação, explicou que Poroshenko conversa com "líderes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel".

Assim como fez ontem o líder ucraniano, Chali reiterou que entre os assuntos a serem incluídos na negociação estão o controle internacional da fronteira russo-ucraniana, o cessar-fogo bilateral, a libertação dos presos e a reconstrução da infraestrutura destruída durante o conflito.

"As conversas realizadas ontem em Minsk foram muito produtivas e nelas foi enfatizado claramente que não há negociação sobre a soberania, a integridade territorial, a independência de nosso Estado, a vontade soberana do povo ucraniano e a vontade europeia", disse hoje o próprio Poroshenko.

As declarações de Poroshenko acontecem depois da primeira reunião cara a cara realizada ontem com Putin durante a cúpula entre a União Aduaneira (Rússia, Belarus e Cazaquistão), a Ucrânia e a União Europeia em Minsk, a capital bielorrussa, sem progresso aparente para pôr fim à guerra entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.

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