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Ucrânia acusa Rússia de guarnecer separatistas

O presidente ucraniano acusou a Rússia de ter enviado comboios militares aos separatistas pró-russos do leste da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko (Tobias Schwarz/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 21h39.

Berlim - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou nesta segunda-feira a Rússia de ter enviado três comboios militares aos separatistas pró-russos do leste da Ucrânia , algumas horas antes de uma reunião em Berlim com colegas da França e da Alemanha, que pediram respeito ao cessar-fogo.

Poroshenko devia apresentar suas propostas para uma "desescalada" do conflito durante este encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande.

Foi a primeira vez desde os acordos de paz de Minsk, em fevereiro, que os líderes francês, alemã e ucraniano se reuniram seu o contraparte russo, Vladimir Putin,

A ausência do presidente russo "significa que antes do encontro no formato Normandia (que inclui a Rússia), Ucrãnia, França e Alemanha devem coordenar suas posturas", explicou Poroshenko, que completou que poderia haver uma reunião entre estes quatro países em setembro.

Nem a chanceler alemã, nem o presidente francês comentaram as acusações de Poroshenko a Moscou a respeito do envio de reforços militares.

Os três dirigentes reiteraram em Berlim seus chamados ao pleno respeito dos acordos de Minsk, que preveem em particular uma trégua, que foi violada quase cotidianamente em vários pontos do combate.

"Nos reunimos aqui para colocar em prática 'Minsk', não para colocá-lo a julgamento", afirmou Merkel, "deve se fazer tudo o que for possível para que o cessar-fogo seja uma realidade", completou. Enquanto seu colega francês afirmou que "há uma só regra, o pleno respeito deste acordo".

Porosheko declarou que deseja continuar negociando com Moscou: "temos a necessidade de novos formatos, fazendo referência ao de base, o da Normandia, que se mostrou eficaz".

Contudo, afirmou que a Ucrânia respeitou seus compromissos e que o campo rival deve fazer o mesmo: "a Rússia e os rebeldes são a única ameaça para o restabelecimento da paz na região".

Merkel e Hollande também comemoraram a festa da independência da Ucrânia, celebrada nesta segunda-feira. "Nos reunimos em um dia simbólico, o da independência da Ucrânia, e é ainda sobre a independência da Ucrânia sobre o que temos que trabalhar", declarou o chefe do Eliseu.

Também recordou seu desejo de um acordo de associação entre Kiev e a União Europeia (UE), "para que a Ucrânia possa se aproximar da perspectiva europeia que escolheu".

Reforço russo a separatistas?

"Temos que procurar que a Rússia respeite os acordos de Minsk", havia dito mais cedo o presidente ucraniano. Estes acordos instauraram um cessar-fogo que tem sido sistematicamente violado.

Antes de viajar a Berlim, Poroshenko acusou a Rússia de ter enviado importantes reforços aos separatistas do leste do país.

"Esta semana, três grandes comboios militares atravessaram nossa fronteira em direção a Lugansk, Donetsk (capitais das regiões rebeldes) e Debaltseve (ponto estratégico que une as duas capitais)", declarou Poroshenko, que participava de um desfile militar no centro de Kiev para celebrar o 24º aniversário da independência da Ucrânia, uma ex-república soviética.

"Moscou forneceu aos rebeldes quase 500 carros, 400 sistemas de artilharia e 950 veículos blindados", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que não revelou uma data precisa.

A Rússia "permanece sem renunciar à ideia de uma intervenção direta ou ao ataque dos rebeldes dentro do país", apesar das sanções ocidentais que "abalam a economia russa", disse o presidente ucraniano.

Segundo Poroshenko, 50.000 soldados russos estão mobilizados na fronteira da Ucrânia e 9.000 comandantes militares russos integram o grupo de 40.000 homens que enfrentam as forças ucranianas no leste separatista pró-Rússia.

Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes do leste e de ter enviado tropas regulares, o que Moscou nega.

Mais de 6.800 pessoas, principalmente civis, morreram desde o início do conflito em abril de 2014.

Para o presidente Poroshenko, no futuro a Ucrânia será como uma pessoa que terá "que caminhar sobre uma fina camada de gelo, na qual cada passo imprudente será fatal".

"A guerra pela independência continua e só podemos vencer reunindo esforços militares, talento diplomático, responsabilidade política e uma paciência de ferro", concluiu.

Soldados que combateram os rebeldes separatistas desfilaram pelo centro da capital por motivo desta festa da independência, saudados por ucranianos, alguns dos quais usavam camisas bordadas tradicionais.

Em Donetsk, bastião dos rebeldes pró-russos, cerca de 300 pessoas se reuniram no centro da cidade para denunciar o que chamaram "o Dia da Dependência da Ucrânia" e levavam cartazes onde estavam escrito "Não ao fascismo!" e "Poroshenko, tens as mãos manchadas de sangue", segundo observou um jornalista da AFP.

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Poroshenko devia apresentar suas propostas para uma "desescalada" do conflito durante este encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande.

Foi a primeira vez desde os acordos de paz de Minsk, em fevereiro, que os líderes francês, alemã e ucraniano se reuniram seu o contraparte russo, Vladimir Putin,

A ausência do presidente russo "significa que antes do encontro no formato Normandia (que inclui a Rússia), Ucrãnia, França e Alemanha devem coordenar suas posturas", explicou Poroshenko, que completou que poderia haver uma reunião entre estes quatro países em setembro.

Nem a chanceler alemã, nem o presidente francês comentaram as acusações de Poroshenko a Moscou a respeito do envio de reforços militares.

Os três dirigentes reiteraram em Berlim seus chamados ao pleno respeito dos acordos de Minsk, que preveem em particular uma trégua, que foi violada quase cotidianamente em vários pontos do combate.

"Nos reunimos aqui para colocar em prática 'Minsk', não para colocá-lo a julgamento", afirmou Merkel, "deve se fazer tudo o que for possível para que o cessar-fogo seja uma realidade", completou. Enquanto seu colega francês afirmou que "há uma só regra, o pleno respeito deste acordo".

Porosheko declarou que deseja continuar negociando com Moscou: "temos a necessidade de novos formatos, fazendo referência ao de base, o da Normandia, que se mostrou eficaz".

Contudo, afirmou que a Ucrânia respeitou seus compromissos e que o campo rival deve fazer o mesmo: "a Rússia e os rebeldes são a única ameaça para o restabelecimento da paz na região".

Merkel e Hollande também comemoraram a festa da independência da Ucrânia, celebrada nesta segunda-feira. "Nos reunimos em um dia simbólico, o da independência da Ucrânia, e é ainda sobre a independência da Ucrânia sobre o que temos que trabalhar", declarou o chefe do Eliseu.

Também recordou seu desejo de um acordo de associação entre Kiev e a União Europeia (UE), "para que a Ucrânia possa se aproximar da perspectiva europeia que escolheu".

Reforço russo a separatistas?

"Temos que procurar que a Rússia respeite os acordos de Minsk", havia dito mais cedo o presidente ucraniano. Estes acordos instauraram um cessar-fogo que tem sido sistematicamente violado.

Antes de viajar a Berlim, Poroshenko acusou a Rússia de ter enviado importantes reforços aos separatistas do leste do país.

"Esta semana, três grandes comboios militares atravessaram nossa fronteira em direção a Lugansk, Donetsk (capitais das regiões rebeldes) e Debaltseve (ponto estratégico que une as duas capitais)", declarou Poroshenko, que participava de um desfile militar no centro de Kiev para celebrar o 24º aniversário da independência da Ucrânia, uma ex-república soviética.

"Moscou forneceu aos rebeldes quase 500 carros, 400 sistemas de artilharia e 950 veículos blindados", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que não revelou uma data precisa.

A Rússia "permanece sem renunciar à ideia de uma intervenção direta ou ao ataque dos rebeldes dentro do país", apesar das sanções ocidentais que "abalam a economia russa", disse o presidente ucraniano.

Segundo Poroshenko, 50.000 soldados russos estão mobilizados na fronteira da Ucrânia e 9.000 comandantes militares russos integram o grupo de 40.000 homens que enfrentam as forças ucranianas no leste separatista pró-Rússia.

Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes do leste e de ter enviado tropas regulares, o que Moscou nega.

Mais de 6.800 pessoas, principalmente civis, morreram desde o início do conflito em abril de 2014.

Para o presidente Poroshenko, no futuro a Ucrânia será como uma pessoa que terá "que caminhar sobre uma fina camada de gelo, na qual cada passo imprudente será fatal".

"A guerra pela independência continua e só podemos vencer reunindo esforços militares, talento diplomático, responsabilidade política e uma paciência de ferro", concluiu.

Soldados que combateram os rebeldes separatistas desfilaram pelo centro da capital por motivo desta festa da independência, saudados por ucranianos, alguns dos quais usavam camisas bordadas tradicionais.

Em Donetsk, bastião dos rebeldes pró-russos, cerca de 300 pessoas se reuniram no centro da cidade para denunciar o que chamaram "o Dia da Dependência da Ucrânia" e levavam cartazes onde estavam escrito "Não ao fascismo!" e "Poroshenko, tens as mãos manchadas de sangue", segundo observou um jornalista da AFP.

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