Kerry se reúne com diplomatas do Golfo para discutir o Irã
Monarquias sunitas do Golfo estão preocupadas com um eventual acordo entre o grupo 5+1 (Grã-Bretanha, França, China, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) e o Irã
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2015 às 12h54.
Riade - O secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se nesta quinta-feira em Riad com os chefes da diplomacia das monarquias sunitas do Golfo para fazer um balanço das negociações nucleares com o Irã e abordar os conflitos no Oriente Médio .
Após a reunião, durante uma coletiva de imprensa com o ministro saudita das Relações Exteriores, Saud Al-Faysal, o chanceler americano garantiu que os Estados Unidos acompanham de perto os atos "desestabilizadores do Irã", num momento em que os dois países tentam alcançar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã.
"Apesar de estarmos envolvidos nessas discussões com o Irã sobre seu programa (nuclear), não fecharemos os olhos para os atos desestabilizadores", declarou, citando as crises na Síria e no Iêmen.
Kerry desembarcou durante a noite na capital saudita, procedente da Suíça, onde teve três dias de reuniões com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, para discutir o programa nuclear de Teerã.
As monarquias sunitas do Golfo estão preocupadas com um eventual acordo entre o grupo 5+1 (Grã-Bretanha, França, China, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) e o Irã, assim como com uma aproximação entre Washington e Teerã (xiita).
O chefe da diplomacia americana quer tranquilizar seus aliados árabes de que Washington segue preocupado com o expansionismo regional do Irã.
"No que diz respeito a todas as objeções que os países apresentaram sobre as atividades iranianas na região (...) o primeiro passo consiste em impedir o Irã de desenvolver armas nucleares. Sem acordo, o Irã terá a capacidade de avançar em seu programa nuclear, e sobre isso temos certeza", declarou em sua chegada em Riad.
Atuação conjunta
Diante da instabilidade em grande parte da região, com as crises na Síria, Iraque, Líbia e Iêmen, o encontro de Kerry com os sócios do Golfo também pretende abordar "o que é possível fazer em conjunto para reforçar a segurança", afirmou uma fonte do Departamento de Estado americano.
Em Washington, outra porta-voz assegurou que os Estados Unidos "não relaciona o êxito de um acordo nuclear com o Irã a uma aproximação nas relações" bilaterais, uma vez que ainda há graves preocupações quanto a questões relacionadas "aos direitos humanos, o terrorismo, a Síria e o Hezbollah".
Várias monarquias do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, participam na coalizão internacional para combater os jihadistas sunitas do grupo Estado Islâmico (EI), que controla vastos territórios na Síria e Iraque.
Neste contexto, o secretário de Estado americano declarou nesta quinta que uma ação militar poderá ser necessária para que o contestado presidente sírio Bashar Al-Assad deixe o poder após anos de conflito.
"Assad perdeu totalmente sua legitimidade, mas não temos, neste momento, uma prioridade maior do que perturbar e desmantelar o Daesh (acrônimo de Estado Islâmico em árabe)", ressaltou.
Por sua vez, o chanceler saudita pediu que a coalizão internacional, que se concentra atualmente em bombardeios aéreos, passe a combater o EI no terreno.
Riad lançou seus primeiros bombardeios contra alvos do EI em setembro e o reino seu comprometeu junto aos Estados Unidos formar e equipar membros da oposição síria armada moderada, como parte dos esforços para lutar contra os jihadistas.
Esses jihadistas e o Exército Sírio Livre (ESL) estão em guerra contra o regime de Bashar Al-Assad, que é apoiado pelo Hezbollah xiita libanês que, por sua vez, recebe apoio do Irã.
A Arábia Saudita não concorda com a possibilidade de uma ação unilateral por parte de Washington para alcançar uma solução política na Síria.
O Irã acabou por se envolver na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, e é acusado de apoiar a milícia xiita dos huthis no Iêmen, que tomou recentemente o controle da capital do país.
A situação neste país, na fronteira com a Arábia Saudita, também se tornou uma fonte de instabilidade regional depois do golpe de Estado dos huthis. As monarquias do Golfo suspeitam que esta milícia xiita deseja posicionar o Iêmen na órbita iraniana.
Riade - O secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se nesta quinta-feira em Riad com os chefes da diplomacia das monarquias sunitas do Golfo para fazer um balanço das negociações nucleares com o Irã e abordar os conflitos no Oriente Médio .
Após a reunião, durante uma coletiva de imprensa com o ministro saudita das Relações Exteriores, Saud Al-Faysal, o chanceler americano garantiu que os Estados Unidos acompanham de perto os atos "desestabilizadores do Irã", num momento em que os dois países tentam alcançar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã.
"Apesar de estarmos envolvidos nessas discussões com o Irã sobre seu programa (nuclear), não fecharemos os olhos para os atos desestabilizadores", declarou, citando as crises na Síria e no Iêmen.
Kerry desembarcou durante a noite na capital saudita, procedente da Suíça, onde teve três dias de reuniões com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, para discutir o programa nuclear de Teerã.
As monarquias sunitas do Golfo estão preocupadas com um eventual acordo entre o grupo 5+1 (Grã-Bretanha, França, China, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) e o Irã, assim como com uma aproximação entre Washington e Teerã (xiita).
O chefe da diplomacia americana quer tranquilizar seus aliados árabes de que Washington segue preocupado com o expansionismo regional do Irã.
"No que diz respeito a todas as objeções que os países apresentaram sobre as atividades iranianas na região (...) o primeiro passo consiste em impedir o Irã de desenvolver armas nucleares. Sem acordo, o Irã terá a capacidade de avançar em seu programa nuclear, e sobre isso temos certeza", declarou em sua chegada em Riad.
Atuação conjunta
Diante da instabilidade em grande parte da região, com as crises na Síria, Iraque, Líbia e Iêmen, o encontro de Kerry com os sócios do Golfo também pretende abordar "o que é possível fazer em conjunto para reforçar a segurança", afirmou uma fonte do Departamento de Estado americano.
Em Washington, outra porta-voz assegurou que os Estados Unidos "não relaciona o êxito de um acordo nuclear com o Irã a uma aproximação nas relações" bilaterais, uma vez que ainda há graves preocupações quanto a questões relacionadas "aos direitos humanos, o terrorismo, a Síria e o Hezbollah".
Várias monarquias do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, participam na coalizão internacional para combater os jihadistas sunitas do grupo Estado Islâmico (EI), que controla vastos territórios na Síria e Iraque.
Neste contexto, o secretário de Estado americano declarou nesta quinta que uma ação militar poderá ser necessária para que o contestado presidente sírio Bashar Al-Assad deixe o poder após anos de conflito.
"Assad perdeu totalmente sua legitimidade, mas não temos, neste momento, uma prioridade maior do que perturbar e desmantelar o Daesh (acrônimo de Estado Islâmico em árabe)", ressaltou.
Por sua vez, o chanceler saudita pediu que a coalizão internacional, que se concentra atualmente em bombardeios aéreos, passe a combater o EI no terreno.
Riad lançou seus primeiros bombardeios contra alvos do EI em setembro e o reino seu comprometeu junto aos Estados Unidos formar e equipar membros da oposição síria armada moderada, como parte dos esforços para lutar contra os jihadistas.
Esses jihadistas e o Exército Sírio Livre (ESL) estão em guerra contra o regime de Bashar Al-Assad, que é apoiado pelo Hezbollah xiita libanês que, por sua vez, recebe apoio do Irã.
A Arábia Saudita não concorda com a possibilidade de uma ação unilateral por parte de Washington para alcançar uma solução política na Síria.
O Irã acabou por se envolver na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, e é acusado de apoiar a milícia xiita dos huthis no Iêmen, que tomou recentemente o controle da capital do país.
A situação neste país, na fronteira com a Arábia Saudita, também se tornou uma fonte de instabilidade regional depois do golpe de Estado dos huthis. As monarquias do Golfo suspeitam que esta milícia xiita deseja posicionar o Iêmen na órbita iraniana.