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Kadafi tenta negociar enquanto Trípoli recebe 1º carregamento de ajuda

Através de seu porta-voz, Kadafi propôs negociação, que foi rejeitada contundentemente por Trípoli

Kadafi: ditador tentou negociar, mas proposta foi rejeitada (Mahmud Turkia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2011 às 14h39.

Trípoli - Muammar Kadafi fracassou em duas de suas últimas tentativas de encontrar uma saída para sua situação: um telefonema para propor negociação frustrado e a ativação de uma plataforma de lançamento móvel de mísseis balísticos Frog 7, neutralizada pela Otan, enquanto neste domingo 18 navios realizam os trabalhos de descarga do primeiro carregamento de ajuda humanitária.

Através de seu porta-voz Ibrahim Moussa, Kadafi telefonou para a agência de notícias americana "AP" em Nova York para propor uma negociação, que foi rejeitada contundentemente por Trípoli.

Além disso, segundo informou o general britânico Nick Pope, aviões britânicos neutralizaram a plataforma de lançamento com sistema de guia Paveway que, de acordo com o militar, representava uma "significativa ameaça para a população civil de Trípoli".

Estas pareciam ser duas das últimas cartas na manga do ditador, cujas tropas foram novamente atacadas com veemência na noite do sábado em sua retirada para o sul da cidade.

Enquanto isso, no porto de Trípoli, quatro navios descarregavam neste domingo água e outras provisões básicas, enquanto a Organização Internacional para as Migrações (OIM) preparava a evacuação de mil de imigrantes da região nesta noite.

Outros 16 navios aguardavam sua vez de descarregar, apesar de o ritmo ser muito lento, visto que os píeres não dispõem de estivadores suficientes e os guindastes ainda não funcionam normalmente.

Os porta-vozes do Comitê de Estabilização, que concederam neste domingo uma entrevista coletiva, explicaram que contavam com água, combustível e remédios suficientes para abastecer a população.

Nas ruas de Trípoli, os cidadãos tentavam retomar a normalidade após mais de seis meses de guerra, abastecendo-se de água e comida e com o fim do Ramadã à vista, o primeiro em 42 anos sem a figura de Kadafi à frente do país.

A realidade do conflito continua presente, não apenas pelas negociações em curso com as tribos em Sirte, a cidade natal de Kadafi e principal reduto do que resta de seu poder, mas pela difícil tarefa de assistência aos feridos, a ameaça dos franco-atiradores e a identificação dos corpos que se amontoam nos necrotérios e cujo número exato ninguém divulga.


Os responsáveis do comitê de saúde explicaram que os corpos serão fotografados e incinerados, embora só tenham confirmado a existência de 75 mortos no hospital de Abu Salim e outros 35 no de Yarmouk.

Muitos desses mortos são mercenários estrangeiros empregados por Kadafi para combater os milicianos do Conselho Nacional de Transição (CNT), cujas baixas também não foram quantificadas.

O ministro de Interior provisório do CNT, Ahmed Darrat, disse à Agência Efe que "não há negociação possível" com Kadafi e acrescentou que "receberá um tratamento justo e legal".

Pouco depois, o titular de Informação do CNT, Mahmoud Shaman, afirmou que Kadafi e seus filhos serão presos muito em breve.

"São criminosos em fuga. Não há negociação com Saadi, o filho do ditador, como disse à 'AP' o porta-voz Moussa ontem à noite".

O paradeiro de Kadafi e seus filhos ainda não está claro, mas é possível que sua fracassada tentativa de negociação seja um sinal de sua precária situação. Especula-se que o ditador possa estar em algum dos últimos redutos organizados de resistência, a cerca de 40 quilômetros ao sul da capital.

Outras possibilidades menos possíveis seriam algum refúgio nas canalizações subterrâneas do rio artificial que abastece a capital; em Sirte, ou ainda uma fuga à Argélia.

Os rebeldes anunciaram que tomaram o controle total de Ben Jawad (leste da Líbia) e afirmaram que estão a pouco mais de 100 quilômetros ao leste de Sirte, dominada pelas tropas do regime, às quais Shaman advertiu que o tempo está se esgotando.

Apesar da precariedade da situação, as novas autoridades manifestaram confiança em restabelecer em breve os serviços básicos como o fornecimento de água, cortado por problemas de abastecimento de combustível para o bombeamento, embora a rede elétrica e de telecomunicações não tenham sido seriamente afetadas.

Os remédios e demais ítens hospitalares estão disponíveis, explicaram os porta-vozes do comitê de estabilização, que detalharam que apenas são necessários em Trípoli alguns cirurgiões.

Tanto a companhia de água como a de eletricidade contam com 60% de seus funcionários e estão chamando os demais trabalhadores para voltarem a seus postos.

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Através de seu porta-voz Ibrahim Moussa, Kadafi telefonou para a agência de notícias americana "AP" em Nova York para propor uma negociação, que foi rejeitada contundentemente por Trípoli.

Além disso, segundo informou o general britânico Nick Pope, aviões britânicos neutralizaram a plataforma de lançamento com sistema de guia Paveway que, de acordo com o militar, representava uma "significativa ameaça para a população civil de Trípoli".

Estas pareciam ser duas das últimas cartas na manga do ditador, cujas tropas foram novamente atacadas com veemência na noite do sábado em sua retirada para o sul da cidade.

Enquanto isso, no porto de Trípoli, quatro navios descarregavam neste domingo água e outras provisões básicas, enquanto a Organização Internacional para as Migrações (OIM) preparava a evacuação de mil de imigrantes da região nesta noite.

Outros 16 navios aguardavam sua vez de descarregar, apesar de o ritmo ser muito lento, visto que os píeres não dispõem de estivadores suficientes e os guindastes ainda não funcionam normalmente.

Os porta-vozes do Comitê de Estabilização, que concederam neste domingo uma entrevista coletiva, explicaram que contavam com água, combustível e remédios suficientes para abastecer a população.

Nas ruas de Trípoli, os cidadãos tentavam retomar a normalidade após mais de seis meses de guerra, abastecendo-se de água e comida e com o fim do Ramadã à vista, o primeiro em 42 anos sem a figura de Kadafi à frente do país.

A realidade do conflito continua presente, não apenas pelas negociações em curso com as tribos em Sirte, a cidade natal de Kadafi e principal reduto do que resta de seu poder, mas pela difícil tarefa de assistência aos feridos, a ameaça dos franco-atiradores e a identificação dos corpos que se amontoam nos necrotérios e cujo número exato ninguém divulga.


Os responsáveis do comitê de saúde explicaram que os corpos serão fotografados e incinerados, embora só tenham confirmado a existência de 75 mortos no hospital de Abu Salim e outros 35 no de Yarmouk.

Muitos desses mortos são mercenários estrangeiros empregados por Kadafi para combater os milicianos do Conselho Nacional de Transição (CNT), cujas baixas também não foram quantificadas.

O ministro de Interior provisório do CNT, Ahmed Darrat, disse à Agência Efe que "não há negociação possível" com Kadafi e acrescentou que "receberá um tratamento justo e legal".

Pouco depois, o titular de Informação do CNT, Mahmoud Shaman, afirmou que Kadafi e seus filhos serão presos muito em breve.

"São criminosos em fuga. Não há negociação com Saadi, o filho do ditador, como disse à 'AP' o porta-voz Moussa ontem à noite".

O paradeiro de Kadafi e seus filhos ainda não está claro, mas é possível que sua fracassada tentativa de negociação seja um sinal de sua precária situação. Especula-se que o ditador possa estar em algum dos últimos redutos organizados de resistência, a cerca de 40 quilômetros ao sul da capital.

Outras possibilidades menos possíveis seriam algum refúgio nas canalizações subterrâneas do rio artificial que abastece a capital; em Sirte, ou ainda uma fuga à Argélia.

Os rebeldes anunciaram que tomaram o controle total de Ben Jawad (leste da Líbia) e afirmaram que estão a pouco mais de 100 quilômetros ao leste de Sirte, dominada pelas tropas do regime, às quais Shaman advertiu que o tempo está se esgotando.

Apesar da precariedade da situação, as novas autoridades manifestaram confiança em restabelecer em breve os serviços básicos como o fornecimento de água, cortado por problemas de abastecimento de combustível para o bombeamento, embora a rede elétrica e de telecomunicações não tenham sido seriamente afetadas.

Os remédios e demais ítens hospitalares estão disponíveis, explicaram os porta-vozes do comitê de estabilização, que detalharam que apenas são necessários em Trípoli alguns cirurgiões.

Tanto a companhia de água como a de eletricidade contam com 60% de seus funcionários e estão chamando os demais trabalhadores para voltarem a seus postos.

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