Justiça mantém duas Pussy Riots presas e liberta terceira
O presidente do tribunal de Moscou ordenou a libertação de Yekaterina Samutsevich, enquanto manteve a pena de dois anos de prisão a outras duas integrantes do grupo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 10h24.
Moscou - Um tribunal libertou uma das cantoras do grupo punk russo Pussy Riot, mas confirmou as penas de dois anos de detenção para as outras duas, condenadas por "incitação ao ódio religioso" depois que interpretaram uma "oração punk" contra Vladimir Putin em uma catedral de Moscou.
O presidente do tribunal de apelação municipal de Moscou ordenou a libertação de Yekaterina Samutsevich (30 anos), depois de comutar a pena de dois anos de prisão por uma condicional.
As condenações das outras duas jovens, Nadezhda Tolokonnikova (22) e Maria Alyokhina (24), permaneceram inalteradas após o julgamento em apelação.
Nadezdha Tolokonnikova, Yekaterina Samutsevich e Maria Alyokhina foram acusadas de "vandalismo" e "incitação ao ódio religioso" no tribunal municipal de Moscou. As três cantaram em fevereiro na catedral de Cristo Salvador, perto do Kremlin, uma "oração punk" que pedia à Virgem a "expulsão" de Vladimir Putin do poder.
O julgamento em apelação começou em 1º de outubro, mas o tribunal adiou o processo depois que Yekaterina Samutsevich anunciou que havia rompido a relação com os advogados por divergências sobre a estratégia de defesa.
"Não queríamos ofender os fiéis", declarou Samutsevich em uma área protegida por vidro, ao lado das outras duas acusadas.
"Se isto aconteceu, pedimos desculpas. Nossa ação foi política. Devo responder pelo que eu fiz", completou, de maneira tranquila.
"Nós três somos inocentes, estamos na prisão por nossas opiniões políticas", declarou Alyokhina, que pediu, assim como Samutsevich, a anulação do julgamento em primeira instância e liberdade.
A terceira, Tolokonnikova, declarou que também estava disposta a pedir desculpas se ofendeu alguém, mas que o "arrependimento é impossível, pois seria reconhecer que nossa ação é antirreligiosa, o que não é o caso".