Julgamento de neonazista expõe "ponto cego" da ultradireita
Descoberta do grupo Subterrâneo Nacional Socialista (NSU) obrigou o país a admitir que grupos são mais ativistas e perigosos do que se pensava
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 11h55.
Munique - Uma neonazista começou a ser julgada na segunda-feira por vários homicídios racistas que escandalizaram a Alemanha e expuseram a incapacidade ou relutância das autoridades em reconhecer crimes da ultradireita.
A descoberta casual do grupo Subterrâneo Nacional Socialista (NSU), que passou mais de uma década sem ser detectado, obrigou a Alemanha a admitir que seus grupos neonazistas são mais ativistas e perigosos do que se pensava anteriormente.
Beate Zschaepe, de 38 anos, é acusada de cumplicidade na morte a tiros de oito turcos, um grego e uma policial alemã em cidades de toda a Alemanha, entre 2000 e 2007, além de dois atentados a bomba contra bairros de imigrantes em Colônia e 15 roubos a banco. Seus dois supostos cúmplices homens cometeram suicídio em 2011.
A ré compareceu ao tribunal com terno preto, blusa branca, brincos grandes e os cabelos compridos lustrosos -uma imagem bem diferente das grosseiras fotos policiais estampadas na imprensa alemã nos últimos meses.
Quatro outros réus são acusados de auxiliarem o NSU, um deles foi ao tribunal escondendo-se sob um capuz.
O caso agitou um país que acreditava ter aprendido com as lições do passado, e reabriu o debate sobre a necessidade de combater o racismo e a ultradireita.
"Com suas dimensões históricas, sociais e políticas, o julgamento do NSU é um dos mais significativos na história alemã do pós-guerra", disseram em nota os advogados da família da primeira vítima, o florista Enver Simsek.
Em frente ao tribunal, que estava vigiado por cerca de 500 policiais, manifestantes de origem turca e ativistas contra o racismo exibiam cartazes, como o que dizia: "Zschaepe, filha de Hitler, você vai pagar por seus crimes." A existência do NSU foi revelada em novembro de 2011, quando os dois parceiros de Zachaepe cometeram suicídio após um frustrado roubo a banco.
Eles incendiaram o trailer, e nos destroços a polícia achou a arma usada nos dez homicídios e um grotesco DVD reivindicando sua autoria. Nesse vídeo, os cadáveres eram mostrados junto com uma Pantera Cor-de-Rosa que avisava o número de mortos.
Após os suicídios, Zschaepe teria supostamente incendiado um apartamento que ela dividia com os cúmplices em Zwickau, no leste da Alemanha. Quatro dias depois, entregou-se à polícia em Jena, a sua cidade, dizendo: "Sou quem vocês procuravam."
Munique - Uma neonazista começou a ser julgada na segunda-feira por vários homicídios racistas que escandalizaram a Alemanha e expuseram a incapacidade ou relutância das autoridades em reconhecer crimes da ultradireita.
A descoberta casual do grupo Subterrâneo Nacional Socialista (NSU), que passou mais de uma década sem ser detectado, obrigou a Alemanha a admitir que seus grupos neonazistas são mais ativistas e perigosos do que se pensava anteriormente.
Beate Zschaepe, de 38 anos, é acusada de cumplicidade na morte a tiros de oito turcos, um grego e uma policial alemã em cidades de toda a Alemanha, entre 2000 e 2007, além de dois atentados a bomba contra bairros de imigrantes em Colônia e 15 roubos a banco. Seus dois supostos cúmplices homens cometeram suicídio em 2011.
A ré compareceu ao tribunal com terno preto, blusa branca, brincos grandes e os cabelos compridos lustrosos -uma imagem bem diferente das grosseiras fotos policiais estampadas na imprensa alemã nos últimos meses.
Quatro outros réus são acusados de auxiliarem o NSU, um deles foi ao tribunal escondendo-se sob um capuz.
O caso agitou um país que acreditava ter aprendido com as lições do passado, e reabriu o debate sobre a necessidade de combater o racismo e a ultradireita.
"Com suas dimensões históricas, sociais e políticas, o julgamento do NSU é um dos mais significativos na história alemã do pós-guerra", disseram em nota os advogados da família da primeira vítima, o florista Enver Simsek.
Em frente ao tribunal, que estava vigiado por cerca de 500 policiais, manifestantes de origem turca e ativistas contra o racismo exibiam cartazes, como o que dizia: "Zschaepe, filha de Hitler, você vai pagar por seus crimes." A existência do NSU foi revelada em novembro de 2011, quando os dois parceiros de Zachaepe cometeram suicídio após um frustrado roubo a banco.
Eles incendiaram o trailer, e nos destroços a polícia achou a arma usada nos dez homicídios e um grotesco DVD reivindicando sua autoria. Nesse vídeo, os cadáveres eram mostrados junto com uma Pantera Cor-de-Rosa que avisava o número de mortos.
Após os suicídios, Zschaepe teria supostamente incendiado um apartamento que ela dividia com os cúmplices em Zwickau, no leste da Alemanha. Quatro dias depois, entregou-se à polícia em Jena, a sua cidade, dizendo: "Sou quem vocês procuravam."