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Julgamento de impeachment de Trump pode começar ainda nesta semana

A líder democrata Nancy Pelosi afirmou que a Câmara deve votar na próxima quarta-feira o envio das acusações contra o presidente ao Senado

Trump: republicano se tornou o terceiro presidente dos EUA a ter acusações de impeachment aprovadas com a votação da Câmara (Drew Angerer/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 14h34.

Washington - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos , controlada pelos democratas, votará na quarta-feira o envio ao Senado das acusações formais de impeachment contra o presidente Donald Trump , disseram parlamentares nesta terça-feira, o que pode fazer o julgamento de Trump começar ainda nesta semana.

A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse em uma reunião do partido que também nomeará a equipe de representantes da Casa que liderará a acusação contra Trump no julgamento, disse o deputado democrata Henry Cuellar.

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Trump se tornou o terceiro presidente dos EUA a ter acusações de impeachment aprovadas com a votação da Câmara. As acusações dizem que ele abusou de seu poder pressionando a Ucrânia a anunciar uma investigação sobre seu rival democrata Joe Biden e de que ele obstruiu o Congresso.

Mas Pelosi tem postergado o envio das acusações ao Senado, em um esforço malsucedido para que o líder da maioria republicana naquela Casa, Mitch McConnell, concordasse em incluir novos depoimentos de testemunhas que poderiam ser prejudiciais a Trump, também republicano.

Espera-se que o Senado absolva Trump, pois nenhum dos 53 republicanos na Casa expressou a intenção de votar a favor de sua remoção do cargo, algo que exigiria uma maioria de dois terços do total de 100 senadores.

Trump nega qualquer irregularidade e tem se referido ao impeachment como uma tentativa partidária de desfazer sua vitória nas eleições de 2016, no mesmo momento que se prepara para buscar a reeleição em novembro.

Uma votação na quarta-feira permitiria que o Senado iniciasse o julgamento na tarde de quinta-feira, embora os primeiros dias sejam consumidos com tarefas burocráticas, como o juramento dos participantes e ler formalmente as duas acusações de impeachment. Os parlamentares provavelmente não ouviriam os argumentos iniciais até, pelo menos, a próxima semana.

"Vamos ter acho um debate de 10 minutos, votaremos e enviaremos tudo. E o julgamento no Senado, presumo, começará na próxima semana", disse Cuellar.

Procedimentos incertos

O julgamento do impeachment de Bill Clinton em 1999 durou cinco semanas. Se o Senado conduzir o julgamento de Trump em linha com esse, como sugeriu o republicano McConnell, isso significaria que os parlamentares ainda estariam considerando as acusações contra o presidente enquanto as primeiras primárias para a eleição presidencial estiverem em andamento em Iowa e New Hampshire.

Os democratas querem que autoridades atuais e anteriores da Casa Branca deponham, como o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, mas McConnell ainda não disse de forma definitiva como o Senado, controlado pelos republicanos, conduzirá o julgamento.

McConnell não se comprometeu a permitir testemunhas ou novos documentos no processo e, em vez disso, pode direcionar o processo para uma rápida absolvição. Ele deixou em aberto a possibilidade de decidir o depoimento mais tarde no julgamento.

Os democratas acusam Trump de abusar de seu poder, pedindo a um governo estrangeiro que interferisse nas eleições norte-americanas para seu próprio benefício político às custas da segurança nacional dos EUA.

O caso está focado em uma ligação telefônica de 25 de julho, na qual Trump pediu ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy que iniciasse uma investigação de corrupção contra o ex-vice-presidente Biden e seu filho Hunter, e em uma teoria --que se provou falsa-- de que a Ucrânia, não a Rússia, interferiu nas eleições de 2016 nos EUA.

Joe Biden, cujo filho serviu no conselho de uma empresa de gás ucraniana, é um dos principais pré-candidatos democratas na corrida presidencial.

A Casa Branca disse na terça-feira que o julgamento iminente é "puramente político".

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