Jovem ferido em ataque processará autoridades por negligência
O jovem, que recebeu cinco disparos, nas pernas e no tronco, quer uma indenização para poder arcar com o tratamento médico e a recuperação
EFE
Publicado em 6 de março de 2018 às 14h57.
Miami - O jovem Anthony Borges, considerado um herói por proteger seus colegas durante a ação de um atirador na escola de Parkland ( Flórida ), nos Estados Unidos , no dia 14 de fevereiro, no qual recebeu cinco disparos, pretende processar as autoridades locais por negligência, informaram nesta terça-feira vários veículos de imprensa locais.
Alex Arreaza, advogado que representa Borges, de 15 anos, e sua família, enviou ontem uma carta informando suas intenções a várias agências do condado de Broward, onde fica a escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas High School, na qual morreram 17 pessoas e outras 15 ficaram feridas.
O jovem, que recebeu cinco disparos, nas pernas e no tronco, quer uma indenização para poder arcar com o tratamento médico e a recuperação que terá que fazer devido aos ferimentos sofridos.
Arreaza assinalou na carta que as despesas médicas derivadas do tratamento de Borges chegam a mais de US$ 1 milhão, segundo o jornal "Sun Sentinel", mas o valor de indenização que será solicitado ainda não foi determinado.
"A forma negligente que as escolas públicas do condado de Broward, o diretor e a polícia reagiram para proteger os estudantes, e em particular o nosso cliente, de uma ameaça iminente contra a sua vida foi algo indolente, inaceitável e negligente", escreveu Arreaza na carta, que contém duas páginas.
Devido a esta "ação ou inação", o jovem, que permanece hospitalizado, sofreu lesões que o impedem de caminhar e ele tem dificuldades para realizar "tarefas rudimentares sozinho".
Borges recebeu os cinco tiros quando tentava fechar uma porta para proteger cerca de 20 alunos que tentavam se esconder.
A promotoria deve começar hoje a apresentar diante de um grande júri as evidências contra Nikolas Cruz, autor confesso do massacre e que foi identificado por várias testemunhas como tal.
A tragédia provocada por Cruz, que enfrenta 17 acusações de homicídio premeditado e pode ser condenado à morte, gerou um intenso debate sobre segurança nas escolas e um maior controle na venda de armas.
A pressão de pais e alunos da escola levou ontem o Senado estadual, de maioria republicana, a aprovar um projeto de lei que aumentaria a idade para comprar rifles de assalto de 18 para 21 anos, estabeleceria três dias de espera para poder finalizar a compra e destinaria US$ 400 milhões à segurança nas escolas e para reforçar os serviços de saúde mental, entre outras medidas.
A iniciativa aprovada no Senado deverá ser conciliada com uma da Câmara dos Representantes para sua promulgação final por parte do governador.