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Jovem de ultradireita abre fogo contra estrangeiros na Itália

O homem, que atirou de dentro do carro, foi preso sem oferecer resistência

Polícia inspeciona  carro usado pelo atirador em ataque em Macerata, na Itália (Stringer/Reuters)

Polícia inspeciona carro usado pelo atirador em ataque em Macerata, na Itália (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de fevereiro de 2018 às 17h10.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2018 às 17h37.

Um jovem italiano de cabeça raspada e ligação com a ultradireita foi detido neste sábado em Macerata, centro da Itália, após um tiroteio contra estrangeiros que deixou seis feridos.

O homem, que atirou de dentro do carro, foi preso sem oferecer resistência, segundo imagens divulgadas pela TV.

"Há seis feridos, todos estrangeiros", informou o prefeito Romano Carancini após o tiroteio desta manhã, que gerou pânico no centro da cidade, de 43 mil habitantes.

A polícia também falou em feridos estrangeiros, um dos quais teve que ser operado. A imprensa italiana citava "pessoas de cor".

O suspeito, identificado pela imprensa como Luca Traini, 28, era interrogado pela polícia horas depois. Ele foi preso sem oferecer resistência, na escadaria do monumento aos mortos da cidade, segundo imagens de TV.

Após parar seu carro em frente ao monumento, tirou o casaco, enrolou a bandeira italiana ao redor do pescoço, fez a saudação fascista e gritou "Viva a Itália!", informou a imprensa local, citando testemunhas.

A polícia encontrou uma arma no carro do suspeito, que, segundo a imprensa, admitiu os fatos. Ele abriu fogo em oito pontos diferentes da cidade, e o escritório do Partido Democrata (centro-esquerda, no poder) teria sido um dos alvos.

Candidato da Liga Norte

Luca Traini foi candidato da Liga do Norte, partido de ultradireita antimigração e antieuropeu, nas eleições administrativas em uma localidade da região em 2017.

"Alguém que atira é um criminoso, não importando a cor de sua pele", reagiu o responsável da Liga Norte, Matteo Salvini, que faz campanha eleitoral para as legislativas de 4 de março, antes de denunciar a "invasão migratória" na Itália.

"O ódio e a violência não irão nos separar", declarou o chefe de governo italiano, Paolo Gentiloni.

Nenhuma ligação foi estabelecida pela polícia entre este tiroteio e uma notícia amplamente coberta há dois dias pela imprensa nacional.

Um traficante de drogas nigeriano de 29 anos, candidato ao asilo, foi preso na mesma cidade de Macerata por suspeita de assassinato de uma italiana de 18 anos cujo corpo foi encontrado na quarta-feira cortado em pedaços em várias malas.

A polícia encontrou nesta sexta-feira, na casa do nigeriano, roupas da vítima e uma faca com traços de sangue.

A jovem assassinada, Pamela Mastropietro, havia escapado segunda-feira de um centro de desintoxicação localizado em Corridonia, localidade onde o suspeito do tiroteio disputou eleições.

"Ele estava apaixonado por uma jovem romana com problemas de toxicomania", afirmou ao jornal "La Repubblica" uma colaboradora da Liga Norte de Macerata, sem poder afirmar se se tratava de Pamela.

Pessoas ligadas à jovem e ouvidas por uma TV italiana descartaram que ela conhecesse Traini.

Luca Traini, suspeito de ter atirado em imigrantes africanos em Macerata, Itália, no dia 3 de fevereiro de 2018.

Luca Traini, suspeito de ter atirado em imigrantes africanos em Macerata, Itália, no dia 3 de fevereiro de 2018. (Stringer/Reuters)

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