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José Raúl Mulino é eleito presidente do Panamá, em meio a crise de corrupção no país

Candidato da direita venceu com 34% dos votos

Panamá: país realizou eleição presidencial no domingo, 5 (María Isabel Sánchez e Juan José Rodríguez/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 6 de maio de 2024 às 07h17.

O advogado de direita José Raúl Mulino conquistou, nesse domingo, 5, a presidência do Panamá com 34% dos votos, nove pontos acima do seu seguidor imediato, anunciou o Tribunal Eleitoral, depois de contados 90% dos votos.

Mulino, de 64 anos e sucessor do ex-presidente Ricardo Martinelli, disse ter recebido o resultado com “responsabilidade e humildade”, em telefonema em que o presidente da Justiça Eleitoral o proclamou vencedor.

“Congratulo-me com os resultados expressos, que são a vontade majoritária do povo panamenho na nossa democracia”, disse Mulino num hotel da capital, entre a alegria dos seus seguidores.

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Minutos antes, o ex-cônsul Ricardo Lombana, também advogado, de centro-direita, que ficou em segundo lugar, reconheceu sua derrota. “Reconheço a sua vitória e desejo-lhe o maior sucesso (…) Somos a primeira força de oposição”, disse ele.

A eleição foi realizada num momento em que o Panamá sofre com corrupção profundamente enraizada, uma seca que reduziu o trânsito de navios pelo canal, motor de sua economia, e uma onda de migrantes atravessando a perigosa selva de Darién em seu caminho para os Estados Unidos.

Após a votação, Mulino, que foi ministro da Segurança no governo Martinelli (2009-2014), visitou seu padrinho político na embaixada da Nicarágua, onde obteve asilo desde fevereiro para evitar a prisão.

A candidatura de Mulino foi referendada pelo Supremo Tribunal de Justiça há apenas dois dias, por ter sido contestada por não ter passado pelas primárias ou por não ter um vice-presidente na folha de pagamento.

A eleição presidencial é decidida em turno único e por maioria simples. Num dia com uma participação superior a 76%, os panamenhos elegeram além do presidente, para os próximos cinco anos, 71 deputados e governos locais.

Popularidade de Martinelli

Embora o cansaço com a corrupção seja palpável nas ruas do país, o ex-presidente Martinelli, também acusado de espionagem telefônica e suborno pela construtora brasileira Odebrecht, ainda goza de popularidade.

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