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Cinco jornalistas são detidos na Venezuela; dois chilenos deportados

A Sociedade Interamericana de Imprensa denunciou que as detenções querem "intimidar e restringir a circulação de informação independente"

Veneuzela: entre os dias 23 e 24 de janeiro houve censura de canais estrangeiros, afirmou o Instituto de Imprensa da Venezuela (Carlos Becerra/Getty Images)
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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 11h37.

Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 10h34.

A tensão política na Venezuela chegou à imprensa estrangeira: dois jornalistas franceses, dois colombianos e um espanhol permanecem detidos e dois chilenos foram deportados nesta quarta-feira, após passarem 14 horas sob a custódia das autoridades.

Três repórteres da agência espanhola EFE e um motorista da empresa foram detidos na quarta-feira em Caracas, afirmou à AFP a diretora da agência na Venezuela, Nélida Fernández.

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Os detidos são os colombianos Leonardo Muñoz (fotógrafo) e Mauren Barriga (cinegrafista) e o repórter espanhol Gonzalo Domínguez, que chegaram a Caracas procedentes de Bogotá em 24 de janeiro.

Barriga e Domínguez ficaram sob custódia de agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), que os aguardavam no hotel em que estavam hopsedados, indicou Fernández.

Fontes diplomáticas confirmaram à AFP que os franceses Pierre Caillé e Baptiste des Monstiers, repórteres do Quotidien - um popular programa do canal de televisão TMC -, foram interceptados quando gravavam imagens dos arredores do Palácio presidencial de Miraflores, confirmaram fontes diplomáticas à AFP.

Os jornalistas franceses foram detidos junto com seu produtor no país, Rolando Rodríguez, denunciou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP, em espanhol) da Venezuela.

"Perdemos o contato com eles" quando cobriam uma vigília em apoio ao presidente Nicolás Maduro, acrescentou o sindicato.

"Dois jornalistas da nossa equipe foram presos ontem na Venezuela. Estavam lá para cobrir a crise política (...) É difícil dizer mais por conta do risco de piorar a situação. Pensamos neles", reportou a conta no Twitter do Quotidien.

Na terça-feira à noite também foram detidos nas proximidades de Miraflores dois repórteres do canal público chileno TVN, Rodrigo Pérez e Gonzalo Barahona, junto com os comunicadores venezuelanos Maikel Yriarte e Ana Rodríguez, que os acompanhavam.

O governo de Maduro ordenou a deportação de Pérez e Barahona depois de "inexplicáveis 14 horas de prisão", informou o chanceler chileno, Roberto Ampuero. Yriarte e Rodríguez foram previamente libertados.

Yriarte disse que as autoridades alegaram que os repórteres estavam em uma "zona de segurança".

"É o que as ditaduras fazem: pisotear a liberdade de imprensa, silenciar a liberdade com violência. Apenas agradecer pelos nossos compatriotas voltarem ao Chile sãos e salvos", escreveu Ampuero no Twitter.

Vários jornalistas estrangeiros foram presos ou deportados nos últimos anos por não terem permissão para trabalhar na Venezuela.

Na terça-feira, em um comunicado, a organização Repórteres Sem Fronteiras denunciou "atos de violência das forças de ordem contra jornalistas" nacionais e estrangeiros que cobrem a onda de protestos da oposição vivida no país desde 21 de janeiro.

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