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Jornalistas franceses foram assassinados friamente no Mali

Ghislaine Dupont, de 57 anos, e Claude Verlon, 55 anos, jornalista e técnico de reportagem acostumados a missões difíceis, foram sequestrados e mortos

Delegação francesa se prepara para viajar ao Mali: os jornalistas mortos serão "repatriados o mais rápido possível" e irão passar por necrópsia na França (PIERRE ANDRIEU/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2013 às 15h17.

Paris - Os dois jornalistas da Radio France Internationale (RFI) sequestrados e mortos no sábado em Kidal, norte do Mali , "foram friamente assassinados" a tiros, segundo Paris, mas as causas e circunstâncias do crime continuam sem explicações.

Ghislaine Dupont, de 57 anos, e Claude Verlon, 55 anos, jornalista e técnico de reportagem acostumados a missões difíceis, foram sequestrados à tarde por homens armados diante da residência de Ambéry Ag Rhissa, um representante do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (PMNLA, rebelião tuareg), a quem haviam entrevistado pouco antes.

Seus corpos foram encontrados menos de duas horas depois por uma patrulha francesa alertada do sequestro, cerca de 12 km a leste de Kidal.

Segundo o chanceler francês Laurent Fabius, "os dois foram assassinados friamente. Um recebeu duas balas, o outro três balas", declarou após uma reunião de crise no palácio do Eliseu.

Os corpos das vítimas devem ser levados neste domingo a Bamako pelo Exército francês. Segundo a direção da RFI, cuja delegação é esperada no Mali, eles serão "repatriados o mais rápido possível" e irão passar por necrópsia na França .

"Os assassinos são aqueles que nós combatemos, grupos terroristas que rejeitam eleições", declarou Fabius, antes de anunciar um reforço nas medidas de segurança na região.

Quase um ano após o início da intervenção militar francesa, em janeiro de 2013, para expulsar os grupos islamitas que ocupavam o norte do país, esta região continua instável.


Os atentados e ataques de extremistas aumentaram nas últimas semanas com a aproximação das eleições legislativas, previstas para 24 de novembro.

A presidência francesa realizou uma reunião de emergência na manhã deste domingo a fim de tentar estabelecer as circunstâncias do assassinato que continuam obscuras.

Expressando sua indignação com este "ato hediondo", o presidente Hollande anunciou no sábado esta reunião "para determinar precisamente, em conjunto com as autoridades do Mali e as forças da ONU, as circunstâncias desses assassinatos".

Hollande e o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, mantiveram uma conversa por telefone na qual afirmaram sua determinação de prosseguir com o "combate comum contra o terrorismo".

As questões em torno das mortes ainda não foram esclarecidas. Segundo Ambéry Ag Rhissa, os sequestradores falavam tamachek, a língua dos tuaregues.

Kidal, localizada a mais de 1.500 km de Bamako, é o berço da comunidade tuareg e do PMNLA, que condenou sábado à noite as mortes e prometeu "todos os esforços para identificar os culpados".

Sobre as razões para esses assassinatos, a imprensa francesa evocava neste domingo a hipótese de uma disputa financeira relativa ao resgate pago - 20 milhões segundo algumas fontes - para a libertação de quatro reféns franceses detidos pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) por mais de três anos no Sahel, e que retornaram para a França na quarta-feira.


Desde então, Paris reitera que a França não paga o resgate de reféns, mas sem explicitamente excluir que o dinheiro privado pode ser pago.

A pista da AQMI, muito presente na região apesar da presença francesa, continua a ser "a mais provável", considera Pierre Boilley, diretor do Centro de Estudos Africanos (CEMAF), que não "vê nenhum interesse" para o PMNLA em sequestrar ou matar jornalistas.

França, Mali e a Minusma, a força de paz da ONU no Mali, colocaram em andamento uma operação conjunta no país há uma semana para evitar um ressurgimento dos movimentos terroristas.

À espera de respostas, as reações de comoção e indignação se multiplicam desde sábado.

O Conselho de Segurança da ONU "condenou energicamente" o sequestro e assassinato dos jornalistas em um comunicado divulgado sábado à noite.

Os membros do conselho expressaram "condolências às famílias das vítimas" e ao governo francês, ressaltando que "em consonância com o direito humanitário internacional, os jornalistas e profissionais da área médica que realizam missões em zonas perigosas de conflito armado devem ser considerados civis e ser protegidos e respeitados como tais".

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Paris - Os dois jornalistas da Radio France Internationale (RFI) sequestrados e mortos no sábado em Kidal, norte do Mali , "foram friamente assassinados" a tiros, segundo Paris, mas as causas e circunstâncias do crime continuam sem explicações.

Ghislaine Dupont, de 57 anos, e Claude Verlon, 55 anos, jornalista e técnico de reportagem acostumados a missões difíceis, foram sequestrados à tarde por homens armados diante da residência de Ambéry Ag Rhissa, um representante do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (PMNLA, rebelião tuareg), a quem haviam entrevistado pouco antes.

Seus corpos foram encontrados menos de duas horas depois por uma patrulha francesa alertada do sequestro, cerca de 12 km a leste de Kidal.

Segundo o chanceler francês Laurent Fabius, "os dois foram assassinados friamente. Um recebeu duas balas, o outro três balas", declarou após uma reunião de crise no palácio do Eliseu.

Os corpos das vítimas devem ser levados neste domingo a Bamako pelo Exército francês. Segundo a direção da RFI, cuja delegação é esperada no Mali, eles serão "repatriados o mais rápido possível" e irão passar por necrópsia na França .

"Os assassinos são aqueles que nós combatemos, grupos terroristas que rejeitam eleições", declarou Fabius, antes de anunciar um reforço nas medidas de segurança na região.

Quase um ano após o início da intervenção militar francesa, em janeiro de 2013, para expulsar os grupos islamitas que ocupavam o norte do país, esta região continua instável.


Os atentados e ataques de extremistas aumentaram nas últimas semanas com a aproximação das eleições legislativas, previstas para 24 de novembro.

A presidência francesa realizou uma reunião de emergência na manhã deste domingo a fim de tentar estabelecer as circunstâncias do assassinato que continuam obscuras.

Expressando sua indignação com este "ato hediondo", o presidente Hollande anunciou no sábado esta reunião "para determinar precisamente, em conjunto com as autoridades do Mali e as forças da ONU, as circunstâncias desses assassinatos".

Hollande e o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, mantiveram uma conversa por telefone na qual afirmaram sua determinação de prosseguir com o "combate comum contra o terrorismo".

As questões em torno das mortes ainda não foram esclarecidas. Segundo Ambéry Ag Rhissa, os sequestradores falavam tamachek, a língua dos tuaregues.

Kidal, localizada a mais de 1.500 km de Bamako, é o berço da comunidade tuareg e do PMNLA, que condenou sábado à noite as mortes e prometeu "todos os esforços para identificar os culpados".

Sobre as razões para esses assassinatos, a imprensa francesa evocava neste domingo a hipótese de uma disputa financeira relativa ao resgate pago - 20 milhões segundo algumas fontes - para a libertação de quatro reféns franceses detidos pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) por mais de três anos no Sahel, e que retornaram para a França na quarta-feira.


Desde então, Paris reitera que a França não paga o resgate de reféns, mas sem explicitamente excluir que o dinheiro privado pode ser pago.

A pista da AQMI, muito presente na região apesar da presença francesa, continua a ser "a mais provável", considera Pierre Boilley, diretor do Centro de Estudos Africanos (CEMAF), que não "vê nenhum interesse" para o PMNLA em sequestrar ou matar jornalistas.

França, Mali e a Minusma, a força de paz da ONU no Mali, colocaram em andamento uma operação conjunta no país há uma semana para evitar um ressurgimento dos movimentos terroristas.

À espera de respostas, as reações de comoção e indignação se multiplicam desde sábado.

O Conselho de Segurança da ONU "condenou energicamente" o sequestro e assassinato dos jornalistas em um comunicado divulgado sábado à noite.

Os membros do conselho expressaram "condolências às famílias das vítimas" e ao governo francês, ressaltando que "em consonância com o direito humanitário internacional, os jornalistas e profissionais da área médica que realizam missões em zonas perigosas de conflito armado devem ser considerados civis e ser protegidos e respeitados como tais".

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