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John Kerry tenta tranquilizar Arábia Saudita

O secretário de Estado americano, John Kerry, multiplicou suas declarações na tentativa de dissipar as tensões entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita

Secretário de Estado americano, John Kerry, em uma reunião com o rei saudita Abdullah (d): Kerry ressaltou que os sauditas "são os principais atores no mundo árabe" (Jason Reed/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 10h32.

Riad - O secretário de Estado americano, John Kerry , multiplicou suas declarações na tentativa de dissipar as tensões entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita momentos antes de seu encontro nesta segunda-feira com o rei Abdullah, após divergências envolvendo Síria, Egito e Irã.

"Neste momento devemos falar de temas muito importantes para garantir que a relação entre Arábia Saudita e Estados Unidos siga pelo bom caminho, avançando e fazendo as coisas que devemos realizar", afirmou ante os funcionários da embaixada de Riad.

Kerry ressaltou que os sauditas, que mantêm estreitas relações com os Estados Unidos desde os anos 1930, "são os principais atores no mundo árabe".

A Arábia Saudita, que apoia a rebelião contra o presidente sírio Bashar al-Assad , critica os Estados Unidos por sua falta de ação ante a tragédia síria, e não oculta seu descontentamento depois que o presidente Barack Obama desistiu em setembro de lançar ataques contra o regime de Assad.

As autoridades sauditas também temem uma aproximação entre Estados Unidos e o Irã, que, segundo acreditam, prejudicaria as monarquias árabes do Golfo, após a eleição do moderado Hassan Rohani à presidência iraniana.

O secretário de Estado americano agradeceu particularmente ao soberano de 90 anos por conceder a ele uma audiência, "porque sei que atualmente não recebe muita gente".

Trata-se do primeiro encontro entre o rei saudita e John Kerry desde que assumiu suas funções como secretário de Estado.

Kerry deve "reafirmar a natureza estratégica das relações" bilaterais que permanecem apesar das turbulências, segundo sua porta-voz Jennifer Psaki.

Ele também deve discutir com o soberano a maneira de "acabar com a guerra na Síria", a situação no Egito, onde Riad apoia sem reserva o poder dos militares, e as negociações entre as grandes potências e o Irã sobre seu polêmico programa nuclear.


Já no domingo no Cairo, primeira etapa de seu giro regional, John Kerry assegurou que os Estados Unidos não virariam as costas para seus aliados em uma região desestabilizada pela Primavera Árabe.

"Estamos ao lado da Arábia Saudita, dos Emirados [Árabes Unidos], dos catarianos, jordanianos, egípcios e dos demais aliados. Não permitiremos que estes países sejam atacados do exterior. Estaremos a seu lado", afirmou.

Ele admitiu que os Estados Unidos têm "táticas" diferentes com seus aliados em relação à Síria, mas que buscam um único objetivo final: um governo de transição sem o presidente Bashar al-Assad.

"Compartilhamos todos o mesmo objetivo (...), que é salvar o Estado sírio e instalar um governo de transição (...) que possa dar ao povo da Síria uma oportunidade de escolher seu futuro".

Washington, Moscou e ONU tentam com grandes dificuldades reunir em Genebra uma conferência internacional com a participação do regime e da oposição, a fim de encontrar uma solução política para o conflito que já fez, segundo uma ONG, mais de 120.000 mortos desde março de 2011.

A oposição, muito dividida sobre a sua participação, exige garantias sobre a saída de Assad do poder, o que ele rejeita.

A Arábia Saudita também observa com cautela a aproximação entre Washington e Irã, aliado do regime sírio, e a possível participação iraniana em Genebra -2 .

"Nós concordamos plenamente com os sauditas sobre as suas preocupações", declarou um membro do Departamento de Estado. "Está fora de questão para nós, amolecer a nossa posição sobre o que os iranianos têm feito para apoiar grupos terroristas em toda a região".

Para expressar seu descontentamento, Riad anunciou em 18 de outubro sua recusa em participar no Conselho de Segurança da ONU, um ato sem precedentes para protestar contra a falta de ação desta instância.

Mas para os analistas, as relações entre os dois países não deve chegar a um ponto de ruptura.

"Apesar do clamor da Arábia Saudita, a base das relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita - a coordenação em matéria de inteligência e contenção militar do Irã - é sólida", escreveu Frederic Wehrey, analista do centro Carnegie Endowment for International Peace.

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"Neste momento devemos falar de temas muito importantes para garantir que a relação entre Arábia Saudita e Estados Unidos siga pelo bom caminho, avançando e fazendo as coisas que devemos realizar", afirmou ante os funcionários da embaixada de Riad.

Kerry ressaltou que os sauditas, que mantêm estreitas relações com os Estados Unidos desde os anos 1930, "são os principais atores no mundo árabe".

A Arábia Saudita, que apoia a rebelião contra o presidente sírio Bashar al-Assad , critica os Estados Unidos por sua falta de ação ante a tragédia síria, e não oculta seu descontentamento depois que o presidente Barack Obama desistiu em setembro de lançar ataques contra o regime de Assad.

As autoridades sauditas também temem uma aproximação entre Estados Unidos e o Irã, que, segundo acreditam, prejudicaria as monarquias árabes do Golfo, após a eleição do moderado Hassan Rohani à presidência iraniana.

O secretário de Estado americano agradeceu particularmente ao soberano de 90 anos por conceder a ele uma audiência, "porque sei que atualmente não recebe muita gente".

Trata-se do primeiro encontro entre o rei saudita e John Kerry desde que assumiu suas funções como secretário de Estado.

Kerry deve "reafirmar a natureza estratégica das relações" bilaterais que permanecem apesar das turbulências, segundo sua porta-voz Jennifer Psaki.

Ele também deve discutir com o soberano a maneira de "acabar com a guerra na Síria", a situação no Egito, onde Riad apoia sem reserva o poder dos militares, e as negociações entre as grandes potências e o Irã sobre seu polêmico programa nuclear.


Já no domingo no Cairo, primeira etapa de seu giro regional, John Kerry assegurou que os Estados Unidos não virariam as costas para seus aliados em uma região desestabilizada pela Primavera Árabe.

"Estamos ao lado da Arábia Saudita, dos Emirados [Árabes Unidos], dos catarianos, jordanianos, egípcios e dos demais aliados. Não permitiremos que estes países sejam atacados do exterior. Estaremos a seu lado", afirmou.

Ele admitiu que os Estados Unidos têm "táticas" diferentes com seus aliados em relação à Síria, mas que buscam um único objetivo final: um governo de transição sem o presidente Bashar al-Assad.

"Compartilhamos todos o mesmo objetivo (...), que é salvar o Estado sírio e instalar um governo de transição (...) que possa dar ao povo da Síria uma oportunidade de escolher seu futuro".

Washington, Moscou e ONU tentam com grandes dificuldades reunir em Genebra uma conferência internacional com a participação do regime e da oposição, a fim de encontrar uma solução política para o conflito que já fez, segundo uma ONG, mais de 120.000 mortos desde março de 2011.

A oposição, muito dividida sobre a sua participação, exige garantias sobre a saída de Assad do poder, o que ele rejeita.

A Arábia Saudita também observa com cautela a aproximação entre Washington e Irã, aliado do regime sírio, e a possível participação iraniana em Genebra -2 .

"Nós concordamos plenamente com os sauditas sobre as suas preocupações", declarou um membro do Departamento de Estado. "Está fora de questão para nós, amolecer a nossa posição sobre o que os iranianos têm feito para apoiar grupos terroristas em toda a região".

Para expressar seu descontentamento, Riad anunciou em 18 de outubro sua recusa em participar no Conselho de Segurança da ONU, um ato sem precedentes para protestar contra a falta de ação desta instância.

Mas para os analistas, as relações entre os dois países não deve chegar a um ponto de ruptura.

"Apesar do clamor da Arábia Saudita, a base das relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita - a coordenação em matéria de inteligência e contenção militar do Irã - é sólida", escreveu Frederic Wehrey, analista do centro Carnegie Endowment for International Peace.

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