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John Kerry, o eterno candidato que será secretário de Estado

Com 69 anos de idade, Kerry é o primeiro americano em quase meio século a ocupar um cargo em um gabinete após ter perdido eleições presidenciais

John Kerry: eerrotado por George W. Bush nas eleições de 2004, Kerry voltou ao Senado, onde ingressou pela primeira vez há três décadas (REUTERS/Gary Cameron)
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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 06h26.

Washington - John Kerry, um experiente senador com vasto conhecimento em política externa, conseguiu finalmente nesta terça-feira um posto no Governo após uma década como eterno candidato, ao ser confirmado pelo Senado como o próximo secretário de Estado dos EUA.

Com 69 anos de idade, Kerry é o primeiro americano em quase meio século a ocupar um cargo em um gabinete após ter perdido eleições presidenciais, algo que não ocorria desde que Richard Nixon, derrotado por John F. Kennedy em 1960, chegou à Casa Branca em 1968.

Derrotado por George W. Bush nas eleições de 2004, Kerry voltou ao Senado, onde ingressou pela primeira vez há três décadas.

A vitória de Barack Obama em 2008 deu a ele a esperança de ocupar a pasta das Relações Exteriores, mas foi surpreendido quando o atual líder, a quem ele ajudou a ascender na Convenção Democrata de 2004, escolheu Hillary Clinton para o cargo.

Hoje, após uma majoritária provação no plenário do Senado, Kerry chega finalmente ao objetivo para o qual, segundo disse Obama, se preparou não só durante seus 29 anos no Comitê das Relações Exteriores do Senado, mas "durante toda a sua vida".

Nascido em 1943, em Denver (Colorado), o senador de cabelos brancos e 1,90 metro de estatura é filho de um funcionário do serviço exterior e de uma das descendentes da família Forbes, uma das mais antigas e abastadas de Massachusetts.


"O trabalho do meu pai, tanto sob presidentes democratas como republicanos, me levou junto a meus irmãos ao redor do mundo em uma viagem pessoal que trouxe para a minha casa os sacrifícios que os homens e as mulheres do serviço exterior fazem a cada dia pelos EUA", disse Kerry em sua audiência de confirmação na semana passada.

A experiência que mais o marcou nessas viagens quando criança foi a vida na Berlim dividida dos anos 1950, em plena Guerra Fria.

As pessoas que o conhecem asseguram que desde jovem demonstrava as características próprias de um líder: paciente mas rápido para enxergar as oportunidades, é um negociador nato.

Estudou Direito na Universidade de Yale, onde fez parte da elitista sociedade secreta "Skull and Bones", na qual debatia sobre política com seus companheiros.

Após sua graduação, Kerry se apresentou como voluntário à Guerra do Vietnã porque sentia que "era o correto", segundo disse.

Ferido duas vezes, foi condecorado por seus serviços com uma Estrela de Prata, uma Estrela de Bronze e três Corações Púrpura.

A morte de vários amigos na frente de batalha o transformou, depois de retornar do Vietnã, em um ativista contra os conflitos e em um dos dirigentes da organização Veteranos Contra a Guerra.

Em abril de 1971, com apenas 27 anos, testemunhou perante o comitê das Relações Exteriores do Senado - que anos depois presidiria - a favor do fim do conflito da maneira mais rápida possível.

Entrou para a política em 1976, como promotor-chefe do distrito de Middlesex, em Massachusetts, e em 1982 se tornou vice-governador do estado.


Nesse cargo, lutou contra a chuva ácida e a contaminação dos lagos e rios, uma causa que segue defendendo e que o transformará, provavelmente, no maior defensor das políticas contra a mudança climática no Governo de Obama.

Em 1984, conquistou a cadeira como senador que ocupou até agora.

É católico e se casou duas vezes. Na primeira ocasião, com Julia Thorne, uma herdeira da Filadélfia com a qual teve duas filhas. Divorciou-se em 1988 e depois obteve a anulação eclesiástica para casar-se com Teresa Heinz Kerry, viúva do senador republicano John Heinz, magnata da popular marca de ketchup.

Em 2003, ano no qual foi operado por conta de um câncer na próstata, lançou sua fracassada corrida presidencial contra Bush, marcada pela incipiente Guerra do Iraque.

Kerry votou a favor da invasão ocorrida em 2003, mas depois criticou duramente a política da Casa Branca no Iraque, pelo que foi considerado por seus oponentes um político de opiniões instáveis.

Considerado um membro da ala liberal do Partido Democrata, prometeu como candidato em 2004 promover as boas relações dos EUA com seus aliados e uma reforma tributária que aumentasse os impostos dos mais ricos e reduzisse os dos mais pobres.

Como secretário de Estado, Kerry buscará demonstrar que a política externa também é "econômica" e se manterá firme na negociação nuclear com o Irã, segundo assegurou em sua audiência de confirmação.

O senador não necessitará ser apresentado à maioria dos líderes mundiais, com quem entabulou relações durante seus anos no Senado, nos quais demonstrou um gosto pela diplomacia "tête-à-tête" de que o Departamento de Estado espera agora beneficiar-se.

Uma dessas relações estreitas é motivo de fortes críticas: a que entabulou com o líder sírio, Bashar al-Assad, antes do início do conflito nesse país. Kerry insiste agora que Assad deve abandonar o poder e que fará o possível para aumentar a pressão contra ele.

Segundo o senador, a política "não se define apenas por aviões não tripulados e desdobramentos de tropas", mas tem muito a ver com "dar voz aos que não têm" e manter uma imagem confiável.

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Washington - John Kerry, um experiente senador com vasto conhecimento em política externa, conseguiu finalmente nesta terça-feira um posto no Governo após uma década como eterno candidato, ao ser confirmado pelo Senado como o próximo secretário de Estado dos EUA.

Com 69 anos de idade, Kerry é o primeiro americano em quase meio século a ocupar um cargo em um gabinete após ter perdido eleições presidenciais, algo que não ocorria desde que Richard Nixon, derrotado por John F. Kennedy em 1960, chegou à Casa Branca em 1968.

Derrotado por George W. Bush nas eleições de 2004, Kerry voltou ao Senado, onde ingressou pela primeira vez há três décadas.

A vitória de Barack Obama em 2008 deu a ele a esperança de ocupar a pasta das Relações Exteriores, mas foi surpreendido quando o atual líder, a quem ele ajudou a ascender na Convenção Democrata de 2004, escolheu Hillary Clinton para o cargo.

Hoje, após uma majoritária provação no plenário do Senado, Kerry chega finalmente ao objetivo para o qual, segundo disse Obama, se preparou não só durante seus 29 anos no Comitê das Relações Exteriores do Senado, mas "durante toda a sua vida".

Nascido em 1943, em Denver (Colorado), o senador de cabelos brancos e 1,90 metro de estatura é filho de um funcionário do serviço exterior e de uma das descendentes da família Forbes, uma das mais antigas e abastadas de Massachusetts.


"O trabalho do meu pai, tanto sob presidentes democratas como republicanos, me levou junto a meus irmãos ao redor do mundo em uma viagem pessoal que trouxe para a minha casa os sacrifícios que os homens e as mulheres do serviço exterior fazem a cada dia pelos EUA", disse Kerry em sua audiência de confirmação na semana passada.

A experiência que mais o marcou nessas viagens quando criança foi a vida na Berlim dividida dos anos 1950, em plena Guerra Fria.

As pessoas que o conhecem asseguram que desde jovem demonstrava as características próprias de um líder: paciente mas rápido para enxergar as oportunidades, é um negociador nato.

Estudou Direito na Universidade de Yale, onde fez parte da elitista sociedade secreta "Skull and Bones", na qual debatia sobre política com seus companheiros.

Após sua graduação, Kerry se apresentou como voluntário à Guerra do Vietnã porque sentia que "era o correto", segundo disse.

Ferido duas vezes, foi condecorado por seus serviços com uma Estrela de Prata, uma Estrela de Bronze e três Corações Púrpura.

A morte de vários amigos na frente de batalha o transformou, depois de retornar do Vietnã, em um ativista contra os conflitos e em um dos dirigentes da organização Veteranos Contra a Guerra.

Em abril de 1971, com apenas 27 anos, testemunhou perante o comitê das Relações Exteriores do Senado - que anos depois presidiria - a favor do fim do conflito da maneira mais rápida possível.

Entrou para a política em 1976, como promotor-chefe do distrito de Middlesex, em Massachusetts, e em 1982 se tornou vice-governador do estado.


Nesse cargo, lutou contra a chuva ácida e a contaminação dos lagos e rios, uma causa que segue defendendo e que o transformará, provavelmente, no maior defensor das políticas contra a mudança climática no Governo de Obama.

Em 1984, conquistou a cadeira como senador que ocupou até agora.

É católico e se casou duas vezes. Na primeira ocasião, com Julia Thorne, uma herdeira da Filadélfia com a qual teve duas filhas. Divorciou-se em 1988 e depois obteve a anulação eclesiástica para casar-se com Teresa Heinz Kerry, viúva do senador republicano John Heinz, magnata da popular marca de ketchup.

Em 2003, ano no qual foi operado por conta de um câncer na próstata, lançou sua fracassada corrida presidencial contra Bush, marcada pela incipiente Guerra do Iraque.

Kerry votou a favor da invasão ocorrida em 2003, mas depois criticou duramente a política da Casa Branca no Iraque, pelo que foi considerado por seus oponentes um político de opiniões instáveis.

Considerado um membro da ala liberal do Partido Democrata, prometeu como candidato em 2004 promover as boas relações dos EUA com seus aliados e uma reforma tributária que aumentasse os impostos dos mais ricos e reduzisse os dos mais pobres.

Como secretário de Estado, Kerry buscará demonstrar que a política externa também é "econômica" e se manterá firme na negociação nuclear com o Irã, segundo assegurou em sua audiência de confirmação.

O senador não necessitará ser apresentado à maioria dos líderes mundiais, com quem entabulou relações durante seus anos no Senado, nos quais demonstrou um gosto pela diplomacia "tête-à-tête" de que o Departamento de Estado espera agora beneficiar-se.

Uma dessas relações estreitas é motivo de fortes críticas: a que entabulou com o líder sírio, Bashar al-Assad, antes do início do conflito nesse país. Kerry insiste agora que Assad deve abandonar o poder e que fará o possível para aumentar a pressão contra ele.

Segundo o senador, a política "não se define apenas por aviões não tripulados e desdobramentos de tropas", mas tem muito a ver com "dar voz aos que não têm" e manter uma imagem confiável.

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