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Jihadistas criam campos de treinamento para menores na Síria

O Estado Islâmico começou a doutrinar menores de idade em campos de treinamento especiais no norte sírio, segundo denúncia de ativistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 10h24.

Beirute - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) começou a doutrinar menores de idade em campos de treinamento especiais em áreas sob seu controle no norte da Síria, segundo ativistas denunciaram nesta terça-feira.

"O EI está trabalhando para lavar os cérebros das crianças, paralisou o ano letivo e criou o que denomina "campos de defesa" para recrutar as crianças e jovens em seus quartéis", disse à Agência Efe o diretor da organização opositora "Deir ez Zor sob o fogo", Wael ao Omar.

Deir ez Zor é uma das províncias do nordeste sírio onde os radicais têm grande poder, ao lado de Al Raqqah, seu principal reduto no país.

No início de novembro, os extremistas fecharam a maioria das escolas de Deir ez Zor para substituir o programa de estudo por outro elaborado pelos jihadistas, revelou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Durante o período de fechamento dos colégios, que ainda continua, o EI avaliará os conhecimentos dos professores sobre a sharia (lei islâmica).

Além disso, ativistas da ONG "Al Raqqah está sendo massacrada em silêncio" publicaram hoje no Facebook um vídeo no qual se vê um suposto campo de treinamento de menores.

Na gravação, cuja autenticidade não pôde ser verificada, aparece um grupo de menores encapuzados que saem de um ônibus e são levados para um campo onde recebem treinamento de luta e tiro.

Em outro momento do vídeo, de cerca de três minutos, as crianças aparecem desfilando com bandeiras negras do EI e gritam "Alá é grande".

A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou em junho que tanto as facções rebeldes como os jihadistas na Síria recrutavam menores com a desculpa de proporcionar educação.

O organismo afirmou que adolescentes de até 15 anos eram enviados aos campos de batalha e que havia menores de 14 em tarefas de apoio.

Como exemplo, a HRW citava o EI, que, por meio de campanhas de escolarização gratuitas, incorporou as suas fileiras menores que tinham sido treinados para usar armas. As crianças soldados receberam então missões, inclusive a realização de atentados suicidas.

O EI proclamou um califado no Iraque e na Síria em junho, onde conquistou partes do norte e do centro de ambos os países, nos quais aplica restrições como o uso obrigatório do "niqab" (véu que tapa todo o corpo menos os olhos) para as mulheres e proíbe a venda de álcool ou tabaco.

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