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Japão recebe aprovação para liberar água radioativa tratada no oceano

Governo japonês garante que processo é seguro, pois tratou a água — suficiente para encher 500 piscinas olímpicas. Moradores das áreas próximas se opõem ao plano

Japão: liberação deve durar de 30 a 40 anos. (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2023 às 12h03.

O plano do governo japonês de despejar água tratada da acidentada central nuclear de Fukushima no oceano "cumpre as normas internacionais de segurança" e terá um impacto "insignificante", disse o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, nesta terça-feira (4).

Esta avaliação, feita no âmbito do exame final do plano japonês por parte da AIEA, foi comunicada durante a visita de Grossi a Tóquio, antes do início da descarga de água prevista para este verão.

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"A AIEA concluiu que a abordagem e as atividades de descarga da água tratada (...) cumprem as normas internacionais de segurança pertinentes", segundo o relatório.

"O despejo controlado e progressivo da água tratada no mar (...) teria um impacto radiológico insignificante na população e no meio ambiente", acrescenta o texto.

O triplo acidente terremoto-tsunami-nuclear de 11 de março de 2011 causou a fusão de três reatores da central de Fukushima, no acidente nuclear mais grave desde Chernobyl.

A catástrofe causou vazamentos radioativos que obrigaram dezenas de milhares de pessoas nas áreas vizinhas a abandonarem suas casas com urgência.

Embora a descontaminação e o desmantelamento da central estejam previstos para durar várias décadas, o Japão enfrenta o problema imediato de armazenar em torno de 1,33 milhão de toneladas de água de chuva, águas subterrâneas e injeções necessárias para resfriar os núcleos dos reatores nucleares no local da usina, que em breve será saturado.

O governo japonês planeja despejar essa água no oceano depois de tratá-la com um sistema de descontaminação que remove os elementos radioativos, exceto o trítio, que será diluído.

O projeto já havia sido aprovado pela AIEA, mas o governo japonês havia declarado que o escoamento da água começaria somente depois da "revisão completa", cujos resultados foram apresentados hoje por Grossi.

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