Japão elege premiê com desafio de superar iminente recessão
As eleições no Japão devem acontecer em dezembro
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 12h52.
Tóquio - O primeiro-ministro que o Japão elegerá em dezembro deverá assumir os desafios de acertar a economia do país, à beira da recessão, definir seu modelo energético e apressar a reconstrução das áreas devastadas pelo tsunami de 2011.
As eleições de 16 de dezembro darão fim antecipado a três anos de legislatura do Partido Democrático (PD) marcados pelo devastador terremoto e tsunami de 2011 e a crise nuclear em Fukushima, a pior tragédia vivida no arquipélago desde a Segunda Guerra Mundial.
No último ano, sob a liderança de Yoshihiko Noda, o Japão se viu obrigado a lidar com outros problemas como a desaceleração econômica mundial, a queda da demanda interna, as exportações e o persistente fortalecimento do iene, que levaram o país ao limite da recessão.
No trimestre de julho a setembro, a economia sofreu uma contração de 3,5% anualizada, a maior desde a queda de 8% registrada entre janeiro e março de 2011 em um Japão em recuperação pós-tsunami.
O primeiro-ministro Noda, de 55 anos e que tenta renovar nas urnas seu mandato após pouco mais de um ano no poder, apostou em apertar o cinto fiscal do país, com medidas impopulares para combater a deflação crônica e a grande dívida pública, a maior de um país industrializado, acima do dobro do PIB.
A mais polêmica de suas medidas, criticada pela oposição e aplaudida pelo Fundo Monetário Internacional, foi uma reforma tributária aprovada em agosto que representa um aumento paulatino do IVA (imposto sobre valor agregado) de 5% para 10% até 2015, e que desponta como o único legado consistente do PD em três anos de governo.
O primeiro-ministro, que no passado ocupou o cargo de titular da pasta de Finanças e que definiu sua própria liderança como 'uma subida a uma montanha', pediu aos japoneses que votem nele para avançar na luta para acertar as finanças da terceira maior economia mundial.
Na bicefalia política que impera no Japão, o outro canto do ringue eleitoral é ocupado por Shinzo Abe, líder do opositor Partido Liberal-Democrata (PLD) e primeiro-ministro entre 2006 e 2007, que se fixou a meta de impulsionar um programa mais agressivo de flexibilização monetária.
Para isso, cogita a possibilidade de revisar a lei que regula o Banco do Japão para permitir que compre diretamente títulos da dívida pública, o que já foi criticado por que alguns especialistas a veem como uma forma de intromissão na independência do emissor e de fomentar o déficit.
O primeiro-ministro que for eleito em 16 de dezembro deverá também enfrentar a difícil situação energética no arquipélago, depois que a crise nuclear de Fukushima levou à paralisação de 48 dos 50 reatores nucleares do país.
Noda defende o abandono da energia nuclear para a década de 2030, apesar da oposição e do ceticismo de boa parte da indústria, que lembra que a atual paralisação das usinas já causou um grave prejuízo à balança comercial.
De fato, entre abril e setembro, o Japão sofreu um déficit comercial histórico, instigado em parte pelo aumento na compra de hidrocarbonetos como gás natural (24,3% anualizado) e petróleo (8,3%), necessários para aumentar o ritmo das usinas térmicas em substituição das nucleares.
Por sua vez, o PLD de Shinzo Abe já anunciou que não descarta retomar a utilização de energia nuclear, e se comprometeu a tomar uma decisão com base nos próximos três anos.
A outra carta que pode decidir as eleições, nas quais será eleito o sétimo primeiro-ministro nos últimos seis anos, é a necessidade de estimular os trabalhos para a reconstrução do nordeste do país.
Este assunto já custou o posto ao antecessor de Noda no poder, Naoto Kan, que renunciou pelas críticas à sua gestão da crise de 2011. EFE
Tóquio - O primeiro-ministro que o Japão elegerá em dezembro deverá assumir os desafios de acertar a economia do país, à beira da recessão, definir seu modelo energético e apressar a reconstrução das áreas devastadas pelo tsunami de 2011.
As eleições de 16 de dezembro darão fim antecipado a três anos de legislatura do Partido Democrático (PD) marcados pelo devastador terremoto e tsunami de 2011 e a crise nuclear em Fukushima, a pior tragédia vivida no arquipélago desde a Segunda Guerra Mundial.
No último ano, sob a liderança de Yoshihiko Noda, o Japão se viu obrigado a lidar com outros problemas como a desaceleração econômica mundial, a queda da demanda interna, as exportações e o persistente fortalecimento do iene, que levaram o país ao limite da recessão.
No trimestre de julho a setembro, a economia sofreu uma contração de 3,5% anualizada, a maior desde a queda de 8% registrada entre janeiro e março de 2011 em um Japão em recuperação pós-tsunami.
O primeiro-ministro Noda, de 55 anos e que tenta renovar nas urnas seu mandato após pouco mais de um ano no poder, apostou em apertar o cinto fiscal do país, com medidas impopulares para combater a deflação crônica e a grande dívida pública, a maior de um país industrializado, acima do dobro do PIB.
A mais polêmica de suas medidas, criticada pela oposição e aplaudida pelo Fundo Monetário Internacional, foi uma reforma tributária aprovada em agosto que representa um aumento paulatino do IVA (imposto sobre valor agregado) de 5% para 10% até 2015, e que desponta como o único legado consistente do PD em três anos de governo.
O primeiro-ministro, que no passado ocupou o cargo de titular da pasta de Finanças e que definiu sua própria liderança como 'uma subida a uma montanha', pediu aos japoneses que votem nele para avançar na luta para acertar as finanças da terceira maior economia mundial.
Na bicefalia política que impera no Japão, o outro canto do ringue eleitoral é ocupado por Shinzo Abe, líder do opositor Partido Liberal-Democrata (PLD) e primeiro-ministro entre 2006 e 2007, que se fixou a meta de impulsionar um programa mais agressivo de flexibilização monetária.
Para isso, cogita a possibilidade de revisar a lei que regula o Banco do Japão para permitir que compre diretamente títulos da dívida pública, o que já foi criticado por que alguns especialistas a veem como uma forma de intromissão na independência do emissor e de fomentar o déficit.
O primeiro-ministro que for eleito em 16 de dezembro deverá também enfrentar a difícil situação energética no arquipélago, depois que a crise nuclear de Fukushima levou à paralisação de 48 dos 50 reatores nucleares do país.
Noda defende o abandono da energia nuclear para a década de 2030, apesar da oposição e do ceticismo de boa parte da indústria, que lembra que a atual paralisação das usinas já causou um grave prejuízo à balança comercial.
De fato, entre abril e setembro, o Japão sofreu um déficit comercial histórico, instigado em parte pelo aumento na compra de hidrocarbonetos como gás natural (24,3% anualizado) e petróleo (8,3%), necessários para aumentar o ritmo das usinas térmicas em substituição das nucleares.
Por sua vez, o PLD de Shinzo Abe já anunciou que não descarta retomar a utilização de energia nuclear, e se comprometeu a tomar uma decisão com base nos próximos três anos.
A outra carta que pode decidir as eleições, nas quais será eleito o sétimo primeiro-ministro nos últimos seis anos, é a necessidade de estimular os trabalhos para a reconstrução do nordeste do país.
Este assunto já custou o posto ao antecessor de Noda no poder, Naoto Kan, que renunciou pelas críticas à sua gestão da crise de 2011. EFE