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Itália diz que França pode se tornar a sua inimiga nº 1 por imigração

Segundo presidente francês, Europa não está vivendo uma crise migratória da mesma magnitude daquela que experimentou em 2015

Crise dos refugiados: Resgatados apresentam sinais de tortura sofridas nos acampamentos na Líbia antes de embarcar para a Itália (Yara Nardi/Italian Red Cross press office/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de junho de 2018 às 16h28.

Última atualização em 25 de junho de 2018 às 10h03.

Milão - A Itália afirmou neste sábado que uma França "arrogante" pode ser tornar "inimiga nº 1" do país por causa de questões imigratórias , um dia antes de líderes europeus se reunirem em Bruxelas para um encontro arranjado às pressas sobre a crise migratória no continente.

Em resposta a comentários feitos pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou que fluxos migratórios para a Europa caíram em relação há alguns anos atrás, o vice premiê italiano, Luigi Di Maio, disse que as palavras de Macron estão desconectadas da realidade.

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"A Itália, de fato, enfrenta uma emergência migratória e isso ocorre parcialmente porque a França continua a recusar pessoas na fronteira. Macron arrisca tornar seu país inimigo nº 1 da Itália por causa dessa emergência", escreveu Di Maio, em sua página no Facebook.

Macron afirmou que a cooperação europeia conseguiu reduzir os fluxos migratórios em cerca de 80 por cento e que os problemas derivam de movimentos "secundários" de imigrantes dentro da Europa.

"A realidade é que a Europa não está vivendo uma crise migratória da mesma magnitude daquela que experimentou em 2015", disse o presidente francês. "Um país como a Itália não tem de maneira nenhuma a mesma pressão migratória como a do ano passado...A crise que estamos vivendo hoje na Europa é uma crise política...vinculada a movimentos secundários entre países europeus."

Mas o ministro do Interior da Itália Matteo Salvini afirmou que seu país registrou chegadas de 650 mil imigrantes pelo mar nos últimos quatro anos, 430 mil pedidos de asilo e abriga 170 mil "supostos refugiados" que geram um custo total de mais de 5 bilhões de euros.

"Se para o arrogante presidente Macron isso não é um problema, pedimos para ele parar de nos insultar e mostrar alguma generosidade concreta com a abertura dos muitos portos franceses e permitindo a passagem de crianças, homens e mulheres de Ventimiglia", disse ele fazendo referência à cidade italiana no nordeste do país, que faz fronteira com a França.

 

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