Italexit: Senador lança partido para tirar Itália da União Europeia
Senador ultraconservador Gianluigi Paragone, ex-membro do Movimento 5 Estrelas, lançou o partido nesta quinta-feira (23)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de julho de 2020 às 18h00.
Última atualização em 23 de julho de 2020 às 19h34.
Um senador italiano lançou o partido Italexit nesta quinta-feira 23, com o objetivo de tirar a Itália da União Europeia, assim como aconteceu no Reino Unido com o Brexit. O senador ultraconservador Gianluigi Paragone, ex-membro do Movimento 5 Estrelas (M5S, partido que se classifica como antissistema) e ex-jornalista de televisão, decidiu lançar seu movimento após uma reunião em Londres com o campeão do Brexit Nigel Farage.
Paragone, conhecido por suas posições anti-europeias, decidiu fundar o movimento após o histórico acordo europeu alcançado nesta semana para combater a pandemia de coronavírus e revitalizar a economia, que tem a Itália como o primeiro beneficiário, já que foi um dos países mais afetados pelo vírus.
"O movimento crescerá muito e na mesma proporção que as mentiras que a União Europeia nos conta", disse Paragone durante uma conferência de imprensa organizada na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao jornal La Repubblica, Paragone afirmou que "o cidadão europeu não existe" e que a UE está "à beira do colapso".
Segundo pesquisas, a maioria dos italianos não quer deixar a UE e apenas 30% apoiariam uma eventual saída do bloco multilateral, disse à AFP o cientista político Renato Mannheimer. "Não creio que o partido alcance seu objetivo", disse. Para o especialista, a decepção inicial devido à falta de uma resposta rápida da UE está se transformando em esperança e confiança após o acordo sobre a reconstrução pós-coronavírus nesta semana.
Pacote
A Comissão Europeia apresentou um plano para tomar emprestado no mercado e disponibilizar a países da União Europeia 750 bilhões de euros em subsídios e empréstimos para ajudá-los a se recuperar dos impactos do coronavírus.
A maior parte do dinheiro irá para Itália e Espanha, os mais afetados pela pandemia, que juntos receberão 313 bilhões de euros em subsídios e empréstimos. O objetivo também é proteger o mercado único da União Europeia de se fragmentar diante de crescimentos econômicos e níveis de riqueza divergentes conforme o bloco de 27 países emerge de sua recessão mais profunda esperada para este ano. Dos 750 bilhões de euros, dois terços serão em subsídios financiados por tomadas de empréstimos conjuntos e um terço em empréstimos.
A Comissão propôs novas receitas na forma de um imposto sobre plásticos, algum dinheiro de um esquema de negociação de CO2, imposto sobre serviços digitais, uma parte das taxas corporativas nacionais e um imposto de importação sobre produtos feitos nos países com padrões mais baixos de emissão de CO2 do que a UE. (Com agências internacionais)