Israelenses cedem voto a palestinos em sinal de protesto
A iniciativa, batizada de "Democracia Real" consiste em marcar na cédula um candidato escolhido por um palestino sem direito a voto
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 16h53.
Jerusalém - Mais de 2 mil israelenses cederam simbolicamente nesta terça-feira seu voto nas eleições legislativas a palestinos de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, em protesto pelas políticas discriminatórias de seu país nos territórios ocupados.
A iniciativa, batizada de "Democracia Real" e articulada principalmente em torno das redes sociais, consiste em marcar na cédula um candidato escolhido por um palestino sem direito a voto.
"Não podemos saber exatamente quantas pessoas fizeram isso, mas calculamos que superam as 2 mil", disse à Agência Efe um dos organizadores da iniciativa, Shimri Zameret.
O partido judeu-árabe socialista Hadash foi o mais popular, seguido da formação árabe Balad e de muitas abstenções por boicote. Também houve votos para partidos sionistas, como o esquerdista Meretz, acrescentou Zameret.
Alguns dos participantes, na maioria judeus, entram em contato com os palestinos através do Facebook, enquanto outros se conheciam de encontros ou manifestações na Cisjordânia.
"Estamos vivendo em um sistema de apartheid interno, de discriminação baseada na raça ou na cor do passaporte. Como israelense, tenho uma voz na ONU e um poder de veto da minha parte, algo do que os palestinos carecem", argumentou.
Zameret, que boicota o pleito seguindo o feito por Facebook por Omar, um palestino da cidade cisjordaniana de Hebron, salientou que o resultado do voto em Israel afeta também o que aconteceu nos territórios ocupados.
Outro participante judeu, Yuval, disse sentir orgulho de ter permitido que um colega palestino eleja um partido - que ele não revelou por respeito ao caráter secreto do voto - em um país cujas políticas afetam ambos.
"Talvez não represente uma grande diferença, mas o gesto chama a atenção sobre o controle de milhões de pessoas que não podem votar. São sujeitos, não cidadãos", reclamou à Efe.
A página do Facebook da iniciativa, que recebeu 3.037 adesões, recolhe confissões de votos cedidos, como o de Andrea Markowitz, israelense que emigrou da América do Sul e entregou seu "falso privilégio" de votar a Ala Owaine, do povoado cisjordaniano de Bater.
A escritora e ativista israelense Mairav Zonszein publicou no site "+972" uma explicação de sua decisão de entregar seu voto a Rimam Barakat, palestina de Jerusalém Oriental, que apoiou um partido árabe, Balad, pelo qual ela não sente "especial afinidade".
"Fiz isso porque hoje vivo em uma realidade de um só Estado na qual não quero viver e, independentemente do termo que se queira empregar, é uma realidade de desigualdade sistemática, discriminação e opressão violenta da minoria palestina", argumentou.
Zonszein se disse "chateada" e "zangada" por ter de renunciar a apoiar uma formação, a judeu-árabe e socialista Daam, que precisa de votos para conseguir o mínimo de 2% para entrar no Parlamento israelense.
Jerusalém - Mais de 2 mil israelenses cederam simbolicamente nesta terça-feira seu voto nas eleições legislativas a palestinos de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, em protesto pelas políticas discriminatórias de seu país nos territórios ocupados.
A iniciativa, batizada de "Democracia Real" e articulada principalmente em torno das redes sociais, consiste em marcar na cédula um candidato escolhido por um palestino sem direito a voto.
"Não podemos saber exatamente quantas pessoas fizeram isso, mas calculamos que superam as 2 mil", disse à Agência Efe um dos organizadores da iniciativa, Shimri Zameret.
O partido judeu-árabe socialista Hadash foi o mais popular, seguido da formação árabe Balad e de muitas abstenções por boicote. Também houve votos para partidos sionistas, como o esquerdista Meretz, acrescentou Zameret.
Alguns dos participantes, na maioria judeus, entram em contato com os palestinos através do Facebook, enquanto outros se conheciam de encontros ou manifestações na Cisjordânia.
"Estamos vivendo em um sistema de apartheid interno, de discriminação baseada na raça ou na cor do passaporte. Como israelense, tenho uma voz na ONU e um poder de veto da minha parte, algo do que os palestinos carecem", argumentou.
Zameret, que boicota o pleito seguindo o feito por Facebook por Omar, um palestino da cidade cisjordaniana de Hebron, salientou que o resultado do voto em Israel afeta também o que aconteceu nos territórios ocupados.
Outro participante judeu, Yuval, disse sentir orgulho de ter permitido que um colega palestino eleja um partido - que ele não revelou por respeito ao caráter secreto do voto - em um país cujas políticas afetam ambos.
"Talvez não represente uma grande diferença, mas o gesto chama a atenção sobre o controle de milhões de pessoas que não podem votar. São sujeitos, não cidadãos", reclamou à Efe.
A página do Facebook da iniciativa, que recebeu 3.037 adesões, recolhe confissões de votos cedidos, como o de Andrea Markowitz, israelense que emigrou da América do Sul e entregou seu "falso privilégio" de votar a Ala Owaine, do povoado cisjordaniano de Bater.
A escritora e ativista israelense Mairav Zonszein publicou no site "+972" uma explicação de sua decisão de entregar seu voto a Rimam Barakat, palestina de Jerusalém Oriental, que apoiou um partido árabe, Balad, pelo qual ela não sente "especial afinidade".
"Fiz isso porque hoje vivo em uma realidade de um só Estado na qual não quero viver e, independentemente do termo que se queira empregar, é uma realidade de desigualdade sistemática, discriminação e opressão violenta da minoria palestina", argumentou.
Zonszein se disse "chateada" e "zangada" por ter de renunciar a apoiar uma formação, a judeu-árabe e socialista Daam, que precisa de votos para conseguir o mínimo de 2% para entrar no Parlamento israelense.