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Israel liga aviso sobre Irã ao de Churchill sobre nazismo

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu irá nesta terça-feira para alertar sobre um "mau acordo" com o Irã


	Benjamin Netanyahu: primeiro-ministro israelense é um declarado admirador de Churchill
 (Gali Tibbon/AFP)

Benjamin Netanyahu: primeiro-ministro israelense é um declarado admirador de Churchill (Gali Tibbon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2015 às 17h33.

Washington - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, irá nesta terça-feira ao Congresso dos Estados Unidos para alertar sobre um "mau acordo" com o Irã, do mesmo modo que Winston Churchill advertiu em 1938 o Reino Unido contra qualquer pacto com a Alemanha nazista.

A comparação foi feita pelo vice-embaixador de Israel em Washington, Reuven Azar, em entrevista à Agência Efe pouco antes da visita de Netanyahu a Washington, convidado pelos líderes republicanos do Congresso.

"Nós sentimos que estamos em uma situação muito crítica, para nós é algo existencial", disse o diplomata israelense.

"O primeiro-ministro sente que estamos à beira de uma catástrofe enorme na região. E vem com a mesma mensagem que Churchill antes da Segunda Guerra Mundial, para dizer: temos que lidar com isso agora", acrescentou.

Em 1938, Churchill alertou contra um "mau acordo" que o então primeiro-ministro do Reino Unido, Neville Chamberlain, "assinou com (Adolf) Hitler, e que não deteve a agressão nazista", explicou Azar.

Netanyahu, um declarado admirador de Churchill, primeiro- ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, também quer alertar com seu discurso que o acordo que as potências do grupo 5+1 buscar assinar com o Irã é um "mau acordo, que não deterá a agressão iraniana, mas a incentivará", acrescentou.

O alerta de Churchill ao qual se refere Azar ficou registrado em uma famosa e premonitória frase: "o governo tinha que escolher entre a guerra e a desonra, escolheu a desonra e terá a guerra".

"Não podemos apaziguar os iranianos, temos que ser firmes. É preciso muito mais pressão", ressaltou Azar.

Com seu discurso desta terça-feira, Netanyahu igualará o recorde de Churchill, que até agora era o líder estrangeiro que mais vezes falou no Congresso dos EUA, com três discursos.

Azar minimizou a importância da tensão que a visita de Netanyahu provocou em Washington, convidado pela liderança republicana que não notificou a Casa Branca, e garantiu que Israel não quer "estar no meio" de nenhuma batalha política.

"Não é nossa responsabilidade se o líder da Câmara dos Representantes dos EUA (o republicano John Boehner) notificou a Casa Branca, ou quando o fez. Não depende de nós", acrescentou.

Para o diplomata israelense, qualquer disputa sobre protocolo ou sobre os interesses políticos dos republicanos em Washington é "secundário" quando comparado com as inquietações que Israel tem sobre o rumo das negociações entre Irã e o G5+1 (formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: EUA, Rússia, China, França, Reino Unido, mais a Alemanha).

A campanha de Netanyahu irritou claramente o governo de Barack Obama, que se recusou a se reunir com o primeiro-ministro israelense com o argumento de evitar influenciar nas eleições em Israel, que acontecem em março.

O vice-presidente, Joe Biden, decidiu não assistir ao discurso programado para terça-feira no Congresso.

"Respeitamos a decisão do presidente (Obama). Além disso, não faz sentido tentar ocultar o fato de que no que se refere ao Irã, temos um desacordo (com os EUA)", sustentou Azar.

Para Azar, no entanto, era necessário um gesto como o do discurso de Netanyahu para "captar a atenção do Congresso americano, do público americano" sobre o tema do Irã.

"Desde o anúncio da visita, primeiro houve um debate sobre a ruptura de protocolo (com o convite de Boehner a Netanyahu), mas nas últimas semanas vimos que voltávamos à conversa real, sobre se isto é um bom acordo, sobre quais vão serão seus termos", continuou o vice-embaixador.

"E acho que embora estejamos em uma disputa com a Administração (de Obama), nossa pressão está dando a essa Administração as ferramentas para extrair dos iranianos um acordo melhor", acrescentou.

Segundo o diplomata, permitir que o Irã enriqueça urânio ao término das negociações atuais "gerará uma corrida nuclear na região", pois Emirados Árabes Unidos , Arábia Saudita, Egito e Turquia buscariam programas atômicos semelhantes ao iraniano.

Israel teme, além disso, que as negociações atuais permitam ao Irã desenvolver "um programa de mísseis balísticos intercontinental que também poria em perigo os Estados Unidos", argumentou.

Nesse contexto, a aposta de Israel por mais sanções, que segundo os Estados Unidos farão descarrilar as negociações em que Obama apostou, pretende "prevenir uma guerra, e não empurrar para a ela", assegurou Azar. EFE

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