O presidente dos EUA, Barack Obama, se reúne com o presidente de Israel, Shimon Peres: para Peres, isso poderia acarretar em "uma tragédia de dimensões épicas". (REUTERS / Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 14h44.
Jerusalém - O presidente de Israel, Shimon Peres, pediu nesta quarta-feira ao líder dos Estados Unidos, Barack Obama, que não permita o vazamento do arsenal químico da Síria porque isso poderia acarretar em "uma tragédia de dimensões épicas".
"Não devemos permitir que estas armas caiam nas mãos dos terroristas", disse Peres em um breve comparecimento perante os meios de imprensa ao lado de Obama, após uma reunião entre ambos na residência oficial do presidente israelense em Jerusalém.
Em um repasse dos últimos eventos no Oriente Médio, o presidente israelense se mostrou convencido de que a chamada "Primavera Árabe" pode gerar mudanças positivas, mas insistiu nos perigos que a situação na Síria deixe partes de seu arsenal não convencional nas mãos erradas.
O movimento xiita libanês Hezbollah (aliado da Síria e do Irã) "apoia brutalmente o massacre do povo sírio; por sorte, a capacidade nuclear síria foi destruída, mas seu arsenal químico está aí", reiterou Peres.
Israel destruiu em 2007 um reator nuclear em construção no norte da Síria e desde que começou o conflito interno nesse país árabe, seus serviços secretos seguem muito de perto a possível transferência de armas de destruição em massa aos grupos islamistas.
Sobre o programa nuclear do Irã, um dos assuntos capitais da visita de Obama ao Oriente Médio, o presidente israelense disse brevemente que os dois Governos estão de acordo de que se trata do "maior dos perigos".
O presidente americano não fez comentários de índole política, mas afirmou que Israel "não tem melhor amigo que os Estados Unidos" e que "as crianças israelenses querem viver em segurança, livres de terrorismo, e é isso o que merecem".
"Se nos centrarmos em nossas boas relações, poderemos dar às crianças o futuro que merecem", ressaltou.
Após a reunião com Peres, que foi seguida por uma cerimônia de boas-vindas com crianças israelenses e a plantação de uma árvore, Obama foi à residência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para a primeira de suas reuniões com ele.