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Israel não negociará com presos palestinos em greve de fome

A greve de fome, realizada por mais de mil detentos, pretende "acabar com os abusos" da administração penitenciária israelense

Manifestantes simulam prisão israelense durante protesto em apoio a detentos palestinos no país (Mohammed Salem/Reuters)

Manifestantes simulam prisão israelense durante protesto em apoio a detentos palestinos no país (Mohammed Salem/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de abril de 2017 às 12h02.

Israel não vai negociar com os presos palestinos em greve de fome, afirmou nesta terça-feira o ministro da Segurança Interna do Estado hebreu, Guilad Erdan.

Mais de mil detentos palestinos nas prisões israelenses iniciaram na segunda-feira uma greve de fome coletiva, um movimento de protesto inédito em vários anos, convocado por Marwan Barghuthi, líder da segunda Intifada condenado à prisão perpétua.

A greve de fome pretende "acabar com os abusos" da administração penitenciária israelense, afirma Barghuthi em um artigo enviado ao jornal americano The New York Times. Ele está detido na penitenciária de Hadarim, norte de Israel.

Como represália, Barghuthi foi colocado em isolamento em outra penitenciária, segundo o ministro, para quem a "convocação da greve de fome é contrária ao regulamento" das prisões.

"São terroristas e assassinos detidos que recebem o que merecem e não temos razões para negociar com eles", declarou Erdan à rádio militar.

Um porta-voz da administração penitenciária israelense confirmou que "quase 1.100 prisioneiros" estavam em greve de fome desde segunda-feira e indicou que as autoridades pretendem "punir os grevistas".

Marwan Barghuthi, grande rival do presidente palestino Mahmud Abbas dentro do partido Al-Fatah e com frequência é apontado como líder nas pesquisas de uma hipotética eleição presidencial palestina, organizou o movimento.

Entre outras reivindicações, os prisioneiros pedem telefones públicos nas penitenciárias, direitos de visita ampliados, o fim das "negligências médicas" e dos envios para a solitária, assim como acesso aos canais de televisão e ao ar condicionado.

A presidência palestina pediu ao governo israelense que responda às demandas por "liberdade e dignidade dos presos".

A última grande greve nas prisões israelenses aconteceu em fevereiro de 2013, quando 3.000 palestinos se negaram a comer, durante um dia, para protestar contra a morte na prisão de um detento palestino.

Atualmente, 6.500 palestinos, incluindo 62 mulheres e 300 menores de idade, estão detidos em Israel. Quase 500 deles se encontram sob regime extrajudicial de detenção administrativa, o que permite uma prisão sem processo ou acusação. Além disso, 13 deputados palestinos, de diferentes partidos políticos, estão presos.

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