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Israel exibe caso de espião durante visita de premiê aos EUA

Homem preso sob suspeita de ser um espião iraniano apareceu em um tribunal israelense nesta segunda-feira


	Netanyahu: Enquanto o premiê viajava para os EUA, o serviço de segurança israelense anunciou que Ali Mansouri tinha sido preso sob uspeita de espionar para a Guarda Revolucionária do Irã
 (Gali Tibbon/Reuters)

Netanyahu: Enquanto o premiê viajava para os EUA, o serviço de segurança israelense anunciou que Ali Mansouri tinha sido preso sob uspeita de espionar para a Guarda Revolucionária do Irã (Gali Tibbon/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 10h04.

Jerusalém - Um homem preso sob suspeita de ser um espião iraniano apareceu em um tribunal israelense nesta segunda-feira e alguns analistas israelenses questionaram o momento da audiência, sugerindo que foi planejada para ocorrer como parte dos esforços para desacreditar a nova abertura de Teerã a Washington.

Enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viajava no domingo para os Estados Unidos para uma visita cujo foco é o programa nuclear do Irã, o serviço de segurança israelense Shin Bet anunciou que Ali Mansouri tinha sido preso em 11 de setembro sob a suspeita de espionar para a Guarda Revolucionária do Irã.

Israel disse que Mansouri, um belga-iraniano de 55 anos, fotografou a embaixada dos EUA em Tel Aviv e que pretendia estabelecer laços comerciais em Israel como disfarce para a espionagem.

Uma autoridade israelense disse a repórteres no voo de Netanyahu que a fotografia de Mansouri tirada em frente à embaixada-- cujo exterior pode ser visto em numerosas imagens na Internet- foi uma tentativa de "coletar inteligência para um possível ataque terrorista".

Essa acusação foi contestada pelo advogado de Mansouri, Michal Okabi, depois de uma audiência nesta segunda-feira em um tribunal em Petah Tikva, subúrbio de Tel Aviv, no qual o suspeito, que não se pronunciou, recebeu a ordem de ficar detido por mais oito dias.

"A imagem apocalíptica que o Shin Bet está pintando é bem mais complicad,a e a tentativa de alegar que nosso cliente veio aqui a fim de lançar ataques a Israel está longe da realidade e não tem fundamento", disse Okabi a repórteres.


Alguns analistas na mídia israelense questionaram o momento da notícia, divulgada em um comunicado do Shin Bet que incluía fotografias que o grupo dizia terem sido tiradas pelo suspeito em frente à missão beira-mar e no aeroporto de Tel Aviv. Nenhuma acusação formal foi feita.

Alex Fishman, um bem-informado repórter de questões militares do maior jornal de Israel, o Yedioth Ahronoth, escreveu que o Shin Bet, que é supervisionado pelo gabinete de Netanyahu, não costuma correr para revelar detalhes de novos casos de espionagem.

"Não foi por acaso que foi decidido no gabinete do primeiro-ministro revelar a questão na véspera (da visita de Netanyahu aos EUA)", disse Fishman.

"Israel está tentando constranger os iranianos para conter a bem-sucedida campanha de relações públicas que o presidente iraniano, Hassan Rouhani, lançou nos Estados Unidos na semana passada", acrescentou.

O correspondente militar da Rádio Israel disse que o Shin Bet tinha concordado em publicar o caso "por interesse nacional - isto é, a viagem do primeiro-ministro aos Estados Unidos e seu discurso na Assembleia-Geral".

Israel e Irã são adversários. Israel, amplamente visto como a única potência nuclear do Oriente Médio, diz que o Irã está secretamente buscando desenvolver bombas atômicas. O Irã diz que está enriquecendo urânio apenas para fins pacíficos.

Netanyahu e o presidente dos EUA, Barack Obama, vão se encontrar na Casa Branca ainda nesta segunda-feira, três dias depois que o líder norte-americano e Rouhani conversaram por telefone no contato de mais alto nível entre os dois países em 34 anos.

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