Israel começa a enviar eritreus de volta para seu país
Segundo entidade, repatriação forçada pode ser classificada como grave violação de direitos humanos, já que imigrantes correm o risco de serem perseguidos
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2013 às 17h23.
Jerusalém - A repatriação forçada de imigrantes da Eritreia, iniciada pelo governo de Israel , pode ser classificada como grave violação de direitos humanos, já que eles correm o risco de serem perseguidos em seu país, afirmou nesta segunda-feira uma entidade de defesa dos direitos humanos.
As autoridades israelenses vêm tentando conter um influxo de africanos que está causando ressentimento em localidades pobres do país e também agrava o temor de parte da população judaica de ser suplantada no país.
Mas muitos grupos humanitários dizem que o retorno forçado de imigrantes africanos costuma expô-los a abusos em seus países de origem, incluindo a tortura.
Desde 2006, cerca de 60 mil africanos, entre os quais 35 mil eritreus, atravessaram uma extensa e porosa fronteira desértica entre o Egito e Israel, de acordo com estatísticas do governo israelense, e muitos vivem em áreas sombrias de Tel-Aviv.
Israel considera a maioria deles como pessoas ilegais à procura de emprego, mas entidades humanitárias dizem que boa parte dos africanos poderia ser candidato a asilo político por causa do péssimo histórico do governo de seus países em direitos humanos.
A entidade Linha Direta para Trabalhadores Imigrantes, grupo ativista de Israel, afirmou que um grupo inicial de 14 eritreus foi enviado no domingo por avião para Asmara, a capital da Eritreia, após receberem 1.500 dólares cada um das autoridades israelenses.
Eles foram levados para o aeroporto a partir de dois centros de detenção no deserto, ampliados por Israel. Uma lei aprovada há um ano, e que está sendo contestada na principal corte israelense, permite que o país prenda imigrantes que afirma terem entrado ilegalmente no território.
Uma porta-voz do Ministério do Interior não quis comentar o relatório da entidade e apenas disse que "algumas pessoas estão voltando para casa". Ela não especificou as nacionalidades.
Os homens que partiram no domingo foram os primeiros enviados de volta à Eritreia, país que no ano passado foi acusado pela direção do órgão da ONU para direitos humanos de praticar tortura e execuções sumárias.
Anteriormente Israel havia informado estar procurando países que pudessem receber os eritreus.
"Violação Grave"
Sigal Rozen, coordenador de políticas públicas da Linha Direta para Trabalhadores Imigrantes, entidade que se opõe à maioria das deportações, declarou à Reuters que as últimas repatriações foram "uma grave violação de direitos humanos".
Sigal disse que os repatriados assinaram formulários dando seu consentimento, mas ela argumentou que essa anuência não poderia ser considerada como voluntária, já que as autoridades de Israel deixaram claro que o retorno para seu país de origem seria a única possibilidade de eles saírem da prisão.
Ela afirmou que pelo menos um dos eritreus havia dito que era um desertor do Exército e poderia ser punido ao voltar para casa.
Uma representante em Tel-Aviv do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, órgão que monitora o tratamento dado aos imigrantes em Israel, não comentou de imediato o caso. Ela disse estar buscando confirmação da repatriação com as autoridades de Israel.
Jerusalém - A repatriação forçada de imigrantes da Eritreia, iniciada pelo governo de Israel , pode ser classificada como grave violação de direitos humanos, já que eles correm o risco de serem perseguidos em seu país, afirmou nesta segunda-feira uma entidade de defesa dos direitos humanos.
As autoridades israelenses vêm tentando conter um influxo de africanos que está causando ressentimento em localidades pobres do país e também agrava o temor de parte da população judaica de ser suplantada no país.
Mas muitos grupos humanitários dizem que o retorno forçado de imigrantes africanos costuma expô-los a abusos em seus países de origem, incluindo a tortura.
Desde 2006, cerca de 60 mil africanos, entre os quais 35 mil eritreus, atravessaram uma extensa e porosa fronteira desértica entre o Egito e Israel, de acordo com estatísticas do governo israelense, e muitos vivem em áreas sombrias de Tel-Aviv.
Israel considera a maioria deles como pessoas ilegais à procura de emprego, mas entidades humanitárias dizem que boa parte dos africanos poderia ser candidato a asilo político por causa do péssimo histórico do governo de seus países em direitos humanos.
A entidade Linha Direta para Trabalhadores Imigrantes, grupo ativista de Israel, afirmou que um grupo inicial de 14 eritreus foi enviado no domingo por avião para Asmara, a capital da Eritreia, após receberem 1.500 dólares cada um das autoridades israelenses.
Eles foram levados para o aeroporto a partir de dois centros de detenção no deserto, ampliados por Israel. Uma lei aprovada há um ano, e que está sendo contestada na principal corte israelense, permite que o país prenda imigrantes que afirma terem entrado ilegalmente no território.
Uma porta-voz do Ministério do Interior não quis comentar o relatório da entidade e apenas disse que "algumas pessoas estão voltando para casa". Ela não especificou as nacionalidades.
Os homens que partiram no domingo foram os primeiros enviados de volta à Eritreia, país que no ano passado foi acusado pela direção do órgão da ONU para direitos humanos de praticar tortura e execuções sumárias.
Anteriormente Israel havia informado estar procurando países que pudessem receber os eritreus.
"Violação Grave"
Sigal Rozen, coordenador de políticas públicas da Linha Direta para Trabalhadores Imigrantes, entidade que se opõe à maioria das deportações, declarou à Reuters que as últimas repatriações foram "uma grave violação de direitos humanos".
Sigal disse que os repatriados assinaram formulários dando seu consentimento, mas ela argumentou que essa anuência não poderia ser considerada como voluntária, já que as autoridades de Israel deixaram claro que o retorno para seu país de origem seria a única possibilidade de eles saírem da prisão.
Ela afirmou que pelo menos um dos eritreus havia dito que era um desertor do Exército e poderia ser punido ao voltar para casa.
Uma representante em Tel-Aviv do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, órgão que monitora o tratamento dado aos imigrantes em Israel, não comentou de imediato o caso. Ela disse estar buscando confirmação da repatriação com as autoridades de Israel.