Israel anuncia novo projeto de colonização apesar de tensões
País construirá 200 novas moradias em bairro de colonização, mesmo vivendo uma escalada de violência com os palestinos
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 15h38.
Jerusalém - Israel aprovou, nesta quarta-feira, a construção de 200 novas moradias no bairro de colonização de Ramot, em Jerusalém Oriental, apesar da reprovação internacional e em meio a uma escalada de tensões com os palestinos.
Colonos israelenses incendiaram nesta quarta uma mesquita na Cisjordânia em um aparente ato de represália pelo lançamento de um coquetel molotov em uma sinagoga em uma localidade árabe do norte de Israel terça-feira à noite.
A ação contra a mesquita pouco antes do amanhecer perto do assentamento judaico de Shilo também acontece depois que dois ataques palestinos a facadas mataram, na segunda-feira, uma moradora de uma colônia do sul da Cisjordânia e um soldado israelense em Tel Aviv.
"Os colonos incendiaram o primeiro andar da mesquita na localidade de Al-Mughayir, perto da cidade de Ramallah, afirmou uma fonte dos serviços de segurança.
A polícia confirmou o incidente e abriu uma investigação.
Durante a noite de terça-feira, um coquetel molotov foi lançado contra uma antiga sinagoga na localidade de Shfaram, o que provocou danos leves. O templo não é utilizado atualmente para serviços religiosos.
A tensão na região deve ser discutida pelo secretário de Estado americano John Kerry, o rei Abdullah II da Jordânia e o presidente palestino, Mahmmud Abbas, previstas para esta quarta e quinta-feira em Amã.
"A situação se tornou explosiva e não podemos mais esperar", declarou o porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina. "É preciso jogar água fria sobre esta situação", concordou o ministro israelense das Finanças, Yaïr Lapid.
A escalada de violência faz temer uma terceira Intifada, os levantes populares palestinos que fizeram milhares de mortos de 1987 a 1993 e de 2000 a 2005.
Construção de novas habitações de colonização
Apesar deste clima de instabilidade, a municipalidade de Jerusalém aprovou de forma preliminar a construção de 200 novas moradias no bairro de colonização de Ramot.
"Trata-se de um novo plano de construção e estamos na etapa preliminar", indicou à AFP Pepe Alalo, conselheiro municipal do partido de esquerda Meretz, que expressou sua preocupação quanto ao impacto da notícia em um momento de manifestações diárias e violências na cidade.
Por sua parte, Lior Amihai, dirigente da organização israelense contra a colonização A Paz Agora, classificou de terrível a decisão, ainda mais em um período tão delicado.
A continuação da colonização é um dos fatores de tensão que alimentam os confrontos em Jerusalém Oriental nos últimos meses.
O ataque contra a mesquita aconteceu em um momento de crescente revolta palestina, depois que tropas israelenses mataram a tiros um manifestante no sul da Cisjordânia na terça-feira.
Desde o início da atual onda de violência, há cinco meses, com o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses, pelo menos 17 palestinos morreram na Cisjordânia, segundo uma contagem da AFP.
Comunidade internacional preocupada
Os distúrbios, iniciados há alguns meses, ficaram mais intensos nos últimos dias e passaram de Jerusalém Oriental anexada para a Cisjordânia ocupada e as comunidades árabes em Israel, aumentando o temor de uma nova Intifada palestina.
Na terça-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou medidas de segurança adicionais para enfrentar os crescentes protestos árabes.
A comunidade internacional tem acompanhado a situação com preocupação. "Minha preocupação é imensa", declarou em um comunicado Tony Blair, enviado especial do Quarteto (Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e Rússia) para o Oriente Médio.
Antes mesmo do anúncio do novo projeto de colonização, ele previu que tal iniciativa só "inflamaria" ainda mais a situação.
Para o rei da Jordânia, o prosseguimento da colonização "sufoca os esforços de paz".
A Jordânia tem o papel de guardiã dos locais sagrados muçulmanos em Jerusalém Oriental.
As perspectivas de retomada dos esforços para resolver um conflito de mais de 60 anos parecem quase nulas. Neste contexto, a câmara de deputados da França votará em 28 de novembro, após o Parlamento britânico no mês passado, um texto convidando Paris a reconhecer o Estado da Palestina.
Jerusalém - Israel aprovou, nesta quarta-feira, a construção de 200 novas moradias no bairro de colonização de Ramot, em Jerusalém Oriental, apesar da reprovação internacional e em meio a uma escalada de tensões com os palestinos.
Colonos israelenses incendiaram nesta quarta uma mesquita na Cisjordânia em um aparente ato de represália pelo lançamento de um coquetel molotov em uma sinagoga em uma localidade árabe do norte de Israel terça-feira à noite.
A ação contra a mesquita pouco antes do amanhecer perto do assentamento judaico de Shilo também acontece depois que dois ataques palestinos a facadas mataram, na segunda-feira, uma moradora de uma colônia do sul da Cisjordânia e um soldado israelense em Tel Aviv.
"Os colonos incendiaram o primeiro andar da mesquita na localidade de Al-Mughayir, perto da cidade de Ramallah, afirmou uma fonte dos serviços de segurança.
A polícia confirmou o incidente e abriu uma investigação.
Durante a noite de terça-feira, um coquetel molotov foi lançado contra uma antiga sinagoga na localidade de Shfaram, o que provocou danos leves. O templo não é utilizado atualmente para serviços religiosos.
A tensão na região deve ser discutida pelo secretário de Estado americano John Kerry, o rei Abdullah II da Jordânia e o presidente palestino, Mahmmud Abbas, previstas para esta quarta e quinta-feira em Amã.
"A situação se tornou explosiva e não podemos mais esperar", declarou o porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina. "É preciso jogar água fria sobre esta situação", concordou o ministro israelense das Finanças, Yaïr Lapid.
A escalada de violência faz temer uma terceira Intifada, os levantes populares palestinos que fizeram milhares de mortos de 1987 a 1993 e de 2000 a 2005.
Construção de novas habitações de colonização
Apesar deste clima de instabilidade, a municipalidade de Jerusalém aprovou de forma preliminar a construção de 200 novas moradias no bairro de colonização de Ramot.
"Trata-se de um novo plano de construção e estamos na etapa preliminar", indicou à AFP Pepe Alalo, conselheiro municipal do partido de esquerda Meretz, que expressou sua preocupação quanto ao impacto da notícia em um momento de manifestações diárias e violências na cidade.
Por sua parte, Lior Amihai, dirigente da organização israelense contra a colonização A Paz Agora, classificou de terrível a decisão, ainda mais em um período tão delicado.
A continuação da colonização é um dos fatores de tensão que alimentam os confrontos em Jerusalém Oriental nos últimos meses.
O ataque contra a mesquita aconteceu em um momento de crescente revolta palestina, depois que tropas israelenses mataram a tiros um manifestante no sul da Cisjordânia na terça-feira.
Desde o início da atual onda de violência, há cinco meses, com o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses, pelo menos 17 palestinos morreram na Cisjordânia, segundo uma contagem da AFP.
Comunidade internacional preocupada
Os distúrbios, iniciados há alguns meses, ficaram mais intensos nos últimos dias e passaram de Jerusalém Oriental anexada para a Cisjordânia ocupada e as comunidades árabes em Israel, aumentando o temor de uma nova Intifada palestina.
Na terça-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou medidas de segurança adicionais para enfrentar os crescentes protestos árabes.
A comunidade internacional tem acompanhado a situação com preocupação. "Minha preocupação é imensa", declarou em um comunicado Tony Blair, enviado especial do Quarteto (Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e Rússia) para o Oriente Médio.
Antes mesmo do anúncio do novo projeto de colonização, ele previu que tal iniciativa só "inflamaria" ainda mais a situação.
Para o rei da Jordânia, o prosseguimento da colonização "sufoca os esforços de paz".
A Jordânia tem o papel de guardiã dos locais sagrados muçulmanos em Jerusalém Oriental.
As perspectivas de retomada dos esforços para resolver um conflito de mais de 60 anos parecem quase nulas. Neste contexto, a câmara de deputados da França votará em 28 de novembro, após o Parlamento britânico no mês passado, um texto convidando Paris a reconhecer o Estado da Palestina.