Iraque ordena fim de bombardeio em zonas onde ainda há civis
Haidar al Abadi disse que o governo iraquiano não vai deixar de perseguir os radicais nas zonas onde se encontram, mas que "não quer mais vítimas inocentes"
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2014 às 09h17.
Bagdá - O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, assegurou neste sábado que há dois dias ordenou o fim dos bombardeios aéreos em todas as zonas onde ainda restam civis, embora nelas haja presença de jihadistas do Estado Islâmico (EI) .
Em discurso durante o Congresso Nacional para os Menores Deslocados realizado hoje em Bagdá, com presença de líderes políticos, representantes da ONU e da União Europeia, Al Abadi ressaltou que 'não quer mais vítimas inocentes'.
O líder acrescentou que o governo iraquiano não vai deixar de perseguir os radicais nas zonas onde se encontram, e por sua vez proteger os iraquianos.
'Daremos prioridade às pessoas deslocadas e estabeleceremos um programa governamental para fazer frente aos problemas dos deslocados e para garantir uma casa e uma mensalidade', afirmou.
Abadi lamentou que a comunidade internacional tenha demorado 'vários meses'para decidir ajudar o Iraque a deter o terrorismo.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro Saleh al Mutlaq advertiu que as consequências psicológicas entre os deslocados serão 'perigosas para a sociedade'.
O representante especial da ONU no Iraque, Nikolay Mladenov, celebrou a decisão de Abadi de deter os bombardeios sobre bairros civis e lembrou que o Estado Islâmico é uma ameaça para todos.
'O Iraque não está só perante este enorme desastre humanitário. Estamos proporcionando assistência a mais de um milhão de pessoas deslocadas que necessitam de um lar', disse Mladenov.
Os jihadistas conquistaram Mossul, a segunda cidade do país, em 10 de junho e declararam um 'califado' nas zonas sob seu controle no norte da Síria e Iraque, onde impuseram uma interpretação radical do islã.