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Irã pede a Aiea rever publicação de falsificações sobre programa nuclear

A agência divulgará na terça-feira um relatório sobre o controverso programa nuclear iraniano, em um contexto de ameaça israelense de intervenção militar contra o Irã

No domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, culpou a Aiea por inventar acusações contra o Irã no relatório (Behrouz Mehri/AFP)
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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 10h33.

Teerã - O Irã pediu nesta segunda-feira ao diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amato, que não perca seu prestígio com a publicação de documentos falsos elaborados pelos Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano, informou a Agência oficial 'Irna'.

Em discurso no campus da Universidade de Teerã, por causa da festa muçulmana do sacrifício do cordeiro, o aiatolá Ahmad Khatami alertou Amato sobre a 'gravidade' de divulgar 'documentos inventados' contra o Irã.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, culpou a Aiea por inventar acusações contra o Irã no relatório sobre seu programa nuclear que deve ser apresentado nesta terça-feira e que, segundo afirmou, 'não tem autenticidade e credibilidade técnica'.

O relatório vai incluir novas revelações sobre possíveis atividades militares relacionadas às armas nucleares do Irã, conforme fontes diplomáticas ocidentais em Viena.

As advertências do Irã surgiram em um momento em que os Governos dos EUA e de Israel ameaçaram atacar as instalações nucleares do país pela suposta intenção de fabricar bombas atômicas.


O Irã negou categoricamente que seu programa nuclear, que recebeu diversas sanções da ONU, além dos EUA e da União Europeia (UE), tenha fins militares e afirmou que qualquer ataque de americanos e israelenses teria uma 'resposta arrasadora'.

Membro da Assembleia de Analistas Religiosos do Irã e um dos clérigos ultraconservadores mais radicais e perigosos do regime muçulmano xiita do país, Khatami citou a 'Primavera Árabe' e a queda de vários ditadores nos últimos meses, o que define como um ano difícil para os EUA.

'Este ano foi o mais difícil para o inexperiente presidente Barack Obama e também para a história dos EUA, por causa da queda de suas cegas marionetes', declarou Khatami em referência à queda dos regimes ditatoriais de Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egito, e Muammar Kadafi, na Líbia.

Para o aiatolá, os conflitos árabes, chamados por ele de 'despertar islâmico', foram 'inspirados na Revolução Islâmica do Irã de seu país', o que considera 'natural que os EUA tentem criar um ambiente contra seu país e que utilizem, para isso, organizações internacionais', como a Aiea.

O Irã está submetido a quatro pacotes de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU devido ao seu programa nuclear, suspeito de ter fins militares, de acordo com os EUA e outros países, mas o regime de Teerã afirma que seu projeto inclui objetivos civis.

Os EUA e a UE também aprovaram sanções a pessoas e empresas iranianas que supostamente estariam envolvidas com o programa nuclear do país e acusadas de violações aos Direitos Humanos.

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Teerã - O Irã pediu nesta segunda-feira ao diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amato, que não perca seu prestígio com a publicação de documentos falsos elaborados pelos Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano, informou a Agência oficial 'Irna'.

Em discurso no campus da Universidade de Teerã, por causa da festa muçulmana do sacrifício do cordeiro, o aiatolá Ahmad Khatami alertou Amato sobre a 'gravidade' de divulgar 'documentos inventados' contra o Irã.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, culpou a Aiea por inventar acusações contra o Irã no relatório sobre seu programa nuclear que deve ser apresentado nesta terça-feira e que, segundo afirmou, 'não tem autenticidade e credibilidade técnica'.

O relatório vai incluir novas revelações sobre possíveis atividades militares relacionadas às armas nucleares do Irã, conforme fontes diplomáticas ocidentais em Viena.

As advertências do Irã surgiram em um momento em que os Governos dos EUA e de Israel ameaçaram atacar as instalações nucleares do país pela suposta intenção de fabricar bombas atômicas.


O Irã negou categoricamente que seu programa nuclear, que recebeu diversas sanções da ONU, além dos EUA e da União Europeia (UE), tenha fins militares e afirmou que qualquer ataque de americanos e israelenses teria uma 'resposta arrasadora'.

Membro da Assembleia de Analistas Religiosos do Irã e um dos clérigos ultraconservadores mais radicais e perigosos do regime muçulmano xiita do país, Khatami citou a 'Primavera Árabe' e a queda de vários ditadores nos últimos meses, o que define como um ano difícil para os EUA.

'Este ano foi o mais difícil para o inexperiente presidente Barack Obama e também para a história dos EUA, por causa da queda de suas cegas marionetes', declarou Khatami em referência à queda dos regimes ditatoriais de Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egito, e Muammar Kadafi, na Líbia.

Para o aiatolá, os conflitos árabes, chamados por ele de 'despertar islâmico', foram 'inspirados na Revolução Islâmica do Irã de seu país', o que considera 'natural que os EUA tentem criar um ambiente contra seu país e que utilizem, para isso, organizações internacionais', como a Aiea.

O Irã está submetido a quatro pacotes de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU devido ao seu programa nuclear, suspeito de ter fins militares, de acordo com os EUA e outros países, mas o regime de Teerã afirma que seu projeto inclui objetivos civis.

Os EUA e a UE também aprovaram sanções a pessoas e empresas iranianas que supostamente estariam envolvidas com o programa nuclear do país e acusadas de violações aos Direitos Humanos.

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