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Irã diz que vai reagir a possíveis novas sanções dos EUA

Semana passada, a a Câmara dos Deputados votou pela imposição de novas sanções ao país embora não se sabe se o presidente Trump irá sancioná-las

Irã: o Parlamento irá adotar as medidas iniciais de reação a quaisquer iniciativas dos EUA e que eventuais medidas adicionais necessárias também serão analisadas (Spencer Platt/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 26 de julho de 2017 às 12h48.

Beirute - O Irã irá reagir de maneira recíproca se os Estados Unidos impuserem novas sanções ao país, disse o presidente Hassan Rouhani nesta quarta-feira, de acordo com a mídia estatal, lançando novas dúvidas sobre a perspectiva para o acordo nuclear firmado por Teerã em 2015.

Na terça-feira, a Câmara dos Deputados dos EUA votou pela imposição de novas sanções ao Irã, à Rússia e à Coreia do Norte, embora não esteja claro o quão rapidamente o projeto de lei irá chegar à Casa Branca para que o presidente Donald Trump o sancione ou vete.

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Segundo a mídia estatal iraniana, Rouhani citou um verso do Corão dizendo: "Se o inimigo colocar em prática parte de suas promessas, então também colocaremos em prática parte das promessas. E se eles colocarem em prática todas as suas promessas, então também colocaremos as promessas em prática".

Mas ele acrescentou: "O Corão também aconselha que, se os inimigos estiverem realmente buscando a paz e quiserem colocar a inimizade de lado e atuar apropriadamente com você, você deve fazer o mesmo".

Ele disse que o Parlamento irá adotar as medidas iniciais de reação a quaisquer iniciativas dos EUA e que eventuais medidas adicionais necessárias também serão analisadas.

Na terça-feira Trump fez uma ameaça velada ao Irã, aconselhando-o a aderir aos termos do pacto nuclear de 2015, que assinou juntamente com potências mundiais, ou então enfrentar "grandes, grandes problemas".

Uma semana depois de se certificar de que Teerã está cumprindo o acordo negociado pelo presidente democrata Barack Obama, Trump deixou claro que continua extremamente desconfiado do regime.

O lado iraniano parece igualmente preocupado com Washington, e um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária fez uma ameaça semelhante em resposta nesta quarta-feira.

"O governo Trump, mais do que antes, deveria ser cauteloso e preciso com sua abordagem militar no ambiente da revolução islâmica", disse o general Masoud Jazayeri, vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas iranianas, segundo o site de notícias Tasnim.

"Iremos confrontar qualquer maquinação americana com uma reação que os fará lamentar", disse.

Na semana passada o chefe da Guarda Revolucionária disse que Washington deveria transferir suas bases e evitar "cálculos errados" a respeito de novas sanções contra Teerã. Os EUA têm bases no Catar e no Kuwait, no Golfo Pérsico, portanto próximas do Irã, e a Quinta Frota está sediada no vizinho Barein.

(Por Babak Dehghanpisheh)

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