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Irã diz que responderá a todas as ameaças e lança um terceiro satélite

Os Estados Unidos e Israel deixaram pairar no ar, nos últimos anos, uma eventual ação militar para impedir o Irã de adquirir armas atômicas

O país rejeita as acusações, alimentadas pelo fato de que os foguetes desenvolvidos pelo Irã são, segundo especialistas ocidentais, derivados de mísseis militares (Ebrahim Noroozi/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 21h07.

Teerã - O Irã reiterou nesta sexta-feira que não irá ceder as ameaças ocidentais e as sanções contra o seu controverso programa nuclear, e também anunciou o lançamento de um satélite próprio, o que preocupa os ocidentais.

"Que os americanos e os outros saibam que, diante das ameaças de guerra e ameaças petrolíferas, nós também temos as nossas próprias ameaças, que serão colocadas em prática caso seja necessário", declarou o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, por ocasião do 33º aniversário da revolução islâmica de 1979.

"Qualquer guerra será dez vezes mais prejudicial aos Estados Unidos que as suas ameaças", que só fazem "aumentar sua impotência", acrescentou o número um iraniano durante a sua oração de sexta-feira na Universidade de Teerã.

Os Estados Unidos e Israel deixaram pairar no ar, nos últimos anos, uma eventual ação militar para impedir o Irã de adquirir armas atômicas, caso as sanções internacionais tomadas contra Teerã desde 2007 não sejam suficientes.

Nesta sexta-feira, Washington afirmou querer priorizar a diplomacia frente a uma ação militar para convencer o Irã a abandonar seu polêmico programa nuclear e pediu a Israel para "dar tempo para que as sanções produzam efeito".

Questionado sobre se os Estados Unidos pediram a Israel que não bombardeasse o Irã, um porta-voz da diplomacia americana, Mark Toner, respondeu: "essa é nossa mensagem".

"Impusemos sanções sem precedentes contra o Irã porque acreditamos que ainda há tempo e espaço para que a diplomacia atue", disse Toner.

"Acreditamos que temos que dar tempo às sanções para que produzam efeito", completou em coletiva de imprensa.

Essa declaração foi feita um dia depois de o jornal The Washington Post assegurar que Panetta acredita que há uma "forte probabilidade" de que Israel realize uma intervenção militar na primavera do Hemisfério Norte contra instalações nucleares do Irã.

Panetta, no entanto, não quis comentar o artigo do editorialista David Ignatius. "Israel informou que planeja realizar" ataques, "expressamos nossa preocupação", declarou.

Apesar de sua negação, o Irã é suspeito de esconder um programa militar por detrás de seu programa nuclear civil, que foi condenado em seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas resultaram em sanções.

Em 2010 as sanções foram reforçadas com medidas unilaterais de países ocidentais, que anunciaram em janeiro um embargo à compra de petróleo iraniano.

Teerã sempre afirmou que responderia a qualquer agressão militar atingindo Israel e as bases militares americanas no Oriente Médio.

Autoridades militares iranianas também evocaram a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, por onde transita um terço do tráfego marítimo mundial de petróleo, se sua exportação de petróleo for bloqueada.

No entanto, o aiatolá Khamenei afirmou que estas sanções só fortalecem o Irã, que anunciou nesta sexta-feira o lançamento de um novo satélite.

Este satélite de observação, batizado de Navid, é o terceiro e o maior colocado em órbita pelo Irã desde 2009.

Lançado por um foguete Safir na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad, ele deverá fotografar a Terra durante os dois meses de sua vida, tempo previsto pela Organização Espacial Iraniana.

Como o seu programa nuclear, o programa espacial iraniano, caracterizado como "prioridade estratégica" pelo governo, preocupa a comunidade internacional que teme que isso ajude o Irã a desenvolver mísseis capazes de carregar cargas nucleares por média ou longa distância.

O país rejeita as acusações, alimentadas pelo fato de que os foguetes desenvolvidos pelo Irã são, segundo especialistas ocidentais, derivados de mísseis militares.

Os lançamentos anteriores foram caracterizados como "provocação" pelos ocidentais, que ressaltaram que o programa balístico iraniano também foi condenado pela ONU.

O ambicioso programa espacial iraniano prevê o lançamento de pelo menos mais sete satélites nos próximos anos.

Ahmadinejad afirmou em várias ocasiões que seu país também tinha o objetivo de enviar um homem para o espaço até 2020, e que o Irã está desenvolvendo uma cápsula espacial capaz de transportar um ser vivo em um vôo espacial.

Além de seus foguetes Safir --derivados do míssil militar iraniano Shahab-3, originado do míssil norte-coreano No-Dong, de acordo com especialistas ocidentais-- o Irã desenvolveu uma família de foguetes suborbitais batizada de Kavoshgar e trabalha na construção de um outro foguete, muito maior, chamado de Simorgh.

Este futuro foguete, cujo projeto foi desenvolvido em 2010, pesa 85 toneladas --em relação às 26 toneladas do Safir-- e deverá ser capaz de lançar um satélite de 100kg a 500 km de altitude, segundo os responsáveis iranianos.

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Teerã - O Irã reiterou nesta sexta-feira que não irá ceder as ameaças ocidentais e as sanções contra o seu controverso programa nuclear, e também anunciou o lançamento de um satélite próprio, o que preocupa os ocidentais.

"Que os americanos e os outros saibam que, diante das ameaças de guerra e ameaças petrolíferas, nós também temos as nossas próprias ameaças, que serão colocadas em prática caso seja necessário", declarou o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, por ocasião do 33º aniversário da revolução islâmica de 1979.

"Qualquer guerra será dez vezes mais prejudicial aos Estados Unidos que as suas ameaças", que só fazem "aumentar sua impotência", acrescentou o número um iraniano durante a sua oração de sexta-feira na Universidade de Teerã.

Os Estados Unidos e Israel deixaram pairar no ar, nos últimos anos, uma eventual ação militar para impedir o Irã de adquirir armas atômicas, caso as sanções internacionais tomadas contra Teerã desde 2007 não sejam suficientes.

Nesta sexta-feira, Washington afirmou querer priorizar a diplomacia frente a uma ação militar para convencer o Irã a abandonar seu polêmico programa nuclear e pediu a Israel para "dar tempo para que as sanções produzam efeito".

Questionado sobre se os Estados Unidos pediram a Israel que não bombardeasse o Irã, um porta-voz da diplomacia americana, Mark Toner, respondeu: "essa é nossa mensagem".

"Impusemos sanções sem precedentes contra o Irã porque acreditamos que ainda há tempo e espaço para que a diplomacia atue", disse Toner.

"Acreditamos que temos que dar tempo às sanções para que produzam efeito", completou em coletiva de imprensa.

Essa declaração foi feita um dia depois de o jornal The Washington Post assegurar que Panetta acredita que há uma "forte probabilidade" de que Israel realize uma intervenção militar na primavera do Hemisfério Norte contra instalações nucleares do Irã.

Panetta, no entanto, não quis comentar o artigo do editorialista David Ignatius. "Israel informou que planeja realizar" ataques, "expressamos nossa preocupação", declarou.

Apesar de sua negação, o Irã é suspeito de esconder um programa militar por detrás de seu programa nuclear civil, que foi condenado em seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas resultaram em sanções.

Em 2010 as sanções foram reforçadas com medidas unilaterais de países ocidentais, que anunciaram em janeiro um embargo à compra de petróleo iraniano.

Teerã sempre afirmou que responderia a qualquer agressão militar atingindo Israel e as bases militares americanas no Oriente Médio.

Autoridades militares iranianas também evocaram a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, por onde transita um terço do tráfego marítimo mundial de petróleo, se sua exportação de petróleo for bloqueada.

No entanto, o aiatolá Khamenei afirmou que estas sanções só fortalecem o Irã, que anunciou nesta sexta-feira o lançamento de um novo satélite.

Este satélite de observação, batizado de Navid, é o terceiro e o maior colocado em órbita pelo Irã desde 2009.

Lançado por um foguete Safir na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad, ele deverá fotografar a Terra durante os dois meses de sua vida, tempo previsto pela Organização Espacial Iraniana.

Como o seu programa nuclear, o programa espacial iraniano, caracterizado como "prioridade estratégica" pelo governo, preocupa a comunidade internacional que teme que isso ajude o Irã a desenvolver mísseis capazes de carregar cargas nucleares por média ou longa distância.

O país rejeita as acusações, alimentadas pelo fato de que os foguetes desenvolvidos pelo Irã são, segundo especialistas ocidentais, derivados de mísseis militares.

Os lançamentos anteriores foram caracterizados como "provocação" pelos ocidentais, que ressaltaram que o programa balístico iraniano também foi condenado pela ONU.

O ambicioso programa espacial iraniano prevê o lançamento de pelo menos mais sete satélites nos próximos anos.

Ahmadinejad afirmou em várias ocasiões que seu país também tinha o objetivo de enviar um homem para o espaço até 2020, e que o Irã está desenvolvendo uma cápsula espacial capaz de transportar um ser vivo em um vôo espacial.

Além de seus foguetes Safir --derivados do míssil militar iraniano Shahab-3, originado do míssil norte-coreano No-Dong, de acordo com especialistas ocidentais-- o Irã desenvolveu uma família de foguetes suborbitais batizada de Kavoshgar e trabalha na construção de um outro foguete, muito maior, chamado de Simorgh.

Este futuro foguete, cujo projeto foi desenvolvido em 2010, pesa 85 toneladas --em relação às 26 toneladas do Safir-- e deverá ser capaz de lançar um satélite de 100kg a 500 km de altitude, segundo os responsáveis iranianos.

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